Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6759113
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52866
Resumo: Objetivo: Analisar o comportamento biomecânico da córnea in vivo ao longo de sua espessura em pacientes de cirurgia refrativa usando a elastografia de coerência óptica. Métodos: Uma metodologia de elastografia corneana baseada em tomografia de coerência óptica no domínio de Fourier foi implementada em um protótipo clínico. Uma deformação corneana de baixa amplitude foi produzida simultaneamente à aquisição das imagens, associado uma plataforma móvel linear no qual uma lente e sensores de força estavam acoplados. Um algoritmo de correlação cruzada foi aplicado para rastrear o deslocamento do speckle pelos meridianos horizontais. A série de dados de força e deslocamento obtidos em cada experimento foi registrada individualmente para gerar uma métrica de rigidez axial, k, definida pelo termo de primeira ordem de uma regressão linear simples dos dados obtidos. Mapas elastográficos demonstrando os valores locais de k através da espessura corneana foram obtidos, e a razão da rigidez axial média para áreas adjacentes de estroma anterior e posterior foram calculadas, gerando a variável ka/kp. O coeficiente de correlação intraclasse foi utilizado para estimar a confiabilidade testereteste das medias obtidas. Os valores médios de ka/kp obtidos em pacientes normais foi comparado ao de pacientes com ceratocone usando o teste U de MannWhitney. Resultados: Vinte e oito olhos foram avaliados ao todo: 17 olhos de 10 pacientes normais e 11 olhos de 8 pacientes com ceratocone. O coeficiente de correlação intraclasse geral foi 0,907 (p < 0,01), indicando uma boa confiabilidade testereteste. Os gráficos de força vs. deslocamento demonstraram que, para medidas obtidas simultaneamente envolvendo a mesma força aplicada, o deslocamento do estroma anterior foi menor que o posterior em pacientes normais, com um valor médio de ka/kp de 1,123 ± 0,062. Em pacientes com ceratocone, há uma perda deste padrão, com o valor médio de ka/kp de 1,003 ± 0,086, uma diferença estatisticamente significante (p < 0,01). Conclusões: A elastografia de coerência óptica é um método de imagem nãoinvasivo capaz de resolver diferenças biomecânicas por toda a espessura corneana. O estroma anterior foi mais rígido do que o posterior em pacientes normais, enquanto o ka/kp foi significativamente menor em pacientes com ceratocone, indicando uma perda relativa da rigidez natural do estroma anterior nas córneas afetadas. Esse achado é compatível com evidências histopatológicas de anormalidades ao nível da camada de Bowman e da perda regional do entrelaçamento de fibras de colágeno no ceratocone. A capacidade clínica para medir essas diferenças tem implicações importantes na avaliação préoperatória e para estimar o impacto biomecânico relativo de cirurgias refrativas corneanas.
id UFSP_e9f36bb653d0eab56239c3b73b718e54
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/52866
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)http://lattes.cnpq.br/5977685186738879http://lattes.cnpq.br/3165995344927892http://lattes.cnpq.br/0956596522261307Siqueira, Wallace Chamon Alves De [UNIFESP]Allemann, Norma [UNIFESP]São PauloSão Paulo2020-03-25T12:10:37Z2020-03-25T12:10:37Z2018-08-30https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6759113https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/528662018-0810.pdfObjetivo: Analisar o comportamento biomecânico da córnea in vivo ao longo de sua espessura em pacientes de cirurgia refrativa usando a elastografia de coerência óptica. Métodos: Uma metodologia de elastografia corneana baseada em tomografia de coerência óptica no domínio de Fourier foi implementada em um protótipo clínico. Uma deformação corneana de baixa amplitude foi produzida simultaneamente à aquisição das imagens, associado uma plataforma móvel linear no qual uma lente e sensores de força estavam acoplados. Um algoritmo de correlação cruzada foi aplicado para rastrear o deslocamento do speckle pelos meridianos horizontais. A série de dados de força e deslocamento obtidos em cada experimento foi registrada individualmente para gerar uma métrica de rigidez axial, k, definida pelo termo de primeira ordem de uma regressão linear simples dos dados obtidos. Mapas elastográficos demonstrando os valores locais de k através da espessura corneana foram obtidos, e a razão da rigidez axial média para áreas adjacentes de estroma anterior e posterior foram calculadas, gerando a variável ka/kp. O coeficiente de correlação intraclasse foi utilizado para estimar a confiabilidade testereteste das medias obtidas. Os valores médios de ka/kp obtidos em pacientes normais foi comparado ao de pacientes com ceratocone usando o teste U de MannWhitney. Resultados: Vinte e oito olhos foram avaliados ao todo: 17 olhos de 10 pacientes normais e 11 olhos de 8 pacientes com ceratocone. O coeficiente de correlação intraclasse geral foi 0,907 (p < 0,01), indicando uma boa confiabilidade testereteste. Os gráficos de força vs. deslocamento demonstraram que, para medidas obtidas simultaneamente envolvendo a mesma força aplicada, o deslocamento do estroma anterior foi menor que o posterior em pacientes normais, com um valor médio de ka/kp de 1,123 ± 0,062. Em pacientes com ceratocone, há uma perda deste padrão, com o valor médio de ka/kp de 1,003 ± 0,086, uma diferença estatisticamente significante (p < 0,01). Conclusões: A elastografia de coerência óptica é um método de imagem nãoinvasivo capaz de resolver diferenças biomecânicas por toda a espessura corneana. O estroma anterior foi mais rígido do que o posterior em pacientes normais, enquanto o ka/kp foi significativamente menor em pacientes com ceratocone, indicando uma perda relativa da rigidez natural do estroma anterior nas córneas afetadas. Esse achado é compatível com evidências histopatológicas de anormalidades ao nível da camada de Bowman e da perda regional do entrelaçamento de fibras de colágeno no ceratocone. A capacidade clínica para medir essas diferenças tem implicações importantes na avaliação préoperatória e para estimar o impacto biomecânico relativo de cirurgias refrativas corneanas.Purpose: To assess depthdependent corneal biomechanical behavior in vivo in refractive surgery subjects using optical coherence elastography. Methods: A corneal elastography methodology based on a Fourierdomain optical coherence tomography was implemented in a clinical prototype. Low amplitude corneal deformation was produced during imaging with a linear actuatordriven lens coupled to force transducers. A crosscorrelation algorithm was applied to track framebyframe speckle displacement across horizontal meridian scans. Intrameasurement force and displacement data series were plotted against each other to produce an axial stiffness metric, k, defined by the firstorder term of a linear fit to the data. Elastographic maps displaying local k values across the cornea were generated, and the ratio of average axial stiffness for adjacent anterior and posterior stromal regions, ka/kp, was calculated. Intraclass correlation coefficients were used to estimate testretest reliability. The mean ka/kp values in normal and keratoconus patients were compared using the MannWhitney U test. Results: Twentyeight eyes were analyzed overall: 17 eyes from 10 normal patients and 11 eyes from 8 patients with keratoconus. The overall intraclass correlation was 0.907 (p < 0.01), indicating good testretest reliability. Graphs of force vs. displacement demonstrated that, for simultaneously acquired measurements involving the same applied force, anterior stromal displacements were lower (indicating stiffer behavior) than posterior stromal displacements in normal patients, with a mean ka/kp value of 1.123 ± 0.062. In keratoconus patients, this pattern is lost, with a mean ka/kp value of 1.003 ± 0.086, a significant difference (p < 0.01). Conclusion: Optical coherence elastography is a clinically feasible, noninvasive elasticity imaging method capable of resolving differences in depthdependent corneal biomechanical properties. Anterior stroma was stiffer in compression than the posterior stroma in normal patients, whereas ka/kp values were significantly lower in keratoconus, indicating a relative loss of native anterior stromal stiffness in the diseased corneas. This finding is consistent with histopathological evidence of Bowmanlevel abnormalities and regional loss of interlacing collagen fibrils in keratoconus. The clinical capability to measure these differences has important implications for refractive surgery screening and assessing the relative biomechanical impact of corneal refractive surgeries.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2018)68 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Biomecânica da córneaElastografiaTomografia de coerência ópticaCirurgia refrativaCorneal biomechanicalOptical coherence elastographyElastographicAnálise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência ópticaIn vivo analysis of the biomechanical characteristics of normal and keratoconic corneas using optical coherence elastography.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de MedicinaOftalmologia e Ciências VisuaisCiências da SaúdeIndicadores de Qualidade Anatômica e Óptica de Tecidos do Segmento Anterior do Olho e seus Anexos.ORIGINALVinícius Silbiger De Stefano - A.pdfVinícius Silbiger De Stefano - A.pdfTese de Doutoradoapplication/pdf4245852${dspace.ui.url}/bitstream/11600/52866/1/Vin%c3%adcius%20Silbiger%20De%20Stefano%20%20-%20A.pdf8881bcadf8cdcaeb2b7424087fac2dfbMD51open access11600/528662023-08-14 15:18:59.393open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/52866Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-08-14T18:18:59Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
dc.title.alternative.en.fl_str_mv In vivo analysis of the biomechanical characteristics of normal and keratoconic corneas using optical coherence elastography.
title Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
spellingShingle Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]
Biomecânica da córnea
Elastografia
Tomografia de coerência óptica
Cirurgia refrativa
Corneal biomechanical
Optical coherence elastography
Elastographic
title_short Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
title_full Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
title_fullStr Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
title_full_unstemmed Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
title_sort Análise in vivo das características biomecânicas de córneas normais e com ceratocone por meio da elastografia de coerência óptica
author Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]
author_facet Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]
author_role author
dc.contributor.institution.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5977685186738879
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3165995344927892
dc.contributor.advisor-coLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0956596522261307
dc.contributor.author.fl_str_mv Stefano, Vinicius Silbiger de [UNIFESP]
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Siqueira, Wallace Chamon Alves De [UNIFESP]
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Allemann, Norma [UNIFESP]
contributor_str_mv Siqueira, Wallace Chamon Alves De [UNIFESP]
Allemann, Norma [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Biomecânica da córnea
Elastografia
Tomografia de coerência óptica
Cirurgia refrativa
topic Biomecânica da córnea
Elastografia
Tomografia de coerência óptica
Cirurgia refrativa
Corneal biomechanical
Optical coherence elastography
Elastographic
dc.subject.eng.fl_str_mv Corneal biomechanical
Optical coherence elastography
Elastographic
description Objetivo: Analisar o comportamento biomecânico da córnea in vivo ao longo de sua espessura em pacientes de cirurgia refrativa usando a elastografia de coerência óptica. Métodos: Uma metodologia de elastografia corneana baseada em tomografia de coerência óptica no domínio de Fourier foi implementada em um protótipo clínico. Uma deformação corneana de baixa amplitude foi produzida simultaneamente à aquisição das imagens, associado uma plataforma móvel linear no qual uma lente e sensores de força estavam acoplados. Um algoritmo de correlação cruzada foi aplicado para rastrear o deslocamento do speckle pelos meridianos horizontais. A série de dados de força e deslocamento obtidos em cada experimento foi registrada individualmente para gerar uma métrica de rigidez axial, k, definida pelo termo de primeira ordem de uma regressão linear simples dos dados obtidos. Mapas elastográficos demonstrando os valores locais de k através da espessura corneana foram obtidos, e a razão da rigidez axial média para áreas adjacentes de estroma anterior e posterior foram calculadas, gerando a variável ka/kp. O coeficiente de correlação intraclasse foi utilizado para estimar a confiabilidade testereteste das medias obtidas. Os valores médios de ka/kp obtidos em pacientes normais foi comparado ao de pacientes com ceratocone usando o teste U de MannWhitney. Resultados: Vinte e oito olhos foram avaliados ao todo: 17 olhos de 10 pacientes normais e 11 olhos de 8 pacientes com ceratocone. O coeficiente de correlação intraclasse geral foi 0,907 (p < 0,01), indicando uma boa confiabilidade testereteste. Os gráficos de força vs. deslocamento demonstraram que, para medidas obtidas simultaneamente envolvendo a mesma força aplicada, o deslocamento do estroma anterior foi menor que o posterior em pacientes normais, com um valor médio de ka/kp de 1,123 ± 0,062. Em pacientes com ceratocone, há uma perda deste padrão, com o valor médio de ka/kp de 1,003 ± 0,086, uma diferença estatisticamente significante (p < 0,01). Conclusões: A elastografia de coerência óptica é um método de imagem nãoinvasivo capaz de resolver diferenças biomecânicas por toda a espessura corneana. O estroma anterior foi mais rígido do que o posterior em pacientes normais, enquanto o ka/kp foi significativamente menor em pacientes com ceratocone, indicando uma perda relativa da rigidez natural do estroma anterior nas córneas afetadas. Esse achado é compatível com evidências histopatológicas de anormalidades ao nível da camada de Bowman e da perda regional do entrelaçamento de fibras de colágeno no ceratocone. A capacidade clínica para medir essas diferenças tem implicações importantes na avaliação préoperatória e para estimar o impacto biomecânico relativo de cirurgias refrativas corneanas.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-08-30
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-03-25T12:10:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-03-25T12:10:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.pt_BR.fl_str_mv https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6759113
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52866
dc.identifier.file.none.fl_str_mv 2018-0810.pdf
url https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6759113
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52866
identifier_str_mv 2018-0810.pdf
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 68 f.
dc.coverage.spatial.pt_BR.fl_str_mv São Paulo
São Paulo
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/52866/1/Vin%c3%adcius%20Silbiger%20De%20Stefano%20%20-%20A.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 8881bcadf8cdcaeb2b7424087fac2dfb
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802764205715095552