Riqueza de espécies, frequência relativa, padrão de atividade de mamíferos silvestres de médio e grande porte e abundância de felinos em floresta ombrófila mista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Rosane Vera
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/211684
Resumo: Os estudos de mamíferos ocorrentes em Floresta Ombrófila Mista contribuem para o conhecimento da diversidade de animais que vivem nessa floresta que tem a araucária como espécie arbórea ícone e cujas sementes são importante fonte alimentar. Padrões comportamentais e ecológicos de animais vivendo em seu ambiente natural são melhor compreendidos através de registros padronizados realizados em longo prazo. Os objetivos desse trabalho foram registrar a riqueza, padrões de atividade diária e sazonal, detectabilidade das espécies de mamíferos e a abundância de felinos de pequeno porte em estudo de longo prazo. Mamíferos de médio e grande porte (> 1 kg) foram estudados com emprego de armadilhas fotográficas com sensores ativos na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, em área de Floresta Ombrófila Mista (Floresta Atlântica de altitude) no Rio Grande do Sul, sul do Brasil. O esforço amostral total foi de 11.431 armadilhas-dia entre março/1999 e dezembro/2010. Em média, dez armadilhas fotográficas permaneceram dispostas em duplas em frente uma da outra ao longo de estradas não pavimentadas com o objetivo de obtenção de imagens dos dois lados dos animais. A área amostrada compreendeu 5,95 km² nos primeiros anos e 15,81 km² nos anos de 2009 e 2010. Foram registradas 21 espécies. A espécie com a maior frequência de fotocapturas foi Dasyprocta azarae. Comparação entre o uso de estradas não pavimentadas entre talhões de floresta e carreiros de animais no interior da mata demonstrou que Nasua nasua apresenta maior frequência de foto-capturas na mata, Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii não tiveram diferença significativa de uso entre os dois tipos de vias, enquanto a maioria das espécies se locomoveu com mais intensidade na estrada. A detectabilidade da maior parte das espécies fica aumentada quando o esforço amostral ocorre em estradas não pavimentadas devido à tendência dos animais utilizarem essas vias para locomoção. O inverno foi a estação com os maiores registros de atividade. As espécies com mais registros nessa estação foram Didelphis aurita, Dasyprocta azarae, Mazama gouazoubira, Eira barbara, Cerdocyon thous, Leopardus pardalis, L. tigrinus e Puma yagouaroundi. Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii tiveram maior frequência de foto-capturas no verão. As espécies sem diferença sazonal de atividade foram Puma concolor, Procyon cancrivorus, N. nasua, Cuniculus paca e Tamandua tetradactyla. As espécies com tendência diurna foram Dasyprocta azarae, Eira barbara, Nasua nasua e Puma yagouaroundi. As espécies noturnas foram Dasypus novemcinctus, Tamandua tetradactyla e Procyon cancrivorus. As espécies com tendência noturna foram Didelphis aurita, Leopardus pardalis e L. wiedii. Cerdocyon thous apresentou tendência mais crepuscular do que noturna. Puma concolor mostrou tendência noturna a crepuscular e com ocorrência de atividades diurnas. As espécies Mazama gouazoubira e Leopardus tigrinus foram consideradas catemerais. Apesar de as diversas espécies, em sua maioria, apresentarem tendência de concentração de atividade em determinados horários, não houve nenhum horário sem atividade de mamíferos de médio e grande porte, demonstrando equilíbrio de distribuição de atividade ao longo do dia. Espécies com diferentes dietas demonstraram atividade em horários do dia, noite e durante os crepúsculos. Indício de comportamento antipredatório foi observado em fêmeas de Mazama gouazoubira acompanhadas por filhotes, pois tiveram segregação temporal em relação a Puma concolor que é o principal predador ocorrente na área. Dentre os felinos, Leopardus pardalis, L. tigrinus e L. wiedii puderam ter seus indivíduos identificados devido à presença de padrões naturais característicos da pelagem. O felino com a maior frequência de foto-capturas foi Leopardus pardalis. Testes de associação de uso de ponto-períodos entre L. pardalis, L. tigrinus e L. wiedii demonstraram que a primeira espécie, que possui maiores dimensões corporais, apresenta pequeno grau de associação negativa com as duas menores, porém, estas últimas não apresentam associação entre si maior do que se esperaria ao acaso. Não houve sobreposição de utilização de pontos de ocorrência no mesmo período entre indivíduos do mesmo sexo e espécie. Existe correlação regular a forte entre o número de indivíduos de L. pardalis e o número de foto-capturas obtidas dessa espécie, enquanto a correlação é muito forte entre o número de indivíduos e o número de foto-capturas para Leopardus wiedii e L. tigrinus. Principais conclusões: As diferenças de padrão de atividade diária e sazonal na detectabilidade das diversas espécies devem ser consideradas em trabalhos de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte. Apesar de grandemente reduzida em extensão, a Floresta Ombrófila Mista mantém mamíferos de médio e grande porte que apresentam comportamentos e estrutura de assembleia condizentes com aqueles encontrados em outras fisionomias florestais naturais na região Neotropical ou em outras regiões. A hipótese do “efeito pardalis” em que o aumento do número de indivíduos de Leopardus pardalis tende a diminuir o de indivíduos de espécies de felinos de menor porte foi corroborada.
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Mamíferos de médio e grande porte (> 1 kg) foram estudados com emprego de armadilhas fotográficas com sensores ativos na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, em área de Floresta Ombrófila Mista (Floresta Atlântica de altitude) no Rio Grande do Sul, sul do Brasil. O esforço amostral total foi de 11.431 armadilhas-dia entre março/1999 e dezembro/2010. Em média, dez armadilhas fotográficas permaneceram dispostas em duplas em frente uma da outra ao longo de estradas não pavimentadas com o objetivo de obtenção de imagens dos dois lados dos animais. A área amostrada compreendeu 5,95 km² nos primeiros anos e 15,81 km² nos anos de 2009 e 2010. Foram registradas 21 espécies. A espécie com a maior frequência de fotocapturas foi Dasyprocta azarae. 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Espécies com diferentes dietas demonstraram atividade em horários do dia, noite e durante os crepúsculos. Indício de comportamento antipredatório foi observado em fêmeas de Mazama gouazoubira acompanhadas por filhotes, pois tiveram segregação temporal em relação a Puma concolor que é o principal predador ocorrente na área. Dentre os felinos, Leopardus pardalis, L. tigrinus e L. wiedii puderam ter seus indivíduos identificados devido à presença de padrões naturais característicos da pelagem. O felino com a maior frequência de foto-capturas foi Leopardus pardalis. Testes de associação de uso de ponto-períodos entre L. pardalis, L. tigrinus e L. wiedii demonstraram que a primeira espécie, que possui maiores dimensões corporais, apresenta pequeno grau de associação negativa com as duas menores, porém, estas últimas não apresentam associação entre si maior do que se esperaria ao acaso. 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O esforço amostral total foi de 11.431 armadilhas-dia entre março/1999 e dezembro/2010. Em média, dez armadilhas fotográficas permaneceram dispostas em duplas em frente uma da outra ao longo de estradas não pavimentadas com o objetivo de obtenção de imagens dos dois lados dos animais. A área amostrada compreendeu 5,95 km² nos primeiros anos e 15,81 km² nos anos de 2009 e 2010. Foram registradas 21 espécies. A espécie com a maior frequência de fotocapturas foi Dasyprocta azarae. Comparação entre o uso de estradas não pavimentadas entre talhões de floresta e carreiros de animais no interior da mata demonstrou que Nasua nasua apresenta maior frequência de foto-capturas na mata, Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii não tiveram diferença significativa de uso entre os dois tipos de vias, enquanto a maioria das espécies se locomoveu com mais intensidade na estrada. A detectabilidade da maior parte das espécies fica aumentada quando o esforço amostral ocorre em estradas não pavimentadas devido à tendência dos animais utilizarem essas vias para locomoção. O inverno foi a estação com os maiores registros de atividade. As espécies com mais registros nessa estação foram Didelphis aurita, Dasyprocta azarae, Mazama gouazoubira, Eira barbara, Cerdocyon thous, Leopardus pardalis, L. tigrinus e Puma yagouaroundi. Dasypus novemcinctus e Leopardus wiedii tiveram maior frequência de foto-capturas no verão. As espécies sem diferença sazonal de atividade foram Puma concolor, Procyon cancrivorus, N. nasua, Cuniculus paca e Tamandua tetradactyla. As espécies com tendência diurna foram Dasyprocta azarae, Eira barbara, Nasua nasua e Puma yagouaroundi. As espécies noturnas foram Dasypus novemcinctus, Tamandua tetradactyla e Procyon cancrivorus. As espécies com tendência noturna foram Didelphis aurita, Leopardus pardalis e L. wiedii. Cerdocyon thous apresentou tendência mais crepuscular do que noturna. Puma concolor mostrou tendência noturna a crepuscular e com ocorrência de atividades diurnas. As espécies Mazama gouazoubira e Leopardus tigrinus foram consideradas catemerais. Apesar de as diversas espécies, em sua maioria, apresentarem tendência de concentração de atividade em determinados horários, não houve nenhum horário sem atividade de mamíferos de médio e grande porte, demonstrando equilíbrio de distribuição de atividade ao longo do dia. Espécies com diferentes dietas demonstraram atividade em horários do dia, noite e durante os crepúsculos. Indício de comportamento antipredatório foi observado em fêmeas de Mazama gouazoubira acompanhadas por filhotes, pois tiveram segregação temporal em relação a Puma concolor que é o principal predador ocorrente na área. 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Principais conclusões: As diferenças de padrão de atividade diária e sazonal na detectabilidade das diversas espécies devem ser consideradas em trabalhos de monitoramento de mamíferos de médio e grande porte. Apesar de grandemente reduzida em extensão, a Floresta Ombrófila Mista mantém mamíferos de médio e grande porte que apresentam comportamentos e estrutura de assembleia condizentes com aqueles encontrados em outras fisionomias florestais naturais na região Neotropical ou em outras regiões. A hipótese do “efeito pardalis” em que o aumento do número de indivíduos de Leopardus pardalis tende a diminuir o de indivíduos de espécies de felinos de menor porte foi corroborada.
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