Influência da atividade física vigorosa/muito vigorosa na variabilidade da frequência cardíaca de adultos: resultados longitudinais do estudo Epimov

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Rodrigo Pereira da [UNIFESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64940
Resumo: A quantidade mínima de atividade física necessária para obter benefícios para a saúde já foi amplamente determinada para o momento que vivemos. Diferentemente, a influência da atividade física vigorosa a muito vigorosa (AFVMV, ≥ 6 equivalentes metabólicos) na saúde cardiovascular permanece controverso, sobretudo considerando seguimento de curto prazo. Nosso objetivo foi avaliar a influência da AFVMV na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em adultos seguidos durante dois anos. Foram selecionados 1.295 indivíduos assintomáticos (60% mulheres, 42 ± 14 anos, 28 ± 6 kg/m2) do Estudo Epidemiológico do Movimento Humano (EPIMOV). Destes 754 voltaram para as reavaliações após um ano e 498 retornaram após dois anos de seguimento. Os participantes foram avaliados quanto à VFC em decúbito dorsal por 10 min, e selecionamos uma janela intermediária de 5 min para a análise. Foram quantificados o desvio padrão dos intervalos RR, raiz quadrada da média dos intervalos RR (RMSSD), potências das bandas de baixa e alta frequência e desvios padrão do gráfico de Poincaré. Os participantes usaram um acelerômetro triaxial (Actigraph GT3x+) acima do quadril dominante por 4-7 dias consecutivos para quantificar a quantidade e intensidade da atividade física habitual. Também avaliamos diretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2max) durante um teste de exercício cardiopulmonar em esteira. Os participantes foram estratificados em cinco grupos de acordo com o AFVMV em min/semana (grupo 1, ≤ 1,30; grupo 2, 1,31-2,83, grupo 3, 2,84-6,83; grupo 4, 6,84-27,91; e grupo 5, > 27,91). Utilizamos modelos lineares múltiplos de efeitos mistos considerando as transformações logarítmicas da VFC e a frequência cardíaca de repouso (FCrep) como desfechos, os grupos de AFVMV e o tempo de seguimento como fatores fixos e os participantes como efeito aleatório. Idade, sexo, risco cardiovascular e VO2max foram ajustados como covariáveis. A AFVMV associou-se com alterações positivas progressivas do RMSSD e da FCrep ao longo de dois anos de seguimento. Para o RMSSD, o grupo 5 não foi significativamente melhor que o grupo 4. Diferentemente, para a FCrep, o grupo 5 apresentou valores ainda melhores que o grupo 4 . Não houve efeitos significativos da AFVMV para as outras variáveis no curto follow-up do presente estudo. Contudo, observamos melhor VFC associada com o maior AFVMV na avaliação basal para todos os índices de VFC estudados (p for trend < 0,05). A despeito da tendência significativa, o grupo 5 não diferiu do grupo 4 (p > 0,05) para nenhum dos índices como efeitos fixos. Podemos concluir que apenas 27 min/semana de AFVMV são suficientes para melhorar a VFC e a FCrep de adultos, com benefícios progressivos em curto prazo (i.e., apenas dois anos). Os resultados obtidos sugerem não haver efeitos deletérios da AFVMV para a modulação autonômica de adultos assintomáticos em curto prazo e, portanto, devem ser encorajadas para a prevenção de doenças cardiovasculares.
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Diferentemente, a influência da atividade física vigorosa a muito vigorosa (AFVMV, ≥ 6 equivalentes metabólicos) na saúde cardiovascular permanece controverso, sobretudo considerando seguimento de curto prazo. Nosso objetivo foi avaliar a influência da AFVMV na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em adultos seguidos durante dois anos. Foram selecionados 1.295 indivíduos assintomáticos (60% mulheres, 42 ± 14 anos, 28 ± 6 kg/m2) do Estudo Epidemiológico do Movimento Humano (EPIMOV). Destes 754 voltaram para as reavaliações após um ano e 498 retornaram após dois anos de seguimento. Os participantes foram avaliados quanto à VFC em decúbito dorsal por 10 min, e selecionamos uma janela intermediária de 5 min para a análise. Foram quantificados o desvio padrão dos intervalos RR, raiz quadrada da média dos intervalos RR (RMSSD), potências das bandas de baixa e alta frequência e desvios padrão do gráfico de Poincaré. Os participantes usaram um acelerômetro triaxial (Actigraph GT3x+) acima do quadril dominante por 4-7 dias consecutivos para quantificar a quantidade e intensidade da atividade física habitual. Também avaliamos diretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2max) durante um teste de exercício cardiopulmonar em esteira. Os participantes foram estratificados em cinco grupos de acordo com o AFVMV em min/semana (grupo 1, ≤ 1,30; grupo 2, 1,31-2,83, grupo 3, 2,84-6,83; grupo 4, 6,84-27,91; e grupo 5, > 27,91). Utilizamos modelos lineares múltiplos de efeitos mistos considerando as transformações logarítmicas da VFC e a frequência cardíaca de repouso (FCrep) como desfechos, os grupos de AFVMV e o tempo de seguimento como fatores fixos e os participantes como efeito aleatório. Idade, sexo, risco cardiovascular e VO2max foram ajustados como covariáveis. A AFVMV associou-se com alterações positivas progressivas do RMSSD e da FCrep ao longo de dois anos de seguimento. Para o RMSSD, o grupo 5 não foi significativamente melhor que o grupo 4. Diferentemente, para a FCrep, o grupo 5 apresentou valores ainda melhores que o grupo 4 . Não houve efeitos significativos da AFVMV para as outras variáveis no curto follow-up do presente estudo. Contudo, observamos melhor VFC associada com o maior AFVMV na avaliação basal para todos os índices de VFC estudados (p for trend < 0,05). A despeito da tendência significativa, o grupo 5 não diferiu do grupo 4 (p > 0,05) para nenhum dos índices como efeitos fixos. Podemos concluir que apenas 27 min/semana de AFVMV são suficientes para melhorar a VFC e a FCrep de adultos, com benefícios progressivos em curto prazo (i.e., apenas dois anos). Os resultados obtidos sugerem não haver efeitos deletérios da AFVMV para a modulação autonômica de adultos assintomáticos em curto prazo e, portanto, devem ser encorajadas para a prevenção de doenças cardiovasculares.70 f.porUniversidade Federal de São PauloAtividade FísicaFrequência CardíacaModulação Autonômica.Influência da atividade física vigorosa/muito vigorosa na variabilidade da frequência cardíaca de adultos: resultados longitudinais do estudo Epimovinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPInstituto de Saúde e Sociedade (ISS)Ciências do Movimento Humano e ReabilitaçãoORIGINALTese_Rodrigo Pereira da Silva_PDFA.pdfTese_Rodrigo Pereira da Silva_PDFA.pdfTese de 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Frequência Cardíaca
Modulação Autonômica.
topic Atividade Física
Frequência Cardíaca
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description A quantidade mínima de atividade física necessária para obter benefícios para a saúde já foi amplamente determinada para o momento que vivemos. Diferentemente, a influência da atividade física vigorosa a muito vigorosa (AFVMV, ≥ 6 equivalentes metabólicos) na saúde cardiovascular permanece controverso, sobretudo considerando seguimento de curto prazo. Nosso objetivo foi avaliar a influência da AFVMV na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em adultos seguidos durante dois anos. Foram selecionados 1.295 indivíduos assintomáticos (60% mulheres, 42 ± 14 anos, 28 ± 6 kg/m2) do Estudo Epidemiológico do Movimento Humano (EPIMOV). Destes 754 voltaram para as reavaliações após um ano e 498 retornaram após dois anos de seguimento. Os participantes foram avaliados quanto à VFC em decúbito dorsal por 10 min, e selecionamos uma janela intermediária de 5 min para a análise. Foram quantificados o desvio padrão dos intervalos RR, raiz quadrada da média dos intervalos RR (RMSSD), potências das bandas de baixa e alta frequência e desvios padrão do gráfico de Poincaré. Os participantes usaram um acelerômetro triaxial (Actigraph GT3x+) acima do quadril dominante por 4-7 dias consecutivos para quantificar a quantidade e intensidade da atividade física habitual. Também avaliamos diretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2max) durante um teste de exercício cardiopulmonar em esteira. Os participantes foram estratificados em cinco grupos de acordo com o AFVMV em min/semana (grupo 1, ≤ 1,30; grupo 2, 1,31-2,83, grupo 3, 2,84-6,83; grupo 4, 6,84-27,91; e grupo 5, > 27,91). Utilizamos modelos lineares múltiplos de efeitos mistos considerando as transformações logarítmicas da VFC e a frequência cardíaca de repouso (FCrep) como desfechos, os grupos de AFVMV e o tempo de seguimento como fatores fixos e os participantes como efeito aleatório. Idade, sexo, risco cardiovascular e VO2max foram ajustados como covariáveis. A AFVMV associou-se com alterações positivas progressivas do RMSSD e da FCrep ao longo de dois anos de seguimento. Para o RMSSD, o grupo 5 não foi significativamente melhor que o grupo 4. Diferentemente, para a FCrep, o grupo 5 apresentou valores ainda melhores que o grupo 4 . Não houve efeitos significativos da AFVMV para as outras variáveis no curto follow-up do presente estudo. Contudo, observamos melhor VFC associada com o maior AFVMV na avaliação basal para todos os índices de VFC estudados (p for trend < 0,05). A despeito da tendência significativa, o grupo 5 não diferiu do grupo 4 (p > 0,05) para nenhum dos índices como efeitos fixos. Podemos concluir que apenas 27 min/semana de AFVMV são suficientes para melhorar a VFC e a FCrep de adultos, com benefícios progressivos em curto prazo (i.e., apenas dois anos). Os resultados obtidos sugerem não haver efeitos deletérios da AFVMV para a modulação autonômica de adultos assintomáticos em curto prazo e, portanto, devem ser encorajadas para a prevenção de doenças cardiovasculares.
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