Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/214732
Resumo: A diversidade de espécies em florestas tropicais é fortemente moldada por interações mutualistas entre as plantas e os animais que se alimentam de frutos e que dispersam sementes. Compreender os processos subjacentes à dispersão de sementes é importante para entender como e onde se inicia o ciclo de vida das plantas, influenciando a manutenção populacional e moldando as respostas às mudanças globais. Este trabalho teve como objetivo investigar o padrão espacial da chuva de sementes de uma palmeira considerada uma espécie chave, Euterpe edulis. Nossas três hipóteses são: (1) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas coespecíficas frutificando; (2) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas heteroespecíficas zoocóricas; e (3) terrenos com desnível mais baixo acumulam maior chuva de sementes. Usamos a localização geográfica das palmeiras reprodutivas e coletamos e georreferenciamos 455 sementes recém-dispersas em uma parcela de 1 ha no Parque Estadual da Serra do Mar (núcleo Santa Virgínia) em São Paulo. Utilizamos as análises de padrões de pontos uni- e bivariados para caracterizar a distribuição espacial da chuva de sementes. Os resultados foram baseados em 455 sementes, 186 palmeiras adultas e 911 indivíduos arbóreos de espécies zoocóricas que se reproduzem no mesmo período da espécie modelo. As análises de padrão de pontos indicaram que as sementes estão espacialmente agregadas e espacialmente associadas às palmeiras reprodutivas. Porém, não corroboramos a hipótese sobre as heterospecíficas, já que as sementes apresentaram independência espacial em relação às árvores zoocóricas heteroespecíficas. A hipótese três foi corroborada, já que observamos uma maior intensidade de padrão de pontos (sementes) em terrenos mais baixos. Este estudo foi realizado em uma das reservas mais preservadas da Mata Atlântica. Portanto, o padrão de dispersão que observamos representa o resultado de interações biodiversas, em seu melhor cenário. Sabemos que a defaunação, por ocasionar a extirpação de grandes animais e frugívoros, pode afetar a quantidade e padrão de dispersão de sementes. Então é importante conhecer o sistema em um local preservado para entendermos o que estamos perdendo em ambientes fragmentados, que é o que mais sobrou da Mata Atlântica.
id UNSP_86ea2068e16e974ca46ec3f13daf8c85
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/214732
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropicalSpatial pattern of the bird generated seed rain of a tropical palmEuterpe edulisTropicalMata AtlânticaAnálise espacial em padrão de pontosDispersão de sementesAtlantic forestPoint pattern analysisSeed dispersalA diversidade de espécies em florestas tropicais é fortemente moldada por interações mutualistas entre as plantas e os animais que se alimentam de frutos e que dispersam sementes. Compreender os processos subjacentes à dispersão de sementes é importante para entender como e onde se inicia o ciclo de vida das plantas, influenciando a manutenção populacional e moldando as respostas às mudanças globais. Este trabalho teve como objetivo investigar o padrão espacial da chuva de sementes de uma palmeira considerada uma espécie chave, Euterpe edulis. Nossas três hipóteses são: (1) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas coespecíficas frutificando; (2) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas heteroespecíficas zoocóricas; e (3) terrenos com desnível mais baixo acumulam maior chuva de sementes. Usamos a localização geográfica das palmeiras reprodutivas e coletamos e georreferenciamos 455 sementes recém-dispersas em uma parcela de 1 ha no Parque Estadual da Serra do Mar (núcleo Santa Virgínia) em São Paulo. Utilizamos as análises de padrões de pontos uni- e bivariados para caracterizar a distribuição espacial da chuva de sementes. Os resultados foram baseados em 455 sementes, 186 palmeiras adultas e 911 indivíduos arbóreos de espécies zoocóricas que se reproduzem no mesmo período da espécie modelo. As análises de padrão de pontos indicaram que as sementes estão espacialmente agregadas e espacialmente associadas às palmeiras reprodutivas. Porém, não corroboramos a hipótese sobre as heterospecíficas, já que as sementes apresentaram independência espacial em relação às árvores zoocóricas heteroespecíficas. A hipótese três foi corroborada, já que observamos uma maior intensidade de padrão de pontos (sementes) em terrenos mais baixos. Este estudo foi realizado em uma das reservas mais preservadas da Mata Atlântica. Portanto, o padrão de dispersão que observamos representa o resultado de interações biodiversas, em seu melhor cenário. Sabemos que a defaunação, por ocasionar a extirpação de grandes animais e frugívoros, pode afetar a quantidade e padrão de dispersão de sementes. Então é importante conhecer o sistema em um local preservado para entendermos o que estamos perdendo em ambientes fragmentados, que é o que mais sobrou da Mata Atlântica.Species diversity in tropical forests is strongly shaped by mutualistic interactions between fruit- eating and seed-dispersing plants and animals. Understanding the processes underlying seed dispersal is important to understand how and where the plant life cycle begins, influencing population maintenance and shaping responses to global change. This work aimed to investigate the spatial pattern of seed rain of a palm tree considered a key species, Euterpe edulis. Our three hypotheses are: (1) the seed rain is aggregated and spatially associated with conspecific plants bearing fruits; (2) the seed rain is aggregated and spatially associated with heterospecific zoochoric plants; and (3) terrain with lower slopes accumulate more seed rain. We used the geographic location of the reproductive palms and collected and georeferenced 455 newly dispersed seeds in a 1 ha plot in Serra do Mar State Park in São Paulo. We used univariate and bivariate point pattern analyses to characterize the spatial distribution of the seed rain. The results were based on 455 seeds, 186 adult palms and 911 arboreal species of zoochoric species that reproduce in the same period as the model species. Point pattern analysis indicated that seeds are spatially aggregated and spatially associated with reproductive palms. However, the hypothesis about heterospecific trees was not supported, as seeds were spatially independent in relation to heterospecific zoochoric trees. The third hypothesis was corroborated, as we observed a higher point pattern intensity in lower terrain. This study was carried out in one of the most preserved reserves in the Atlantic Forest. Therefore, the dispersal pattern we observe represents the result of biodiverse interactions, in their best case. We know that defaunation, by causing the extirpation of large animals and frugivores, can affect the quantity and pattern of seed dispersal. So, it is important to know the system in a preserved area to understand what we are missing in fragmented environments, which is what's most left of the Atlantic Forest.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Côrtes, Marina Corrêa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]2021-10-13T14:15:52Z2021-10-13T14:15:52Z2021-08-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21473233004137067P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-17T06:09:53Zoai:repositorio.unesp.br:11449/214732Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:55:11.711303Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
Spatial pattern of the bird generated seed rain of a tropical palm
title Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
spellingShingle Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]
Euterpe edulis
Tropical
Mata Atlântica
Análise espacial em padrão de pontos
Dispersão de sementes
Atlantic forest
Point pattern analysis
Seed dispersal
title_short Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
title_full Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
title_fullStr Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
title_full_unstemmed Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
title_sort Padrão espacial da chuva de sementes gerada por aves dispersoras de uma palmeira tropical
author Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]
author_facet Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Côrtes, Marina Corrêa [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Winter, Mariana Giuliatti [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Euterpe edulis
Tropical
Mata Atlântica
Análise espacial em padrão de pontos
Dispersão de sementes
Atlantic forest
Point pattern analysis
Seed dispersal
topic Euterpe edulis
Tropical
Mata Atlântica
Análise espacial em padrão de pontos
Dispersão de sementes
Atlantic forest
Point pattern analysis
Seed dispersal
description A diversidade de espécies em florestas tropicais é fortemente moldada por interações mutualistas entre as plantas e os animais que se alimentam de frutos e que dispersam sementes. Compreender os processos subjacentes à dispersão de sementes é importante para entender como e onde se inicia o ciclo de vida das plantas, influenciando a manutenção populacional e moldando as respostas às mudanças globais. Este trabalho teve como objetivo investigar o padrão espacial da chuva de sementes de uma palmeira considerada uma espécie chave, Euterpe edulis. Nossas três hipóteses são: (1) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas coespecíficas frutificando; (2) a chuva de sementes é agregada e espacialmente associada a plantas heteroespecíficas zoocóricas; e (3) terrenos com desnível mais baixo acumulam maior chuva de sementes. Usamos a localização geográfica das palmeiras reprodutivas e coletamos e georreferenciamos 455 sementes recém-dispersas em uma parcela de 1 ha no Parque Estadual da Serra do Mar (núcleo Santa Virgínia) em São Paulo. Utilizamos as análises de padrões de pontos uni- e bivariados para caracterizar a distribuição espacial da chuva de sementes. Os resultados foram baseados em 455 sementes, 186 palmeiras adultas e 911 indivíduos arbóreos de espécies zoocóricas que se reproduzem no mesmo período da espécie modelo. As análises de padrão de pontos indicaram que as sementes estão espacialmente agregadas e espacialmente associadas às palmeiras reprodutivas. Porém, não corroboramos a hipótese sobre as heterospecíficas, já que as sementes apresentaram independência espacial em relação às árvores zoocóricas heteroespecíficas. A hipótese três foi corroborada, já que observamos uma maior intensidade de padrão de pontos (sementes) em terrenos mais baixos. Este estudo foi realizado em uma das reservas mais preservadas da Mata Atlântica. Portanto, o padrão de dispersão que observamos representa o resultado de interações biodiversas, em seu melhor cenário. Sabemos que a defaunação, por ocasionar a extirpação de grandes animais e frugívoros, pode afetar a quantidade e padrão de dispersão de sementes. Então é importante conhecer o sistema em um local preservado para entendermos o que estamos perdendo em ambientes fragmentados, que é o que mais sobrou da Mata Atlântica.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-10-13T14:15:52Z
2021-10-13T14:15:52Z
2021-08-04
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/214732
33004137067P1
url http://hdl.handle.net/11449/214732
identifier_str_mv 33004137067P1
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128874995777536