Associação entre aliança terapêutica e qualidade de vida em psicoterapia psicodinâmica, terapia cognitivo comportamental e terapia interpessoal : a perspectiva do paciente

• Autor(a) principal: Barbisan, Guilherme Kirsten
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202548
• topic: Adulto; Terapia psicanalitica; Terapia cognitivo-comportamental; Transtornos mentais; Psicoterapia; Aliança terapêutica; Relações interpessoais; Estudos transversais; Qualidade de vida; Preferência do paciente

Introdução: A aliança terapêutica, originalmente um conceito psicanalítico, tem sido um fator associado a resultados positivos em todas as modalidades psicoterápicas, e essa associação vem sendo estudada de forma maciça nas últimas décadas. A evidência de sua capacidade preditiva de melhora dos sintomas específicos dos transtornos mentais é robusta, porém, na literatura revisada até o momento, não existem estudos relacionando a aliança terapêutica com medidas de qualidade de vida. Objetivos: Nosso objetivo é avaliar se existe associação entre aliança terapêutica e qualidade de vida em pacientes adultos em três diferentes psicoterapias. Métodos: Foi realizado um estudo transversal que incluiu pacientes ambulatoriais submetidos a tratamento psicoterapêutico individual em algumas modalidades: psicoterapia psicanalítica (PP), terapia cognitivo-comportamental (TCC) e terapia interpessoal (TIP). Foram avaliadas tanto as Escalas de Psicoterapia Aliança da Califórnia - versão Paciente (CALPAS -P), quanto a escala de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde - versão curta (WHOQOL-BREF) em 71 pacientes ambulatoriais. Para avaliar a associação do escore nos domínios da qualidade de vida, aplicou-se o modelo linear generalizado. Para avaliar a correlação entre essas variáveis, foi obtido o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Ao incluir a amostra total na análise, a associação entre a escala CALPAS -P com os domínios do WHOQOL-BREF não apresentou significância estatística (p <0,05). Ao considerar apenas a amostra de pacientes que estavam em tratamento em PP, houve significância estatística na associação entre o escore total da CALPAS -P apenas com o domínio psicológico da WHOQOL-BREF b = 7.943 (0,14 a 15,74) (p = 0,046), e correlação de Pearson r = 0,287. Quando da regressão para os fatores de confusão (idade, número de sessões, sintomas depressivos, sexo e uso de medicação psiquiátrica), a correlação do domínio psicológico com o CALPAS -P nos pacientes com PP perde a significância (p = 0,221). Conclusão: Esses achados corroboram a hipótese de que, embora seja considerado um fator inespecífico de qualquer tipo de psicoterapia, parece estar mais fortemente relacionado a melhores resultados em psicoterapias psicanalíticas.