BRANQUITUDE E EPISTEMOLOGIA ANTIRRACISTA: POR UMA LINGUÍSTICA APLICADA EFETIVAMENTE CRÍTICA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges,Thais Regina Santos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Trabalhos em Lingüística Aplicada (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132021000300826
Resumo: RESUMO O objetivo deste trabalho é propor uma reflexão crítica acerca do papel da branquitude na produção de saberes acadêmicos na Linguística Aplicada Crítica, consonante com seu horizonte de justiça social, ao se ocupar de fenômenos sociais em que a linguagem enquanto sociossemiose tem papel fundamental. Apoiada no paradigma simultaneamente decolonial (CURIEL, 2017) e interseccional (COLLINS, 1990), defendo sua vocação necessariamente antirracista, no contexto dos embates contra-hegemônicos de uma academia entendida como instanciação do mundo "cubo-branco" (KILOMBA, 2019), para configurar a área como efetivamente crítica, a partir da consolidação de uma epistemologia antirracista que atravesse o campo. Nesse sentido, destaco a necessidade de escrutínio da branquitude enquanto conjunto de práticas sociais (CONCEIÇÃO, 2020), refletindo sobre performances raciais (MELO, 2018) da branquitude crítica (CARDOSO, 2017) na academia. Tendo como pressuposto o caráter crítico-reflexivo da pesquisa em si (DE FINA, 2015), destaco a pertinência da escuta ativa e de processos de autoescuta, em que há a possibilidade de "se ouvir escutando" (SOUZA, 2011), a fim de driblar a transparência de ideologias racistas da branquitude performadas discursivamente por analistas brancos, brancas e branques em seu silêncio performativo de racismo (BENTO, 2002). Trazendo a ideia de transformação social para dentro do próprio campo, proponho pensar o "estudo" (HARNEY) MOTEN, 2013), uma forma de oposição à produção de conhecimento, que é expoente de um fazer acadêmico colonial e colonizado, em consonância com a performatividade afetiva do "sentir crítico", para articular novos modos de ser, estar, agir e sentir no/ com o mundo (BORGES, 2017a).
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