Espelho, espelho-ulisses: a iniciação para o amor por meio da descoberta do Eu em face do outro, uma viagem dialógica pela perspectiva do cronotopo bakhtiniano

• Autor(a) principal: Oliveira, Daniela Rodrigues de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/4094
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA; Linguística - Dialogismo; Cronotopo; Ulisses (personagem); Loreley (personagem); Diversidade de gêneros

Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, da autora Clarice Lispector, publicado em 1969, é uma obra que tem como tema central a relação amorosa das personagens Loreley e Ulisses, sendo este último um personagem cujo nome é recorrente nas obras da autora, e ela, Lóri, nos remete à sereia da antiguidade. A referida obra foi adaptada para o cinema em 2020, com a estreia oficial prevista para o primeiro semestre do ano de 2022. Ao percebermos que há um diálogo estabelecido entre essas duas produções, especificamente entre o personagem Ulisses e também com o personagem homônimo da Odisseia de Homero, sentimo-nos instigadas a pesquisar mais. Assim, nosso trabalho tem o propósito de apresentar uma leitura comparada do filme O livro dos prazeres, de Marcela Lordy (2022) com a obra Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, 1969, de Clarice Lispector, apontando as relações dialógicas presentes no filme, não apenas com o livro adaptado, cujo nome é Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, mas também passando pelo texto da literatura universal, a Odisseia, de Homero, pelo viés do dialogismo e o conceito de cronotopo propostos por Bakhtin, levando em conta a questão do inacabamento e da incompletude do ser, reflexões propostas pelo filósofo. Em relação ao arcabouço teórico, utilizamos os estudos de Fiorin (2011), Faraco (2019), Brait (2018), Bakhtin e o Círculo (2018), no que tange às reflexões sobre o dialogismo e cronotopo. Para tanto, escolhemos fragmentos tanto do romance, quanto do filme afim de demostrarmos as relações de diálogo entre eles estabelecidas, bem como, usaremos as ideias relativas ao cronotopo bakhtiniano para demonstrarmos como se compõe a trajetória de Ulisses em sua caminhada, seus retornos, dilemas e buscas, sem deixar de ressignificar também a sereia Loreley, a mulher que em grande medida, por meio do grande encontro com Ulisses, se compõe, conhece-se e nesse processo de autocomposição também o transforma, o complementa e juntos encontram-se para o amor. Palavras-chave: Dialogismo, Cronotopo, Ulisses, Loreley, diversidade de gêneros.