Neuroticismo em pacientes com transtorno da personalidade borderline hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gasparetto, Letícia Garibaldi
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/134572
Resumo: O Transtorno da Personalidade Borderline é o mais prevalente dentre os transtornos da personalidade na população geral e na população clínica. Ele atinge cerca de 6% dos pacientes em cuidados primários, 10% dos pacientes em ambulatórios psiquiátricos e 20% entre os que se hospitalizaram (APA,2013). A partir da perspectiva do atual modelo de personalidade, o Big-Five, muitos estudos observaram que pacientes com Transtorno Borderline pontuam mais alto na faceta Neuroticismo do que nas outras facetas deste modelo e do que pessoas sem o transtorno. O objetivo deste trabalho, portanto, foi investigar a intensidade dos sintomas borderline e as diferenças entre os sexos na Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN) e em suas facetas em 40 pacientes com Transtorno da Personalidade Borderline internados em uma clínica psiquiátrica. Também foi aplicada a Borderline Symptons List (BSL-23) para avaliar a sintomatologia do transtorno borderline. As facetas da EFN são: Vulnerabilidade, Desajustamento Psicossocial, Ansiedade e Depressão. De acordo com a EFN, a faceta de Desajustamento Psicossocial envolveria características dos traços da personalidade borderline e poderia identificar o transtorno. Os resultados mostraram uma pontuação elevada desta amostra na EFN com relação ao escore padronizado da escala (122,39 ±12,00). Não houve diferenças significativas entre os sexos, embora homens tenham tido médias superiores nas facetas de Vulnerabilidade (82±72) e Desajustamento Psicossocial (77,27± 25,99) e mulheres nas facetas de Ansiedade (82,58±22,34), excluindo-se em ambos a faceta Depressão. Esses achados corroboram com estudos anteriores. A maioria dos pacientes apresentou como comorbidade o Transtorno Depressivo (40%) e tanto homens quanto mulheres apresentaram as pontuações mais elevadas na faceta Depressão (95% da amostra acima do percentil 70) sendo que esta faceta mostrou-se efetiva em identificar os transtornos depressivos a que se propõe, enquanto a faceta de Desajustamento Psicossocial não foi capaz de apreender o transtorno borderline satisfatoriamente. Também foram diagnosticados entre os pacientes da pesquisa aqueles que sofreram algum tipo de abuso (sexual, físico ou emocional) e dentre estes aqueles que apresentavam Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Os resultados foram significativos (X2=9,57,df=1,p=0,002) e corroboram com estudos anteriores que apontam a relação entre abuso, TEPT e personalidade borderline. O presente estudo mostrou-se inovador e relevante já que não se tem dados de estudos anteriores sobre população borderline e as facetas do fator Neuroticismo. As correlações observadas são plausíveis e teoricamente consistentes, o que é uma evidência de validade convergente dos instrumentos utilizados e que encoraja a realização de novas investigações.
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Também foi aplicada a Borderline Symptons List (BSL-23) para avaliar a sintomatologia do transtorno borderline. As facetas da EFN são: Vulnerabilidade, Desajustamento Psicossocial, Ansiedade e Depressão. De acordo com a EFN, a faceta de Desajustamento Psicossocial envolveria características dos traços da personalidade borderline e poderia identificar o transtorno. Os resultados mostraram uma pontuação elevada desta amostra na EFN com relação ao escore padronizado da escala (122,39 ±12,00). Não houve diferenças significativas entre os sexos, embora homens tenham tido médias superiores nas facetas de Vulnerabilidade (82±72) e Desajustamento Psicossocial (77,27± 25,99) e mulheres nas facetas de Ansiedade (82,58±22,34), excluindo-se em ambos a faceta Depressão. Esses achados corroboram com estudos anteriores. A maioria dos pacientes apresentou como comorbidade o Transtorno Depressivo (40%) e tanto homens quanto mulheres apresentaram as pontuações mais elevadas na faceta Depressão (95% da amostra acima do percentil 70) sendo que esta faceta mostrou-se efetiva em identificar os transtornos depressivos a que se propõe, enquanto a faceta de Desajustamento Psicossocial não foi capaz de apreender o transtorno borderline satisfatoriamente. Também foram diagnosticados entre os pacientes da pesquisa aqueles que sofreram algum tipo de abuso (sexual, físico ou emocional) e dentre estes aqueles que apresentavam Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Os resultados foram significativos (X2=9,57,df=1,p=0,002) e corroboram com estudos anteriores que apontam a relação entre abuso, TEPT e personalidade borderline. O presente estudo mostrou-se inovador e relevante já que não se tem dados de estudos anteriores sobre população borderline e as facetas do fator Neuroticismo. As correlações observadas são plausíveis e teoricamente consistentes, o que é uma evidência de validade convergente dos instrumentos utilizados e que encoraja a realização de novas investigações.The Borderline Personality Disorder is more prevalent among personality disorders in the general population and clinical population. It affects about 6% of patients in primary care, 10% of patients in psychiatric clinics and 20% among those who were hospitalized (APA, 2013). From the current model of personality perspective, the Big Five, many studies have found that patients with borderline disorder score higher on Neuroticism facet than in the other facets of this model and that people without the disorder. This study therefore was to investigate the intensity of borderline symptoms and differences between the sexes in Neuroticism Factorial Scale (EFN) and its facets in 40 patients with Borderline Personality Disorder admitted to a psychiatric clinic. It was also applied to borderline Symptons List (BSL-23) to evaluate the borderline disorder symptoms. Facets of EFN are: Vulnerability, Psychosocial Maladjustment, Anxiety and Depression. According to the EFN, the facet of Psychosocial Maladjustment involve characteristics of borderline personality traits and could identify the disorder. The results showed a high score in this sample relative to the standard EFN score scale (122.39 ± 12.00).There were no significant differences among the genders, although men have superior averages in the sub-scales of vulnerability (82±72), psychosocial maladjustment(77,27± 25,99) and women in the other hand in the anxiety scale(82,58±22,34), excluding in both the Depression facet. The majority of patients presented comorbidity as the depressive disorder and both men and women presentedthe most high punctuations in the sub-scale of depression (90% of the sample above the 70 percentile) so this sub-scale shown itself effective on identifying the depressive disorders as its was meant to do, while the facet of Psychosocial Maladjustment was not able to grasp the borderline disorder satisfactorily. Also they were diagnosed among the research subjects who suffered some kind of abuse (sexual, physical or emotional) and among these those with Post traumatic stress disorder (PTSD). The results were significant (X2 =9.57, df = 1, p = 0.002) and corroborate previous studies that show the relationship between abuse, PTSD and borderline personality. This study proved to be innovative and relevant as it does not have data from previous studies on the borderline population and facets of Neuroticism factor. The observed correlations are theoretically plausible and consistent, which is evidence of convergent validity of instruments and encourages the implementation of new investigations.application/pdfporTranstorno da personalidade borderlineDiferenças sexuaisPacientes hospitalizadosAvaliação psicológicaModelo dos cinco fatores da personalidadeNeuroticismo em pacientes com transtorno da personalidade borderline hospitalizadosNeuroticism in hospitalized patients with borderline personality disorder info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaPorto Alegre, BR-RS2015mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000987451.pdf000987451.pdfTexto completoapplication/pdf535852http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134572/1/000987451.pdff752b8277cb2a44c93e0e029abccd0c4MD51TEXT000987451.pdf.txt000987451.pdf.txtExtracted Texttext/plain87921http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134572/2/000987451.pdf.txt07a02ab133a651474af3c9cd7a9fa4fbMD52THUMBNAIL000987451.pdf.jpg000987451.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1061http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/134572/3/000987451.pdf.jpg4be65b8c7eed7827bf7aad067cdffc09MD5310183/1345722018-10-29 08:22:35.136oai:www.lume.ufrgs.br:10183/134572Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-29T11:22:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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