Margaridas africanas : trabalhadoras negras do serviço público municipal de Porto Alegre : fios e tramas do racismo estrutural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Conti, Silvana Brazeiro
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/250528
Resumo: A presente dissertação aborda o tema sobre as trabalhadoras negras no serviço público municipal de Porto Alegre, evidenciando suas histórias de vida e trajetórias profissionais, no contexto do racismo estrutural, no período pós 1990 do século XX. Para fins de investigação, a problematização do estudo partiu de inquietações referentes às trajetórias profissionais das trabalhadoras negras no município, que atuam nas áreas da educação, saúde e assistência social. A metodologia utilizada teve como aporte teórico-metodológico o materialismo histórico-dialético, onde foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva analítica, com aplicação da técnica de triangulação das informações. Bem como, se utilizou a história oral para a escuta das histórias e trajetórias no contexto do racismo estrutural, que afeta diretamente as mulheres negras ao longo de suas vidas, com questões relacionadas à classe, ao gênero e à raça. Foram entrevistadas seis mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, militantes da luta antirracista. Também se utilizou da técnica da análise documental sobre servidores(as) públicos(as) negros(as) na Prefeitura de Porto Alegre. Como resultados, constatouse que do total de servidores(as) públicos de Porto Alegre, 6,11% são servidoras negras. E dentre as servidoras mulheres, 10,29% são negras. Verifica-se que os fios e tramas do racismo estrutural, tendo como protagonistas as mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, apontam o entrelaçamento entre classe, raça e gênero, demonstrando as formas de lutas e resistências das mulheres negras em seu tempo sócio-histórico. Evidenciam a histórica desigualdade das mulheres negras trabalhadoras na sociedade capitalista/racista e o acirramento desta pós golpe de 2016. O racismo estrutural se particulariza no trabalho, na realidade e vivência das mulheres negras servidoras públicas da prefeitura, onde constatou-se que todas as servidoras negras pesquisadas sofreram e sofrem racismo em seus locais de trabalho de diversas maneiras. Conclui-se que as lutas sociais vividas pelas trabalhadoras negras servidoras do município, especialmente no que diz respeito às formas de organização e resistência contra o racismo estrutural e o racismo institucional no serviço público municipal, fortalecem a resistência como um aspecto central para a luta pela emancipação humana, sendo esta permanente e num processo histórico contínuo, e no leito da luta.
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Bem como, se utilizou a história oral para a escuta das histórias e trajetórias no contexto do racismo estrutural, que afeta diretamente as mulheres negras ao longo de suas vidas, com questões relacionadas à classe, ao gênero e à raça. Foram entrevistadas seis mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, militantes da luta antirracista. Também se utilizou da técnica da análise documental sobre servidores(as) públicos(as) negros(as) na Prefeitura de Porto Alegre. Como resultados, constatouse que do total de servidores(as) públicos de Porto Alegre, 6,11% são servidoras negras. E dentre as servidoras mulheres, 10,29% são negras. Verifica-se que os fios e tramas do racismo estrutural, tendo como protagonistas as mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, apontam o entrelaçamento entre classe, raça e gênero, demonstrando as formas de lutas e resistências das mulheres negras em seu tempo sócio-histórico. Evidenciam a histórica desigualdade das mulheres negras trabalhadoras na sociedade capitalista/racista e o acirramento desta pós golpe de 2016. O racismo estrutural se particulariza no trabalho, na realidade e vivência das mulheres negras servidoras públicas da prefeitura, onde constatou-se que todas as servidoras negras pesquisadas sofreram e sofrem racismo em seus locais de trabalho de diversas maneiras. Conclui-se que as lutas sociais vividas pelas trabalhadoras negras servidoras do município, especialmente no que diz respeito às formas de organização e resistência contra o racismo estrutural e o racismo institucional no serviço público municipal, fortalecem a resistência como um aspecto central para a luta pela emancipação humana, sendo esta permanente e num processo histórico contínuo, e no leito da luta.This dissertation addresses the issue of black female workers in the municipal public service of Porto Alegre, highlighting their life stories and professional trajectories, in the context of structural racism, in the post-1990s period of the 20th century. For research purposes, the problematization of the study came from concerns regarding the professional trajectories of black women workers in the municipality, who work in the areas of education, health and social assistance. The methodology used had the historical-dialectical materialism as a theoreticalmethodological contribution, where an exploratory and analytical descriptive research was carried out, with the application of the information triangulation technique. As well, oral history was used to listen to stories and trajectories in the context of structural racism, which directly affects black women throughout their lives, with issues related to class, gender and race. Five black women public servants from Porto Alegre, activists of the anti-racist struggle, were interviewed. The document analysis technique was also used on black public servants in the Porto Alegre City Hall. As a result, it was found that of the total public servants in Porto Alegre, 6.11% are black servants. And among female servants, 10.29% are black. It is verified that the threads and plots of structural racism, having as protagonists the black women public servants of Porto Alegre, point out the intertwining between class, race and gender, demonstrating the forms of struggle and resistance of black women in their socio-historical time. They highlight the historical inequality of black women workers in capitalist/racist society and the intensification of this post-2016 coup. Structural racism is particularized in the work, in the reality and experience of black women public servants of the city hall, where it was found that all black servants surveyed suffered and still suffer racism in their workplaces in different ways. It is concluded that the social struggles experienced by black workers who serve the municipality, especially with regard to the forms of organization and resistance against structural racism and institutional racism in the municipal public service, strengthen resistance as a central aspect of the struggle for human emancipation, which is permanent and in a continuous historical process, and in the bed of struggle.application/pdfporMulher negraRacismoRelações étnicas e raciaisServiço públicoPorto Alegre (RS)Black womenMunicipal public serviceStructural racismMargaridas africanas : trabalhadoras negras do serviço público municipal de Porto Alegre : fios e tramas do racismo estruturalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Política Social e Serviço SocialPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001151548.pdf.txt001151548.pdf.txtExtracted Texttext/plain350655http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250528/2/001151548.pdf.txtf71cc3c8a304d9a8197efddd91c82c18MD52ORIGINAL001151548.pdfTexto completoapplication/pdf2349704http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250528/1/001151548.pdfd14375fbe986fffe0fd33d4bc736562bMD5110183/2505282022-10-29 05:00:59.945235oai:www.lume.ufrgs.br:10183/250528Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-10-29T08:00:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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