Variação geográfica dos camarões Dendrobranchiata nas regiões sudeste e sul do Brasil: teste de hipóteses sobre o paradigma do efeito latitudinal

• Autor(a) principal: Grabowski, Raphael Cezar [UNESP]
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150791
• topic: Crescimento; Dendrobranchiata; Distribuição; Recursos pesqueiros; Reprodução

O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de gradientes latitudinais na influência ambiental sobre parâmetros populacionais de Sicyonia dorsalis, Rimapenaeus constrictus e Pleoticus muelleri na costa sudeste do Brasil. As amostras foram realizadas em quatro regiões (Macaé (≈22ºS), Ubatuba (≈23ºS), Cananéia (≈25ºS) e São Francisco do Sul (≈26ºS)), utilizando barcos de pesca artesanal, em diferentes períodos entre julho de 2010 e junho de 2014. A influência dos fatores ambientais foi testada utilizando a análise de redundância (RDA) (p ≤ 0,05), e o período reprodutivo e de recrutamento foram considerados como os períodos com maior frequência de fêmeas reprodutivas e jovens, respectivamente, para cada região. Os parâmetros de crescimento foram analisados utilizando o modelo de crescimento de Von Bertalanffy, e a longevidade foi calculada a partir do mesmo modelo, invertido, comparando as curvas médias de cada região utilizando o teste F (p ≤ 0.05). Foram analisados 9.838 camarões, e em todas as regiões, as fêmeas atingiram maiores tamanhos, uma provável influência de seu sistema de cópula, o qual desconsidera o tamanho de machos, ou então uma adaptação para aumentar a fecundidade de fêmeas. As fêmeas também foram mais abundantes, uma consequência de diferentes atividades migratórias e taxas de mortalidade entre os sexos. Foi possível observar uma tendência à diminuição do tamanho corpóreo à medida que aumentou a latitude, o oposto à tendência esperada de aumento no tamanho corpóreo com o aumento da latitude, indicando uma conexão migratória entre grupos que podem pertencer a uma mesma população. A reprodução apresentou uma tendência à sazonalidade em maiores latitudes, possivelmente induzida pela sazonalidade na disponibilidade de alimento larval e na influência de massas de água na costa brasileira.