O que esperar das relações Brasil-China?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/22673 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782011000400004 |
Resumo: | O artigo trata das relações recentes mantidas entre o Brasil e a República Popular da China (RPC). Objetiva-se apontar os resultados alcançados e os desafios remanescentes nas relações econômico-comerciais e na cooperação bilateral sino-brasileira nas últimas duas décadas (1990-2010). Utiliza-se a hipótese de que as relações entre Brasil e China apresentaram avanços durante o período graças, em especial, à maior liberdade de ação promovida pela interdependência crescente do sistema internacional; embora tais avanços tenham sido limitados devido, sobretudo, (i) às instabilidades internas no Brasil e na China e (ii) à falta de planejamento sistemático da parceria sino-brasileira. Para verificar a hipótese foi examinada a evolução histórica das relações sino-brasileiras, destacando as três primeiras fases das relações bilaterais, referentes à (i) gestação das relações (1949-1974); (ii) fixação das bases das relações (1974-1990); (iii) crise nas relações bilaterais (1990-1993). Em seguida, foram apresentadas as duas últimas fases das relações sino-brasileiras; (iv) o estabelecimento da parceria estratégica (1993-2003) e (v) a maturação das relações bilaterais sino-brasileiras (2003 aos dias atuais). Concluímos que, por um lado, os processos de abertura e globalização no início dos anos 1990 permitiram um aumento de laços entre Brasil e China e, por outro, crises de legitimidade chinesa no plano internacional e mudanças na política externa brasileira levaram a fortes impasses nas relações; por sua vez, enquanto o Brasil hesitou entre uma política externa cooperativa e desenvolvimentista e uma política externa neoliberal e autolimitada à exploração de aspectos econômicos, e submissa a forças hegemônicas internacionais, a China reforçou o pragmatismo de seu comportamento internacional, ampliando o perfil logístico de sua política externa e a busca por oportunidades já no início dos anos 2000. |
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O que esperar das relações Brasil-China?Brazil-China relations : what should we expect?Que devons-nous attendre des relations entre le Brésil et la Chine?Relações econômicas internacionaisRelações internacionais - Brasil - ChinaO artigo trata das relações recentes mantidas entre o Brasil e a República Popular da China (RPC). Objetiva-se apontar os resultados alcançados e os desafios remanescentes nas relações econômico-comerciais e na cooperação bilateral sino-brasileira nas últimas duas décadas (1990-2010). Utiliza-se a hipótese de que as relações entre Brasil e China apresentaram avanços durante o período graças, em especial, à maior liberdade de ação promovida pela interdependência crescente do sistema internacional; embora tais avanços tenham sido limitados devido, sobretudo, (i) às instabilidades internas no Brasil e na China e (ii) à falta de planejamento sistemático da parceria sino-brasileira. Para verificar a hipótese foi examinada a evolução histórica das relações sino-brasileiras, destacando as três primeiras fases das relações bilaterais, referentes à (i) gestação das relações (1949-1974); (ii) fixação das bases das relações (1974-1990); (iii) crise nas relações bilaterais (1990-1993). Em seguida, foram apresentadas as duas últimas fases das relações sino-brasileiras; (iv) o estabelecimento da parceria estratégica (1993-2003) e (v) a maturação das relações bilaterais sino-brasileiras (2003 aos dias atuais). Concluímos que, por um lado, os processos de abertura e globalização no início dos anos 1990 permitiram um aumento de laços entre Brasil e China e, por outro, crises de legitimidade chinesa no plano internacional e mudanças na política externa brasileira levaram a fortes impasses nas relações; por sua vez, enquanto o Brasil hesitou entre uma política externa cooperativa e desenvolvimentista e uma política externa neoliberal e autolimitada à exploração de aspectos econômicos, e submissa a forças hegemônicas internacionais, a China reforçou o pragmatismo de seu comportamento internacional, ampliando o perfil logístico de sua política externa e a busca por oportunidades já no início dos anos 2000.This article looks at recent relations established between Brazil and the People's Republic of China (PRC). Our goal is to draw attention to the results that have been obtained as well as the challenges that remain in Sino-Brazilian economic and commercial relations, as they have unfolded over the last two decades (1990-2010). Our hypothesis is that relations between Brazil and China have moved ahead during this period, particularly due to the greater freedom of action promoted by the growing interdependence of the international system. Nonetheless, progress has been limited, largely because of (i) internal instabilities in Brazil and China and (ii) the lack of systematic planning in the Brazil-China partnership. In order to verify this hypothesis, we have examined the historical evolution of Sino-Brazilian relations, highlighting the first three phases of bilateral relations, which we classify as follows: (i) relations management (1949 -1974), (ii) establishing the fundaments (1974-1990); (iii) crisis in bilateral relations (1990-1993). Next, we look at the last two phases of Sino-Brazilian relations, (iv) the establishment of strategic partnerships (1993-2003) and (v) maturity of Sino-Brazilian relations (2003 to the present day). We conclude that, if on the one hand the processes of opening and globalization at the beginning of the 1990s allowed for intensified relations between Brazil and China, on the other hand, Chinese crises of legitimacy at the international level and changes in Brazilian foreign policy created many knots in these relations. While Brazil oscilated between a cooperative, developmentalist foreign policy and a neo-liberal one limited to economic interest and submissive to internationally hegemonic forces, China reinforced its pragmatic international behavior, thus widening the logistic profile of its foreign policy and its search for opportunities, beginning in the early 2000s.L'article traite des relations récentes entretenues entre le Brésil et la République Populaire de La Chine (RPC). L'objectif, c'est de montrer les résultats obtenus et les défis qui subsistent dans les relations économiques, commerciales et dans la coopération bilatérale sino-brésilienne pendant les dernières décénnies (1990-2010). On utilise l'hypothèse selon laquelle, les relations entre le Brésil et la Chine ont présenté des progrès pendant cette période, particulièrement à cause d'une plus grande liberté d'action promue par l'interdépendance croissante du système international ; malgré les limitations de ces progrès, dues surtout, (i) aux instabilités internes du Brésil et de la Chine, et (ii) au manque de planification systématique du partenariat sino-brésilien. Pour vérifier l'hypothèse, l'évolution historique des relations sino-brésiliennes a été examinée, étant soulignées les trois premières phases des relations bilatérales, qui font référence à (i) la période de développement des relations (1949-1974), à (ii) l'établissement des bases des relations (1974-1990), et à (iii) la crise des relations bilatérales (1990-1993). En suite, les deux dernières phases des relations sino-brésiliennes ont été présentées ; (iv) l'établissement d'un partenariat stratégique (1993-2003) et (v) la maturation des relations bilatérales sino-brésiliennes (à partir de 2003, jusqu'à aujourd'hui). Nous concluons que, d'un côté, les processus d'ouverture et de mondialisation au début des années 1990, ont permis un resserrement des liens entre le Brésil et la Chine; d'un autre côté, les crises de légitimité chinoise dans le plan international et les changements dans la politique extérieure brésilienne, ont conduit à des fortes impasses dans les relations. A son tour, pendant que le Brésil hésitait entre une politique extérieure de coopération et développement, et une politique extérieure néolibérale et autolimitée à l'exploitation des aspects économiques, et soumise à des forces hégémoniques internationales, la Chine a renforcé le pragmatisme de son comportement international, en intensifiant le profil logistique de sa politique extérieure et la recherche d'opportunités déjà au début des années 2000.Instituto de Relações Internacionais (IREL)Universidade Federal do Paraná2017-02-20T13:31:51Z2017-02-20T13:31:51Z2011-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfBECARD, Danielly Silva Ramos. O que esperar das relações Brasil-China?. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 19, supl. 1, p. 31-44, nov. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782011000400004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 16 fev. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782011000400004.http://repositorio.unb.br/handle/10482/22673http://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782011000400004Revista de Sociologia e Política - All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0). Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782011000400004. Acesso em: 16 fev. 2016.info:eu-repo/semantics/openAccessBecard, Danielly Silva Ramosporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-09-01T15:40:24Zoai:repositorio.unb.br:10482/22673Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-09-01T15:40:24Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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