Educação popular, integralidade e formação em enfermagem no cenário da extensão universitária
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/31958 |
Resumo: | Atualmente assistimos à ineficiência das escolas formadoras em preparar os estudantes para os desafios do trabalho em saúde. O movimento de mudança na formação dos profissionais de saúde no Brasil e as alterações curriculares ainda não foram capazes de provocar efeitos profundos e convergentes para a prática da integralidade e da defesa do Sistema Único de Saúde. Na enfermagem, apesar do seu trabalho presumir relações dialógicas e de o cuidado ser um elemento marcante, o modelo biomédico ainda é predominante. Perguntamos: a educação popular, no cenário da extensão universitária, pode ser uma das saídas para a situação vigente e aproximar a formação em enfermagem da integralidade? A presente pesquisa teve como objetivo analisar o modo como a educação popular, no cenário da extensão universitária, pode contribuir com o fortalecimento da integralidade na formação em enfermagem. Partimos das seguintes questões de pesquisa: Que conhecimentos relacionados com os sentidos da integralidade foram vivenciados no cenário em estudo? Que situações e sujeitos possibilitaram essas vivências? Que processos epistemológicos e políticos orientados pela educação popular contribuíram para a formação em enfermagem? Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo pesquisa documental, que aplicou a análise de conteúdo na modalidade temática. Os documentos analisados (721 diários de campo) foram produzidos por nove estudantes de enfermagem, entre julho de 2006 e julho de 2007, na época integrantes do projeto de extensão Vivências em Educação Popular no Extremo Sul do Brasil (Vepop Extremo Sul). Participaram do projeto cerca de 50 estudantes distribuídos em grupos multiprofissionais e interdisciplinares, que atuavam em 19 comunidades populares das cidades de Rio Grande e São José do Norte, Brasil. As experiências e as reflexões relatadas nos diários de campo indicam que a educação popular, no cenário da extensão universitária, proporcionou uma inserção mais profunda e desafiadora na realidade comunitária, resguardando um horizonte emancipatório não impositivo e preocupado com a produção de cidadania. A aproximação problematizadora com essa realidade contribuiu para a inauguração de novos sentidos e fins sociais para a graduação das enfermeiras, nos quais o cuidado tende a estar conectado com as necessidades mais abrangentes das pessoas. A convivência das estudantes de enfermagem com os setores populares, o compartilhamento de histórias de vida e a organização política em prol dos direitos sociais geraram conhecimentos e práticas que instigaram mudanças na formação profissional e revelaram a importância do Sistema Único de Saúde como política social e projeto de sociedade. Portanto a educação popular constituiu um caminho possível para a construção da prática da integralidade, sensibilizando as futuras enfermeiras para a produção de vínculos afetivos e políticos, dialógicos e terapêuticos, que implicam alteridade e nos desafiam a pensar o cuidado como valor ético e político constitutivo da humanização da vida em sociedade. Por fim, sugerimos novas pesquisas sobre as escolhas e o desenvolvimento profissional das estudantes de enfermagem egressas do Vepop Extremo Sul e de outras vivências em educação popular. |
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Rosa, Isaquiel Macedo daOliveira, Dora Lúcia Leidens Corrêa de2011-09-22T06:01:49Z2011http://hdl.handle.net/10183/31958000785262Atualmente assistimos à ineficiência das escolas formadoras em preparar os estudantes para os desafios do trabalho em saúde. O movimento de mudança na formação dos profissionais de saúde no Brasil e as alterações curriculares ainda não foram capazes de provocar efeitos profundos e convergentes para a prática da integralidade e da defesa do Sistema Único de Saúde. Na enfermagem, apesar do seu trabalho presumir relações dialógicas e de o cuidado ser um elemento marcante, o modelo biomédico ainda é predominante. Perguntamos: a educação popular, no cenário da extensão universitária, pode ser uma das saídas para a situação vigente e aproximar a formação em enfermagem da integralidade? A presente pesquisa teve como objetivo analisar o modo como a educação popular, no cenário da extensão universitária, pode contribuir com o fortalecimento da integralidade na formação em enfermagem. Partimos das seguintes questões de pesquisa: Que conhecimentos relacionados com os sentidos da integralidade foram vivenciados no cenário em estudo? Que situações e sujeitos possibilitaram essas vivências? Que processos epistemológicos e políticos orientados pela educação popular contribuíram para a formação em enfermagem? Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo pesquisa documental, que aplicou a análise de conteúdo na modalidade temática. Os documentos analisados (721 diários de campo) foram produzidos por nove estudantes de enfermagem, entre julho de 2006 e julho de 2007, na época integrantes do projeto de extensão Vivências em Educação Popular no Extremo Sul do Brasil (Vepop Extremo Sul). Participaram do projeto cerca de 50 estudantes distribuídos em grupos multiprofissionais e interdisciplinares, que atuavam em 19 comunidades populares das cidades de Rio Grande e São José do Norte, Brasil. As experiências e as reflexões relatadas nos diários de campo indicam que a educação popular, no cenário da extensão universitária, proporcionou uma inserção mais profunda e desafiadora na realidade comunitária, resguardando um horizonte emancipatório não impositivo e preocupado com a produção de cidadania. A aproximação problematizadora com essa realidade contribuiu para a inauguração de novos sentidos e fins sociais para a graduação das enfermeiras, nos quais o cuidado tende a estar conectado com as necessidades mais abrangentes das pessoas. A convivência das estudantes de enfermagem com os setores populares, o compartilhamento de histórias de vida e a organização política em prol dos direitos sociais geraram conhecimentos e práticas que instigaram mudanças na formação profissional e revelaram a importância do Sistema Único de Saúde como política social e projeto de sociedade. Portanto a educação popular constituiu um caminho possível para a construção da prática da integralidade, sensibilizando as futuras enfermeiras para a produção de vínculos afetivos e políticos, dialógicos e terapêuticos, que implicam alteridade e nos desafiam a pensar o cuidado como valor ético e político constitutivo da humanização da vida em sociedade. Por fim, sugerimos novas pesquisas sobre as escolhas e o desenvolvimento profissional das estudantes de enfermagem egressas do Vepop Extremo Sul e de outras vivências em educação popular.Presently, one can notice that schools have been inefficient to prepare students for the challenges in health work. Neither the movement towards changing health professionals‟ education in Brazil nor the curriculum changes have been able to cause deep and convergent modifications in terms of integrality practice and promotion of the Unique Health Care System. Despite the fact that working in the nursing area implies dialogic relationships and care as remarkable elements, the bio-medical model still prevails. We have made up the following question: Can popular education, in the context of continued education, be one of the solutions for the present situation and approximate nursing education to integrality? This research aims at analyzing how popular education, in the continued education context, can contribute to the strengthening of integrality in nursing education. We have started from the following research questions: Which knowledges related to the meaning of integrality have been experienced in the scenario under consideration? Which situations and subjects have allowed for such experiences? Which epistemological and political processes oriented by popular education have contributed to nursing education? This is a qualitative, documental research-type study, which has applied content analysis to the thematic modality. The analyzed documents (721 field journals) were produced by nine nursing students between July 2006 and July 2007 who were then participating in the continued education program called Experiences in Popular Education in Southern Brazil (Vepop Extremo Sul). About 50 students participated in the project. They were distributed in multi-professional and interdisciplinary groups acting in 19 popular communities in Rio Grande and Sao Jose do Norte, Brazil. The experiences and reflections reported in the field journals have pointed out that popular education, in the context of continued education, have caused a deeper, more challenging insertion in the community reality, keeping a non-imposing emancipation horizon that is concerned about citizenship. The problematizing approximation to this reality has contributed to the generation of new social purposes and meanings for nurses‟ undergraduate courses, in which care tends to be in connection with peoples‟ broader needs. The nursing students‟ experiences with popular segments, life stories shared and the political organization for social rights have generated knowledges and practices that have both driven changes in professional education and revealed the importance of the Unique Health Care System as a social policy and project of society. Therefore, popular education has constituted a possible way for the construction of the integrality practice, sensitizing future nurses for the production of affective, political, dialogic and therapeutic bonds that imply otherness and challenge us to think about care as an ethic, political value constituting the humanization of life in society. Finally, we have suggested new researches on the choices and professional development of nursing students from Vepop Extremo Sul and other experiences in popular education.Actualmente asistimos la ineficiencia de las escuelas formadoras en preparar los estudiantes para los desafíos del trabajo en salud. El movimiento de mudanza en la formación de los profesionales de salud en Brasil y las alteraciones curriculares aún no fueron capaces de provocar alteraciones profundas y convergentes para la práctica de la integralidad y defensa del Sistema Único de Salud. En la enfermería, a pesar de su trabajo presumir relaciones dialógicas y el cuidado ser un elemento sobresaliente, el modelo biomédico todavía es predominante. Preguntamos: ¿la educación popular, en el escenario de la extensión universitaria, puede ser una de las salidas para la situación vigente y aproximar la formación en enfermería de la integralidad? La presente pesquisa tuvo como objetivo analizar el modo como la educación popular, en el escenario de la extensión universitaria, puede contribuir con el fortalecimiento de la integralidad en la formación en enfermería. Partimos de las siguientes cuestiones de pesquisa: ¿Qué conocimientos relacionados con los sentidos de la integralidad fueron vivenciados en el escenario en estudio? ¿Qué situaciones y sujetos posibilitaron estas vivencias? ¿Qué procesos epistemológicos y políticos orientados por la educación popular contribuyeron para la formación en enfermería? Se trata de un estudio cualitativo, del tipo pesquisa documental, que aplicó el análisis de contenido en la modalidad temática. Los documentos analizados (721 diarios de campo) fueron producidos por 09 estudiantes de enfermería, entre junio de 2006 y julio de 2007, en la época integrantes del proyecto de extensión Vivencias en Educación Popular en el Extremo Sur de Brasil (Vepop Extremo Sur). Participaron del proyecto cerca de 50 estudiantes distribuidos en grupos multiprofesionales e interdisciplinares que actuaban en 19 comunidades populares de las ciudades del Río Grande y São José do Norte, Brasil. Las experiencias y reflexiones relatadas en los diarios de campo indican que la educación popular, en el escenario de la extensión universitaria, proporcionó una inserción más profunda y desafiadora en la realidad comunitaria, resguardando un horizonte emancipador no impositivo y preocupado con la producción de ciudadanía. La aproximación problematizadora con esa realidad contribuyó para la inauguración de nuevos sentidos y fines sociales para la graduación de las enfermeras, en los cuales el cuidado tiende a estar conectado con las necesidades más abarcadora de las personas. La convivencia de las estudiantes de enfermería con los sectores populares, el compartimiento de historias de vida y la organización política en pro de los derechos sociales, generó conocimientos y prácticas que instigaron cambios en la formación profesional y revelaron la importancia del Sistema único de Salud como política social y proyecto de sociedad. Por tanto, la educación popular constituye un camino posible para la construcción de la práctica de la integralidad, sensibilizando las futuras enfermeras para la producción de vínculos afectivos y políticos, dialógicos y terapéuticos, que implican alteridad y nos desafían a pensar el cuidado como valor ético y político constitutivo de la humanización de la vida en sociedad. Por fin, sugerimos nuevas pesquisas sobre las elecciones y desarrollo profesional de las estudiantes de enfermería egresas del Veppo Extremo Sur y de otras vivencias en educación popular.application/pdfporEducação em enfermagemEducação popular : SaúdeIntegralidade em saúdeExtensão universitáriaEducationNursingIntegralityHealth educationCommunity-institutional relationsEducación en enfermeríaIntegralidadEducación en SaludRelaciones comunidad-instituciónEducação popular, integralidade e formação em enfermagem no cenário da extensão universitáriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2011mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000785262.pdf000785262.pdfTexto completoapplication/pdf1232432http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31958/1/000785262.pdf0860ccac68f99197da4faa378e67d7e8MD51TEXT000785262.pdf.txt000785262.pdf.txtExtracted Texttext/plain309127http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31958/2/000785262.pdf.txt3355a3a07acc435daaae082a5649b132MD52THUMBNAIL000785262.pdf.jpg000785262.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1037http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31958/3/000785262.pdf.jpg783d6bbb533c519949e51d7aa2f3f90bMD5310183/319582018-10-10 07:49:23.911oai:www.lume.ufrgs.br:10183/31958Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-10T10:49:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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