Reinações de uma professora: alinhavos de como pratica um cotidiano escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Rúbria de Cássia Magalhães e
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27333
Resumo: Era uma vez uma professora, chamada Julia, que lecionava para sua turma de crianças do segundo período da Educação Infantil. O nome da turma era Amor. Eles viviam suas aulas num prédio da esquina de uma rua franciscana, de uma cidade chamada Ubá-MG. As crianças chegavam de suas casas, ou da creche, e davam vida ao pátio com suas conversas, corridas e gritos. Ao sinal de uma campainha, elas se organizavam: uma fila com os meninos e outra com as meninas. E sortudo era quem chegava primeiro para ter o privilégio de subir, de mãos dadas com a professora, os vinte e nove degraus até chegar à sala de aula, onde, lá, viviam suas aventuras escolares. Um dia aconteceu algo que não estava programado na agenda daquela professora, escola e turma: a chegada de uma mestranda, para a professora, enquanto que, para os alunos, outra tia. Ela chegou com uma fala difícil, de querer acompanhar o fazer- inventar de uma professora em sua sala de aula, tendo a perspectiva de seguir os modos como a professora e seus alunos praticam uma educação, que está a se fabricar no calor dos encontros do dia a dia na escola. E lá ela se desdobrou para arrumar um cantinho na sala mais quentinha daquele prédio escolar. Assim, o cotidiano escolar (Simonini, Botelho e Amorim (2014), Ferraço (2007) e Oliveira (2012)), amparado no seu velho ar rotineiro, recheado com suas repetições, foi se flexionando e movimentando.Não que as pessoas ouvissem os ruídos das mudanças ou as vissem arquitetônicas. Aconteceu no sussurrar das conversas (Spink, (2008)) entre as crianças, entre a mestranda e a professora, entre a professora e a turma do Amor, entre a professora e os ofícios da prática pedagógica, e entre outras palavras fofoqueiras, onde foi se compondo a pesquisa com/nos/dos cotidianos escolares. Para isso, a mestranda não levou poções mágicas, muito menos seu tradicional livro de receitas; pelo contrário, abandonou alguns hábitos e mergulhou nas produções que a professora construía com suas crianças, com sua sala, em sua prática pedagógica. Foi por meio de conversas pelo Whatsapp e nos cadernos de campo que a mestranda compôs sua pesquisa,bem como nas capturas dos instantes registrados pela fotografia de um celular. Para isso, pareceu útil usar do que Certeau (2017) nos ensinou: de estudar aquilo que os sujeitos fabricam nas dimensões minúsculas de seu viver, ou seja, usando dos cotidianos escolares;seguindo as pistas das fabricações que compuseram os ritmos dos afetos que encontramos junto à professora e às crianças. E qual seria o melhor jeito de contar essa vivência? Nada melhor que uma boa e velha narrativa. Uma fabulação. Um caso contado alinhavando uma escrita em cenas que, ao serem narradas por mim, arquiteta uma maneira de construir um mundo. Afinal, as narrativas nos ajudam a tecer e a ensinar um modo de conduzir atitudes, de aprender, de contar, de imaginar, de praticar um ritmo de vida. Encontrei pelos cotidianos rastros de um planejamento, de usos de livros didáticos, de feminilidades e masculinidades, de políticas educacionais e de currículos praticados tramados a partir de uma professora que, com suas sensibilidades e experiências, constrói, fabrica, produz reinações de uma sala de aula inimaginável. Dito isto, fui tecendo algumas considerações ao longo do caminho:uma de que os cotidianos escolares são prenhes de paradoxos, pois há o de mais bonito e o de mais estranho quando resolvemos sentir, cheirar, tocar ou saborear o que nos soa familiar. Outra de que são nos micro-lugares, naquele terceiro andar, daquela esquina franciscana, que se inventa e pratica currículos potentes, mas que só se permitem serem capturados usando recursos astutos. É mágica do tipo pó de pirlimpimpim. Mas como acaba essa história? Bom... o que há de mais interessante numa história é lê-la e descobrir que todo o fim é o trampolim de muitos começos.
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spelling Silva, Rúbria de Cássia Magalhães ehttp://lattes.cnpq.br/6539865713539983Lopes, Eduardo Simonini2019-10-30T17:53:31Z2019-10-30T17:53:31Z2019-06-17SILVA, Rúbria de Cássia Magalhães e. Reinações de uma professora: alinhavos de como pratica um cotidiano escolar. 2019. 98 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.https://locus.ufv.br//handle/123456789/27333Era uma vez uma professora, chamada Julia, que lecionava para sua turma de crianças do segundo período da Educação Infantil. O nome da turma era Amor. Eles viviam suas aulas num prédio da esquina de uma rua franciscana, de uma cidade chamada Ubá-MG. As crianças chegavam de suas casas, ou da creche, e davam vida ao pátio com suas conversas, corridas e gritos. Ao sinal de uma campainha, elas se organizavam: uma fila com os meninos e outra com as meninas. E sortudo era quem chegava primeiro para ter o privilégio de subir, de mãos dadas com a professora, os vinte e nove degraus até chegar à sala de aula, onde, lá, viviam suas aventuras escolares. Um dia aconteceu algo que não estava programado na agenda daquela professora, escola e turma: a chegada de uma mestranda, para a professora, enquanto que, para os alunos, outra tia. Ela chegou com uma fala difícil, de querer acompanhar o fazer- inventar de uma professora em sua sala de aula, tendo a perspectiva de seguir os modos como a professora e seus alunos praticam uma educação, que está a se fabricar no calor dos encontros do dia a dia na escola. E lá ela se desdobrou para arrumar um cantinho na sala mais quentinha daquele prédio escolar. Assim, o cotidiano escolar (Simonini, Botelho e Amorim (2014), Ferraço (2007) e Oliveira (2012)), amparado no seu velho ar rotineiro, recheado com suas repetições, foi se flexionando e movimentando.Não que as pessoas ouvissem os ruídos das mudanças ou as vissem arquitetônicas. Aconteceu no sussurrar das conversas (Spink, (2008)) entre as crianças, entre a mestranda e a professora, entre a professora e a turma do Amor, entre a professora e os ofícios da prática pedagógica, e entre outras palavras fofoqueiras, onde foi se compondo a pesquisa com/nos/dos cotidianos escolares. Para isso, a mestranda não levou poções mágicas, muito menos seu tradicional livro de receitas; pelo contrário, abandonou alguns hábitos e mergulhou nas produções que a professora construía com suas crianças, com sua sala, em sua prática pedagógica. Foi por meio de conversas pelo Whatsapp e nos cadernos de campo que a mestranda compôs sua pesquisa,bem como nas capturas dos instantes registrados pela fotografia de um celular. Para isso, pareceu útil usar do que Certeau (2017) nos ensinou: de estudar aquilo que os sujeitos fabricam nas dimensões minúsculas de seu viver, ou seja, usando dos cotidianos escolares;seguindo as pistas das fabricações que compuseram os ritmos dos afetos que encontramos junto à professora e às crianças. E qual seria o melhor jeito de contar essa vivência? Nada melhor que uma boa e velha narrativa. Uma fabulação. Um caso contado alinhavando uma escrita em cenas que, ao serem narradas por mim, arquiteta uma maneira de construir um mundo. Afinal, as narrativas nos ajudam a tecer e a ensinar um modo de conduzir atitudes, de aprender, de contar, de imaginar, de praticar um ritmo de vida. Encontrei pelos cotidianos rastros de um planejamento, de usos de livros didáticos, de feminilidades e masculinidades, de políticas educacionais e de currículos praticados tramados a partir de uma professora que, com suas sensibilidades e experiências, constrói, fabrica, produz reinações de uma sala de aula inimaginável. Dito isto, fui tecendo algumas considerações ao longo do caminho:uma de que os cotidianos escolares são prenhes de paradoxos, pois há o de mais bonito e o de mais estranho quando resolvemos sentir, cheirar, tocar ou saborear o que nos soa familiar. Outra de que são nos micro-lugares, naquele terceiro andar, daquela esquina franciscana, que se inventa e pratica currículos potentes, mas que só se permitem serem capturados usando recursos astutos. É mágica do tipo pó de pirlimpimpim. Mas como acaba essa história? Bom... o que há de mais interessante numa história é lê-la e descobrir que todo o fim é o trampolim de muitos começos.There was once a teacher, named Julia, who lectured to her junior high school class. The name of the class was Love. They lived in a building on the corner of a Franciscan street in a town called Ubá-MG. The children came from their homes, or from day-care and endorsed the courtyard with their conversations, races and shouts. At the sign of a bell, they organized themselves. A line with the boys. The other one with the girls. And lucky was that he came first to have the privilege of going hand in hand with the teacher on twenty-nine steps until he reached the classroom, where his school adventures were there. One day something happened that was not programmed in the agenda of that teacher, school and class. One teacher, for the teacher, for the students, another aunt. For you reader, it is I, the narrator of this summary. She came with a difficult speech to follow a teacher's do-invent in her classroom, with the prospect of following the ways the teacher and her students practice an education to manufacture themselves in the heat of day-to-day encounters in school. And there she unfolded to set up a little corner in the more warm room of that school building. Thus, the school routine (Simonini, Botelho and Amorim (2014), Ferraço (2007) and Oliveira (2012)), supported by its old routine, filled with repetitions, flexed and moved, not that people heard the noises change or see the architectural changes. In the whispering of the conversations (Spink, (2008)) between the children, between the teacher and the teacher, between the teacher and the love group, between the teacher and the offices of the pedagogical practice, and other gossiping words was composing the research with / in / of school children. For this, the master did not take magic potions, much less her traditional cookbook, on the contrary, she abandoned some habits and immersed herself in the productions that the teacher built with her children, with her room, in her pedagogical practice. We had conversations on the Whatsapp, in the field notebooks, which the teacher composed and in the captures of the moments registered by the photograph of a cell phone. To that end, it seemed useful to use what Certeau (2017) taught us to study what subjects manufacture in the smallest dimensions of their lives, that is, using school everyday, following the tracks of the fabrications that composed the rhythms of the affections we find next to the teacher and the children. And what would be the best way to tell this experience? Nothing better than a good old narrative. A fable. A storytelling case stitching together a writing in scenes that when narrated by me architect a way to build a world. After all, the narratives help us to weave and teach a way to lead attitudes, to learn, to tell, to imagine, to practice a rhythm of life. I found daily traces of planning, use of textbooks, femininities and masculinities, educational policies, and curricula practiced. Trammed in a teacher who with his sensibilities and experiences builds, manufactures, produces reigns of an unimaginable classroom. Considerations that I have been weaving along the way, the first that everyday school children are clinging to paradoxes, there is the most beautiful and the strangest, when we resolve to feel, smell, touch, taste what we sound familiar. And in the micro-places on that third floor of that Franciscan corner, powerful curricula are invented and practiced, but only allowed to be captured using astute resources. Of the powder type of pirlimpimpim. But how does this story end? Well the most interesting thing in a story is to read it and find that the whole end is the springboard of many beginnings.porUniversidade Federal de ViçosaAmbiente escolarProfessores - FormaçãoSubjetividadeEducação infantilEducaçãoReinações de uma professora: alinhavos de como pratica um cotidiano escolarTeachers' reigns: tacks of how they practice one school everydayinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de EducaçãoMestre em EducaçãoViçosa - MG2019-06-17Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf2098427https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/27333/1/texto%20completo.pdfecb11ccfc95918530d2ef63f41658a15MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/27333/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/273332019-10-30 14:58:59.24oai:locus.ufv.br:123456789/27333Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452019-10-30T17:58:59LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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