Fatores sociais e ambientais associados ? ocorr?ncia da esquistossomose no munic?pio de Serro, Minas Gerais

• Autor(a) principal: Siste, Carlos Eduardo
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFVJM
• Texto Completo: http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/handle/1/1159
• topic: Schistosoma mansoni; Fatores sociais e ambientais; An?lise espacial; Social and environmental factors; Spatial analysis

A esquistossomose mansoni ? uma doen?a tropical negligenciada afetando anualmente milh?es de pessoas em todo mundo. ? provocada pelo parasito Schistosoma mansoni que, al?m do hospedeiro definitivo, depende do ambiente aqu?tico e de caramujos do g?nero Biomphalaria como hospedeiro intermedi?rio para completar seu ciclo biol?gico. De uma forma geral, sua ocorr?ncia est? associada a grupos sociais vulner?veis vivendo em ?reas deficit?rias em servi?os de saneamento ambiental e a padr?es de comportamento da popula??o. Al?m disso, altera??es promovidas no ambiente por atividades humanas em diferentes contextos, sobretudo aquelas que afetam diretamente as cole??es h?dricas podem favorecer a instala??o ou manuten??o de focos da doen?a. Desta forma, o presente estudo objetivou analisar os fatores ambientais e sociais associados ? din?mica de ocorr?ncia da esquistossomose no munic?pio de Serro, estado de Minas Gerais. Para tanto, conduziu-se estudo epidemiol?gico, de car?ter descritivo e quantitativo dos casos de esquistossomose ocorridos no per?odo 2010-2014, a partir de dados levantados junto ao Programa de Controle da Esquistossomose de Serro e de entrevistas com a popula??o. Foram identificados 352 casos diagnosticados no per?odo considerado, dentre os quais 104 participaram das entrevistas. Da popula??o total afetada, observou-se ser esta predominantemente masculina (62,78%), em idade economicamente ativa de 15-59 anos (80,1%), com ensino fundamental incompleto (52,8%) e residindo na ?rea rural (81,5%). Dentre os entrevistados, a maioria era natural do pr?prio munic?pio (84,7%), morando na atual resid?ncia h? mais de 20 anos (70%) na qual convivem de 3-6 pessoas (65,4%). A principal forma de ocupa??o s?o as atividades agropecu?rias (48,1%), com a maioria mantendo h?bito regular de fazer exames e consultas m?dicas (62,5%). A maior parte faz uso de ?gua proveniente de nascentes (56,7%) e consideram a ?gua consumida nas casas de boa qualidade (86,5%). A maioria das moradias possui banheiro com vaso sanit?rio (79,8%) destinando o esgoto para fossas secas no quintal ou rede de esgoto da rua (73,1%). ? expressivo o n?mero daqueles que declararam frequentar semanal (90,4%) ou quinzenalmente (79,7%) rios, ribeir?es e c?rregos (74,5%), cachoeiras (13,8%) e a?udes (9,6%) na regi?o, na maioria das vezes mantendo contato com as ?guas para pescar (55,3%), nadar (56,6%) e fazer travessia de caminho (41,5%). A maioria dos entrevistados declarou ter alguma informa??o sobre a doen?a antes de ser diagnosticado infectado (81,7%) e 62,5% n?o retornaram aos servi?os de sa?de para realizar o exame ap?s tratamento medicamentoso. A distribui??o da esquistossomose no munic?pio de Serro esteve significativamente agregada na por??o leste do munic?pio, em ?reas com menor varia??o na eleva??o e declividade, maiores ?ndice de vegeta??o e umidade, associada a ?reas com maior propor??o de domic?lios cujo esgotamento sanit?rio ocorria diretamente em cursos d??gua. Observou-se, ainda, que o maior n?mero de casos da doen?a ocorreu em localidades drenadas por rios da bacia hidrogr?fica do Rio Doce. Diante das particularidades apresentadas na extens?o do munic?pio, principalmente em rela??o ? espacializa??o da doen?a entre as duas grandes bacias hidrogr?ficas do munic?pio (Jequitinhonha e Rio Doce), as informa??es apresentadas podem contribuir para o direcionamento das a??es de controle na escala municipal, seja por meio de estrutura??o sanit?ria e ambiental, ou por meio de orienta??es quanto ao comportamento e exposi??o ?s cole??es h?dricas eventualmente contaminadas por parte da popula??o.