Papel dos inflamassomas NLRP3 e NAIP/NLRC4 no controle da infecção por Trypanosoma cruzi em macrófagos

• Autor(a) principal: Cardoso, Felipe Daniel [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8188979; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59390
• topic: Inflamassoma; Trypanosoma Cruzi; Inflammasomes; Trypanosoma Cruzi

Inflamassomas são complexos multiprotéicos de alto peso molecular ativadores de caspases inflamatórias formados no citoplasma celular em resposta a infecções e danos celulares. Dentre os inflamassomas, os formados pelas proteínas NLRP3 e NAIP/NLRC4 são os mais estudados na literatura. Inflamassomas NLRP3 respondem a alterações no meio intracelular acarretadas por diversidade de estímulos, estéreis ou não. Em contraste, NAIP/NLRC4 é classicamente relacionado a infecções bacterianas, mas recentemente seu envolvimento em infecções não bacterianas e situações de patologias estéreis vem sendo descrito. Anteriormente, nosso grupo demonstrou o papel do inflamassoma NLRP3 na resistência à infecção por Trypanosoma cruzi. Uma vez que o papel de NLRC4 em infecções por protozoários é desconhecido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a sua participação na resposta à infecção por T. cruzi, investigando a importância dos componentes deste inflamassoma e sua possível associação com o NLRP3. Para isso, foram avaliados macrófagos peritoneais (MPs) e derivados de medula (BMDMs) de animais selvagens, deficientes em NLRP3, NLRC4 e NAIP1-7 e fosfomiméticos NLRC4S533D/S533D. Inicialmente, padronizamos o isolado de T. cruzi Y a ser utilizado, uma vez que verificamos que passagens dos parasitas em cultura celular resulta na perda da sua habilidade em inibir mecanismos efetores dos macrófagos, como a produção de IL-1β e óxido nítrico. Utilizando o isolado P13 com passagens controladas in vivo e in vitro, verificamos que o T. cruzi é capaz de ativar NLRP3 e NLRC4 em PMs e BMDMs, uma vez que as células dos animais deficientes nessas moléculas apresentaram baixa secreção de IL-1β. Ainda, NLRP3 e NLRC4 são importantes para o controle da replicação de T. cruzi em macrófagos, o qual está relacionado com a produção de NO por essas células. O papel de NLRC4 na infecção por T. cruzi parece ser dependente de NAIP e independente de sua fosforilação, uma vez que MPs de animais Naip1-7-/-, mas não NLRC4S533D/S533D, apresentaram a mesma deficiência na secreção de NO e controle de infecção que MPs de animais Nlrc4-/-. Finalmente, NLRC4 e NLRP3 apresentam papéis redundantes na infecção por T. cruzi, sugerindo que essas moléculas possam atuar no mesmo complexo. Em conjunto, nossos dados descrevem de maneira pioneira o papel de NLRC4 no controle de infecção por protozoário.