Disjuntivismo: Principais Tipos E Críticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mota, Thiago Leite [UNIFESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5082240
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50121
Resumo: O disjuntivismo é a concepção que recusa a tradicional ideia filosófica de que a indistinguibilidade subjetiva entre percepções verídicas e percepções não-verídicas (ilusões e alucinações) tem como resultado, seja a identidade entre os respectivos estados perceptuais, seja a equivalência entre as razões oferecidas por cada uma para sustentar crenças perceptuais. Dessa forma, a concepção disjuntiva da experiência tem implicações tanto sobre a natureza da percepção quanto sobre o conhecimento do mundo exterior. Na presente dissertação, apresentamos de que maneira o disjuntivismo pretende esclarecer a natureza da percepção, distinguindo-a das ilusões e alucinações, e afastar a ameaça cética que paira sobre nosso conhecimento do mundo. Na filosofia da percepção, criticando a teoria causal da percepção, Paul Snowdon defende instrumentalmente que percepções verídicas e percepções ilusórias produzem estados perceptuais essencialmente distintos, uma vez que não compartilham elemento comum entre si. Por isso, sua versão de disjuntivismo é chamada de disjuntivismo metafísico. Já na teoria do conhecimento, no embate contra os céticos, comprometidos com a concepção do máximo fator comum, John McDowell sustenta que as percepções verídicas, ao contrário das meras aparências, fornecem uma justificativa não-revogável para as crenças perceptuais ao nos colocarem em contato direto com os fatos manifestos no mundo e, portanto, podem fundamentar uma afirmação legítima de conhecimento. Assim, sua concepção recebe o nome de disjuntivismo epistemológico. A partir de suas formulações fundamentais, tanto Snowdon como McDowell são confrontados por diversas reações às suas respectivas versões de disjuntivismo. Desse modo, Snowdon responde, em primeiro lugar, às objeções de William Child, para quem há compatibilidade entre disjuntivismo e causalismo e, em seguida, discute com William Fish sobre a natureza da disputa entre disjuntivistas e não-disjuntivistas. Já McDowell debate primeiramente com Tyler Burge a respeito de qual concepção perceptual é mais robusta, se o anti-individualismo deste último ou o disjuntivismo daquele; na sequência, Crispin Wright e Duncan Pritchard criticam McDowell porque o disjuntivismo não venceria o desafio cético. O resultado do exame de todos esses argumentos a favor e contra o disjuntivismo é que o disjuntivismo se revela uma posição filosófica, não somente rica em seu poder explicativo, como também sólida do ponto de vista argumentativo.
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Na presente dissertação, apresentamos de que maneira o disjuntivismo pretende esclarecer a natureza da percepção, distinguindo-a das ilusões e alucinações, e afastar a ameaça cética que paira sobre nosso conhecimento do mundo. Na filosofia da percepção, criticando a teoria causal da percepção, Paul Snowdon defende instrumentalmente que percepções verídicas e percepções ilusórias produzem estados perceptuais essencialmente distintos, uma vez que não compartilham elemento comum entre si. Por isso, sua versão de disjuntivismo é chamada de disjuntivismo metafísico. Já na teoria do conhecimento, no embate contra os céticos, comprometidos com a concepção do máximo fator comum, John McDowell sustenta que as percepções verídicas, ao contrário das meras aparências, fornecem uma justificativa não-revogável para as crenças perceptuais ao nos colocarem em contato direto com os fatos manifestos no mundo e, portanto, podem fundamentar uma afirmação legítima de conhecimento. Assim, sua concepção recebe o nome de disjuntivismo epistemológico. A partir de suas formulações fundamentais, tanto Snowdon como McDowell são confrontados por diversas reações às suas respectivas versões de disjuntivismo. Desse modo, Snowdon responde, em primeiro lugar, às objeções de William Child, para quem há compatibilidade entre disjuntivismo e causalismo e, em seguida, discute com William Fish sobre a natureza da disputa entre disjuntivistas e não-disjuntivistas. Já McDowell debate primeiramente com Tyler Burge a respeito de qual concepção perceptual é mais robusta, se o anti-individualismo deste último ou o disjuntivismo daquele; na sequência, Crispin Wright e Duncan Pritchard criticam McDowell porque o disjuntivismo não venceria o desafio cético. O resultado do exame de todos esses argumentos a favor e contra o disjuntivismo é que o disjuntivismo se revela uma posição filosófica, não somente rica em seu poder explicativo, como também sólida do ponto de vista argumentativo.Disjunctivism as a conception refuse the traditional philosophical idea that subjective indistinguishability between veridical and non-veridical perceptions (illusions and alucinations) gives as a result either the identity between the respective perceptual states, or the equivalency between the reasons offered for each one of them to sustain perceptual beliefs. Thus, the disjunctive conception of experience has implications about the nature of perception as well as scepticism about external world, a scepticism that bases itself precisely on the same kind of indistinguishability. On the present master thesis, one present how disjunctivism intends accomplish this double refusing task. On philosphy of perception, on the discussion about the nature of perception with defenders of causal theory of perception, Paul Snowdon argues, only instrumentaly, that veridical and non-veridical perceptions produce essentially distinct perceptual states, since they don't share a common element. Therefore, his version of disjunctivism is called metaphisical disjunctivism. On Theory of Knowledge, in the clash against the sceptics, Committed to the highest common factor conception, John McDowell in turn supports that veridical perceptions, contrary to mere appearances, yield indefeasible justification to perceptual beliefs by putting us in direct contact with the facts made manifest int the world, thereby can fundament a legitimate alegation of knowledge; so his conception gets the name of epistemological disjunctivism. From their respective formulations, both Snowdon and McDowell are confronted by reactions to their respective versions of disjunctivism. Thus, in this perspective, Snowdon debates, first, with William Child, about the possibility of compatibility between disjunctivism and causalism; then with Fish, about the nature of the dispute between disjunctivists and non-disjunctivists. On the other hand, McDowell debates initially with Tyler Burge as to which perceptual conception is better, anti-individualism or disjunctivism; next Crispin Wright and Duncan Pritchard discuss with McDowell the putative victory of disjunctivism over scepticism.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2017)361p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)DisjuntivismoPercepçãoFilosofia Da PercepçãoTeoria Do ConhecimentoPaul SnowdonJohn McdowellCeticismoTeoria Causal Da PercepçãoDisjunctivismPerceptionPhilosophy Of PerceptionTheory Of KnowledgePaul SnowdonJohn McdowellScepticismDisjuntivismo: Principais Tipos E Críticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPGuarulhos, Escola de Filosofia, Letras e Ciências HumanasFilosofiaFilosofiaMetafísica, Ciência E Linguagem11600/501212021-07-22 21:50:48.095metadata only accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/50121Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652021-07-23T00:50:48Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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