Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Rosicler Lemos da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/251140
https://lattes.cnpq.br/5594905759255192
https://orcid.org/0000-0002-0028-159X
Resumo: O objetivo deste trabalho consistiu em interpretar os processos de construção das identidades étnicos-raciais da população negra da cidade de Franca (SP), através da escuta e do registro de suas memórias. A pesquisa foi qualitativa e se utilizou da metodologia de História Oral. Além da revisão bibliográfica e documental realizou-se a pesquisa de campo, sendo utilizadas as técnicas de entrevista de depoimentos de vida e de grupo focal. Para a identificação das(os) participantes, foram feitos contatos com lideranças dos movimentos e coletivos negros, em especial do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca (COMDECON). Optou-se pela Análise de Discurso enquanto metodologia que propiciou a interpretação das narrativas que foram divididas em categorias. Os principais resultados deste estudo consistiram no registro das memórias das negras e negros quanto às suas vivencias, existências e resistências na cidade de Franca (SP), sendo possível interpretá-las diante da história oficial da cidade; aproximar e compreender quais influências a população negra francana sofreu e/ou sofre nos processos de construção de suas identidades étnico-raciais; aprofundar o estudo sobre as relações étnico-raciais brasileiras, da região do nordeste paulista e em especial de Franca (SP). Concluiu-se que em Franca (SP), a maioria das histórias oficiais e dos marcadores históricos e arquitetônicos invisibilizam e ensurdecem a população negra, por representarem, referenciarem e retratarem somente a branquitude, possuindo grande influência do período colonial europeu e do catolicismo romano. E por mais que as negras e os negros apareçam na história oficial de Franca (SP) como escravizadas(os), mercadoria e “braço escravo”, nas memórias das(os) participantes da pesquisa de campo, são evidenciadas(os) e referenciadas(os), explicitando toda a sua potência, protagonismo, resistência, afeto, força, sabedoria, alegria, cultura e espiritualidade, enquanto aquelas e aqueles que construíram e influenciaram na formação de Franca (SP) em todos os seus aspectos, sociais, econômicos, culturais e políticos. Por isso, a Franca não é do Imperador, mas sim do povo preto!
id UNSP_0a125cdf87299d469e8ad144ff9fa401
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/251140
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistênciasFranca does not belong to the emperor, It's from the black people! Memories, identities and resistancesFranca no pertenece al emperador, Es de los negros! Memorias, identidades y resistenciasIdentidades étnico-raciaisMemóriasResistênciasPopulação negraFranca (SP)Ethnic-racial identitiesMemoirsResistancesBlack populationIdentidades étnico-racialesMemoriasResistenciasPoblación negraO objetivo deste trabalho consistiu em interpretar os processos de construção das identidades étnicos-raciais da população negra da cidade de Franca (SP), através da escuta e do registro de suas memórias. A pesquisa foi qualitativa e se utilizou da metodologia de História Oral. Além da revisão bibliográfica e documental realizou-se a pesquisa de campo, sendo utilizadas as técnicas de entrevista de depoimentos de vida e de grupo focal. Para a identificação das(os) participantes, foram feitos contatos com lideranças dos movimentos e coletivos negros, em especial do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca (COMDECON). Optou-se pela Análise de Discurso enquanto metodologia que propiciou a interpretação das narrativas que foram divididas em categorias. Os principais resultados deste estudo consistiram no registro das memórias das negras e negros quanto às suas vivencias, existências e resistências na cidade de Franca (SP), sendo possível interpretá-las diante da história oficial da cidade; aproximar e compreender quais influências a população negra francana sofreu e/ou sofre nos processos de construção de suas identidades étnico-raciais; aprofundar o estudo sobre as relações étnico-raciais brasileiras, da região do nordeste paulista e em especial de Franca (SP). Concluiu-se que em Franca (SP), a maioria das histórias oficiais e dos marcadores históricos e arquitetônicos invisibilizam e ensurdecem a população negra, por representarem, referenciarem e retratarem somente a branquitude, possuindo grande influência do período colonial europeu e do catolicismo romano. E por mais que as negras e os negros apareçam na história oficial de Franca (SP) como escravizadas(os), mercadoria e “braço escravo”, nas memórias das(os) participantes da pesquisa de campo, são evidenciadas(os) e referenciadas(os), explicitando toda a sua potência, protagonismo, resistência, afeto, força, sabedoria, alegria, cultura e espiritualidade, enquanto aquelas e aqueles que construíram e influenciaram na formação de Franca (SP) em todos os seus aspectos, sociais, econômicos, culturais e políticos. Por isso, a Franca não é do Imperador, mas sim do povo preto!The objective of this work was to interpret the processes of construction of ethnic-racial identities of the black population of the city of Franca (SP), through listening and recording their memories. The research was qualitative and used the Oral History methodology. In addition to the bibliographic and documentary review, field research was carried out, using life testimonial and focus group interview techniques. To identify the participants, contacts were made with leaders of black movements and collectives, especially the Municipal Council for Participation and Development of the Black Community of Franca (COMDECON). Discourse Analysis was chosen as a methodology that enabled the interpretation of narratives that were divided into categories. The main results of this study consisted of recording the memories of black women and men regarding their experiences, existences and resistance in the city of Franca (SP), making it possible to interpret them in light of the official history of the city; approach and understand what influences the black Franconian population suffered and/or suffers in the processes of building their ethnic-racial identities; deepen the study of Brazilian ethnic-racial relations, in the northeast region of São Paulo and especially in Franca (SP). It was concluded that in Franca (SP), most official histories and historical and architectural markers make the black population invisible and deafen, as they represent, reference and portray only whiteness, having a great influence from the European colonial period and Roman Catholicism. And even though black women and black men appear in the official history of Franca (SP) as enslaved people, merchandise and “slave arm”, in the memories of field research participants, they are highlighted and referenced (them), explaining all their power, protagonism, resistance, affection, strength, wisdom, joy, culture and spirituality, while those who built and influenced the formation of Franca (SP) in all its aspects, social, economic, cultural and political. Therefore, Franca does not belong to the Emperor, but to the black people!El objetivo de este trabajo fue interpretar los procesos de construcción de identidades étnico-raciales de la población negra de la ciudad de Franca (SP), a través de la escucha y el registro de sus memorias. La investigación fue cualitativa y utilizó la metodología de Historia Oral. Además de la revisión bibliográfica y documental, se realizó una investigación de campo, utilizando técnicas de testimonios de vida y entrevistas de grupos focales. Para identificar a los participantes se realizaron contactos con líderes de movimientos y colectivos negros, especialmente el Consejo Municipal de Participación y Desarrollo de la Comunidad Negra de Franca (COMDECON). Se eligió el Análisis del Discurso como metodología que permitió la interpretación de narrativas divididas en categorías. Los principales resultados de este estudio consistieron en registrar las memorias de mujeres y hombres negros sobre sus vivencias, existencias y resistencias en la ciudad de Franca (SP), posibilitando interpretarlas a la luz de la historia oficial de la ciudad; acercarse y comprender qué influencias sufrió y/o sufre la población negra “francana” en los procesos de construcción de sus identidades étnico-raciales; profundizar el estudio de las relaciones étnico-raciales brasileñas, en la región noreste de São Paulo y especialmente en Franca (SP). Se concluyó que en Franca (SP), la mayoría de las historias oficiales y marcadores históricos y arquitectónicos invisibilizan y ensordecen a la población negra, ya que representan, referencian y retratan sólo la blancura, teniendo gran influencia del período colonial europeo y del catolicismo romano. Y si bien las mujeres y los hombres negros aparecen en la historia oficial de Franca (SP) como esclavos, mercancías y “brazo de esclavo”, en la memoria de los participantes de la investigación de campo, son resaltados y referenciados, explicando todo su poder, protagonismo, resistencia, cariño, fuerza, sabiduría, alegría, cultura y espiritualidad, mientras que quienes construyeron e influyeron en la formación de Franca (SP) en todos sus aspectos, social, económico, cultural y político. ¡Por tanto, Franca no pertenece al Emperador, sino al pueblo negro!Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fonseca, Dagoberto José [UNESP]Freitas, Taís Pereira deSilva, Rosicler Lemos da2023-10-27T18:38:48Z2023-10-27T18:38:48Z2023-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSILVA, Rosicler Lemos da. Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias, identidades e resistências. 2023. 237f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2023.https://hdl.handle.net/11449/251140https://lattes.cnpq.br/5594905759255192https://orcid.org/0000-0002-0028-159Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-27T06:21:55Zoai:repositorio.unesp.br:11449/251140Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T21:27:17.709310Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
Franca does not belong to the emperor, It's from the black people! Memories, identities and resistances
Franca no pertenece al emperador, Es de los negros! Memorias, identidades y resistencias
title Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
spellingShingle Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
Silva, Rosicler Lemos da
Identidades étnico-raciais
Memórias
Resistências
População negra
Franca (SP)
Ethnic-racial identities
Memoirs
Resistances
Black population
Identidades étnico-raciales
Memorias
Resistencias
Población negra
title_short Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
title_full Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
title_fullStr Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
title_full_unstemmed Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
title_sort Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias identidades e resistências
author Silva, Rosicler Lemos da
author_facet Silva, Rosicler Lemos da
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Fonseca, Dagoberto José [UNESP]
Freitas, Taís Pereira de
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Rosicler Lemos da
dc.subject.por.fl_str_mv Identidades étnico-raciais
Memórias
Resistências
População negra
Franca (SP)
Ethnic-racial identities
Memoirs
Resistances
Black population
Identidades étnico-raciales
Memorias
Resistencias
Población negra
topic Identidades étnico-raciais
Memórias
Resistências
População negra
Franca (SP)
Ethnic-racial identities
Memoirs
Resistances
Black population
Identidades étnico-raciales
Memorias
Resistencias
Población negra
description O objetivo deste trabalho consistiu em interpretar os processos de construção das identidades étnicos-raciais da população negra da cidade de Franca (SP), através da escuta e do registro de suas memórias. A pesquisa foi qualitativa e se utilizou da metodologia de História Oral. Além da revisão bibliográfica e documental realizou-se a pesquisa de campo, sendo utilizadas as técnicas de entrevista de depoimentos de vida e de grupo focal. Para a identificação das(os) participantes, foram feitos contatos com lideranças dos movimentos e coletivos negros, em especial do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca (COMDECON). Optou-se pela Análise de Discurso enquanto metodologia que propiciou a interpretação das narrativas que foram divididas em categorias. Os principais resultados deste estudo consistiram no registro das memórias das negras e negros quanto às suas vivencias, existências e resistências na cidade de Franca (SP), sendo possível interpretá-las diante da história oficial da cidade; aproximar e compreender quais influências a população negra francana sofreu e/ou sofre nos processos de construção de suas identidades étnico-raciais; aprofundar o estudo sobre as relações étnico-raciais brasileiras, da região do nordeste paulista e em especial de Franca (SP). Concluiu-se que em Franca (SP), a maioria das histórias oficiais e dos marcadores históricos e arquitetônicos invisibilizam e ensurdecem a população negra, por representarem, referenciarem e retratarem somente a branquitude, possuindo grande influência do período colonial europeu e do catolicismo romano. E por mais que as negras e os negros apareçam na história oficial de Franca (SP) como escravizadas(os), mercadoria e “braço escravo”, nas memórias das(os) participantes da pesquisa de campo, são evidenciadas(os) e referenciadas(os), explicitando toda a sua potência, protagonismo, resistência, afeto, força, sabedoria, alegria, cultura e espiritualidade, enquanto aquelas e aqueles que construíram e influenciaram na formação de Franca (SP) em todos os seus aspectos, sociais, econômicos, culturais e políticos. Por isso, a Franca não é do Imperador, mas sim do povo preto!
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-10-27T18:38:48Z
2023-10-27T18:38:48Z
2023-08-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv SILVA, Rosicler Lemos da. Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias, identidades e resistências. 2023. 237f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2023.
https://hdl.handle.net/11449/251140
https://lattes.cnpq.br/5594905759255192
https://orcid.org/0000-0002-0028-159X
identifier_str_mv SILVA, Rosicler Lemos da. Franca não é do imperador, É do povo preto! Memórias, identidades e resistências. 2023. 237f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2023.
url https://hdl.handle.net/11449/251140
https://lattes.cnpq.br/5594905759255192
https://orcid.org/0000-0002-0028-159X
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808129321954443264