Avaliação da sobrevida e fatores associados em pacientes críticos crônicos comparando duas definições em uma coorte histórica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Diego Silva Leite
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/117013
Resumo: Base teórica: O avanço no conhecimento e a introdução de tecnologias mais sofisticadas para o cuidado do paciente crítico trouxeram importante incremento na sobrevida deste grande grupo de pacientes. Por outro lado, existe um estrato de pacientes que sobrevivem à condição crítica aguda, porém permanecem dependentes de algum tipo de suporte de manutenção da vida por longos períodos. A doença crítica crônica (DCC) como é conhecida, apesar de descrita desde a década de 80, ainda não possui um critério de definição claro, levando a divergências nos resultados de estudos e prejudicando o avanço em pesquisas que investigam estratégias de tratamento. Objetivo: Avaliar a sobrevida e fatores associados à DCC em uma população de pacientes críticos comparando dois critérios de diagnóstico desta condição. Metodologia: Coorte histórica com avaliação de variáveis clínicas e desfechos durante a internação hospitalar em uma população de doentes críticos de uma única unidade de tratamento intensivo (UTI). Os pacientes foram alocados em três grupos, dois com critérios de DCC definidos por ≥14 ou ≥21 dias de ventilação mecânica (VM) e um terceiro grupo de pacientes críticos agudos (< 14 dias de VM). Recrutamento e alocação foram feitos através de um banco de dados institucional e dos registros hospitalares das internações ocorridas de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Resultados: No período analisado ocorreram 3.023 internações na UTI, 2.783 apresentavam os critérios de inclusão e compuseram a análise final. Em relação ao tempo de VM, 163 pacientes apresentaram ≥14 dias e 89 ≥21 dias. A mortalidade hospitalar e na UTI foi inferior no grupo de pacientes críticos agudos quando comparado com os dois grupos de DCC (≥14 e ≥21 dias de VM) (16.3% versus 55.8% e 58.4% p<0.001; 10.6% versus 47.3% e 53.9% p<0.001 respectivamente). Quando comparados os dois grupos de DCC (≥14 e ≥21 dias de VM), não houve diferença estatisticamente significativa para mortalidade hospitalar e na UTI (57.2% versus 58.4% p=0.5; 39.2% versus 53.9% p=0.18 respectivamente). O pequeno número de pacientes em cada grupo pode ter limitado o poder das análises. Ambos os grupos de DCC tiveram escores de gravidade mais altos, desenvolveram mais complicações na UTI, apresentaram maior tempo de internação hospitalar e mortalidade quando comparados aos críticos agudos. Conclusão: O estudo não mostrou diferença estatisticamente significativa quanto às características e desfechos clínicos entre as duas definições de DCC. Por outro lado, mostrou que os dois grupos de DCC apresentaram desfechos piores quando comparados com os pacientes críticos agudos. Estes resultados justificam o uso do critério de ≥14 dias de VM para a identificação mais precoce dos doentes críticos crônicos.
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Metodologia: Coorte histórica com avaliação de variáveis clínicas e desfechos durante a internação hospitalar em uma população de doentes críticos de uma única unidade de tratamento intensivo (UTI). Os pacientes foram alocados em três grupos, dois com critérios de DCC definidos por ≥14 ou ≥21 dias de ventilação mecânica (VM) e um terceiro grupo de pacientes críticos agudos (< 14 dias de VM). Recrutamento e alocação foram feitos através de um banco de dados institucional e dos registros hospitalares das internações ocorridas de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Resultados: No período analisado ocorreram 3.023 internações na UTI, 2.783 apresentavam os critérios de inclusão e compuseram a análise final. Em relação ao tempo de VM, 163 pacientes apresentaram ≥14 dias e 89 ≥21 dias. A mortalidade hospitalar e na UTI foi inferior no grupo de pacientes críticos agudos quando comparado com os dois grupos de DCC (≥14 e ≥21 dias de VM) (16.3% versus 55.8% e 58.4% p<0.001; 10.6% versus 47.3% e 53.9% p<0.001 respectivamente). Quando comparados os dois grupos de DCC (≥14 e ≥21 dias de VM), não houve diferença estatisticamente significativa para mortalidade hospitalar e na UTI (57.2% versus 58.4% p=0.5; 39.2% versus 53.9% p=0.18 respectivamente). O pequeno número de pacientes em cada grupo pode ter limitado o poder das análises. Ambos os grupos de DCC tiveram escores de gravidade mais altos, desenvolveram mais complicações na UTI, apresentaram maior tempo de internação hospitalar e mortalidade quando comparados aos críticos agudos. Conclusão: O estudo não mostrou diferença estatisticamente significativa quanto às características e desfechos clínicos entre as duas definições de DCC. Por outro lado, mostrou que os dois grupos de DCC apresentaram desfechos piores quando comparados com os pacientes críticos agudos. Estes resultados justificam o uso do critério de ≥14 dias de VM para a identificação mais precoce dos doentes críticos crônicos.Theoretical basis: Progress in knowledge and the introduction of more advanced technologies for critical patient care brought about an important increase in the survival of this large group of patients. On the other side, there exists a subset of patients who survive their acute critical illness, but they remain dependent on some kind of life support for long periods. Despite being described since the 1980s, the chronic critical illness (CCI) has still not been clearly defined. This situation led to divergent studies’ results and jeopardized the progress in research focused on treatment strategies for CCI. Objective: To assess the survival and CCI-associated factors in a population of critically ill patients comparing two diagnostic criteria of this condition. Methodology: Historical cohort study assessing clinical variables and outcomes during hospital stay, in a population of critically ill patients of a single intensive care unit (ICU). The patients were divided into three groups, two of these with different criteria of CCI, defined by ≥14 or ≥21 days of mechanical ventilation (MV), and a third group with acutely critically ill patients (less than 14 days of MV). The recruitment and allocation were carried out through an institutional database and medical records of admissions occurred from January 1, 2007 to December 31, 2010. Results: In the study period 3,023 ICU admissions occurred, 2,783 met the inclusion criteria and made part of the final analysis. As far as MV days are concerned, 163 patients had ≥14 days and 89 ≥21 days. Hospital and ICU mortality were lower in the group of acutely critically ill patients compared with the two CCI groups (≥14 days and ≥21 MV days) (16.3% versus 55.8% and 58.4% p<0.001; 10.6% versus 47.3% and 53.9% p<0.001 respectively). The comparative analysis between the two CCI groups (≥14 days and ≥21 MV days, respectively) was not statistically significant for hospital and ICU mortality (57.2% versus 58.4% p=0.5; 39.2% versus 53.9% p=0.18, respectively). The small number of patients in the two groups may have limited the power of analyzes. Both CCI groups had higher severity scores, developed more ICU complications, showed higher hospital length of stay and mortality when compared with the acutely critically ill patients. Conclusion: This study did not show significant difference between the two CCI definitions regarding characteristics and clinical outcomes. However, it showed that both groups had worse outcomes when compared with the acutely critically ill patients. This result justifies the use of the CCI criteria of ≥14 days of MV for earlier identification of this subset of patients.application/pdfporDoença crônicaRespiração artificialSobrevidaCritically ill patientArtificial respirationProlonged mechanical ventilationTracheostomyChronic critical illnessChronically critically ill patientSurvivalMortalityAvaliação da sobrevida e fatores associados em pacientes críticos crônicos comparando duas definições em uma coorte históricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2014mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000955878.pdf.txt000955878.pdf.txtExtracted Texttext/plain58161http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/117013/2/000955878.pdf.txt0fa9e47f477e591c070cb69785a8d32cMD52ORIGINAL000955878.pdf000955878.pdfTexto completoapplication/pdf1361886http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/117013/1/000955878.pdf70e11f14cefb086fb4606d972992a8a5MD5110183/1170132023-07-11 03:30:29.317607oai:www.lume.ufrgs.br:10183/117013Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-07-11T06:30:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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