Prazeres e sensações do ato erótico no poema O Chão é Cama, de Carlos Drummond de Andrade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SANTOS, Ronaldo Gomes dos
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: SILVA, Joelma Correia da, BRITO, Amanda Ramalho de Freitas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: REVext (Online)
Texto Completo: https://periodicosuneal.emnuvens.com.br/revext/article/view/149
Resumo: Para pensar o erotismo na literatura brasileira, é necessário entender o texto erótico como metáfora da sexualidade esboçada no gozo da palavra. Segundo Durigan (1985) no texto erótico o leitor apreende um conhecimento sobre o prazer, o que demonstra o texto erótico como uma representação de formas de prazeres e sensações. Por isso, entendemos o erotismo como sendo a busca psicológica da realização das fantasias, o que pode ser definido ainda como sexualidade transfigurada pelas imaginações e pelo desejo, sendo o impulso sexual uma tentativa de buscar a realização das fantasias psicológicas presentes nos desejos sexuais transfigurados pelas imaginações de uma personagem, ou de eu-lírico. Para Nascimento (2003) a relação entre erotismo e poesia se estabelece da seguinte maneira: o erotismo é uma metáfora da sensualidade, em que o sexo como protagonista do ato erótico adquire representações que reverberam aspectos da vida e das experiências interior do homem. Partindo dessas discussões, nosso intuito é analisar a construção do erotismo como representação do amor e dos desejos na forma poética de O chão é cama, de Carlos Drummond de Andrade. Toda essa erotização do poema remete imediatamente a uma desinibição do eu-lírico diante das delícias que atraem o corpo para o ato erótico, uma forma de incorporar como ato de vida as sensações sexuais, ou também para satisfazer os desejos irrealizáveis do próprio “eu”. Mostrando um discurso da necessidade de ser rápido para urgência no amor, isso se caracteriza também no tamanho do poema. A necessidade de concretizar o ato leva a lugares improvisados, nos deixando imaginar em um desejo incontrolável. Um detalhado encontro carnal onde se concretiza o desejo.  E logo após o ato e exaustos do gozo vão procurar repouso na cama. Quando o poeta fala de amor natural, ele descreve o erotismo em forma de desejo e concretude do impulso amoroso entre os amantes, ou seja, um ritual amoroso entre duas pessoas. Uma presença marcante do erotismo físico, que está ligado aos dois sexos. Uma das características principais é a forma que se organiza o masculino e o feminino, não há a presença destorcida dos sexos. Quando suas almas desejam a renovação da essência das relações sexuais, desejando ardentemente encontrar o verdadeiro amor. Cada um dos sexos busca o outro com a única esperança de conseguir a maior satisfação possível de prazeres espirituais e físicos para si, ou como aponta Bataille (1987) a própria recorrência da continuidade.  Cada um utiliza o corpo como simples instrumentos para concretude desse ato. É a habilidade de sentir o próprio corpo e ser capaz de controlar suas reações de maneira a obter maior prazer e felicidade, contrariando as interdições.  
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