Da cegueira induzida à visibilidade encenada : uma poética pautada por transições da visualidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/217868 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como ponto de partida a reflexão sobre a cegueira, inicialmente atrelada ao desenho e, mais especificamente, ao desenho de contorno cego. Ao assumir como ponto de partida a premissa de que todo o desenho é cego, esta tese se desenvolve em iniciativas de explorar a visibilidade a partir do seu contraponto, o não-ver. De início, os registros realizados a partir da cegueira induzida, de olhos fechados ou vendados, contempla a reflexão em torno da relação temporal do desenho submetido à cegueira. Estabeleceu-se três etapas do olhar em transição: olhos fechados, entreabertos e olhos abertos, as mesmas etapas que ordenaram a sequência dos capítulos. A segunda etapa, olhos entreabertos, é uma analogia que aborda processos de criação que impedem de ver e controlar o que acontece no momento da prática artística. Através do processo de transferência de imagem fotográfica, explora-se a potência da memória a partir do desenho preto sobre papel preto, cuja restrição de visibilidade oferece a experiência da cegueira parcial sob outro prisma da qual o desenho foi realizado. De olhos abertos, a última etapa da tese foi desdobrada das práticas de contenção da visibilidade anteriores e desenvolveu-se pelo entrelaçamento das habilidades hápticas e óticas para formular, a partir de operações poéticas, uma cegueira como teoria. A ideia de uma cegueira vidente percorre outras linguagens artísticas além do desenho, como a fotografia e a apropriação de objetos, para explorá-la como uma prática, sobretudo, de encenação manual. Propõe-se ter na cegueira uma estratégia de recriação da realidade como forma de resistência das coisas que tendem a desaparecer de vista. |
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Kupstaitis, Bethielle AmaralCunha, Eduardo Figueiredo Vieira da2021-02-10T04:14:36Z2020http://hdl.handle.net/10183/217868001122470Esta pesquisa tem como ponto de partida a reflexão sobre a cegueira, inicialmente atrelada ao desenho e, mais especificamente, ao desenho de contorno cego. Ao assumir como ponto de partida a premissa de que todo o desenho é cego, esta tese se desenvolve em iniciativas de explorar a visibilidade a partir do seu contraponto, o não-ver. De início, os registros realizados a partir da cegueira induzida, de olhos fechados ou vendados, contempla a reflexão em torno da relação temporal do desenho submetido à cegueira. Estabeleceu-se três etapas do olhar em transição: olhos fechados, entreabertos e olhos abertos, as mesmas etapas que ordenaram a sequência dos capítulos. A segunda etapa, olhos entreabertos, é uma analogia que aborda processos de criação que impedem de ver e controlar o que acontece no momento da prática artística. Através do processo de transferência de imagem fotográfica, explora-se a potência da memória a partir do desenho preto sobre papel preto, cuja restrição de visibilidade oferece a experiência da cegueira parcial sob outro prisma da qual o desenho foi realizado. De olhos abertos, a última etapa da tese foi desdobrada das práticas de contenção da visibilidade anteriores e desenvolveu-se pelo entrelaçamento das habilidades hápticas e óticas para formular, a partir de operações poéticas, uma cegueira como teoria. A ideia de uma cegueira vidente percorre outras linguagens artísticas além do desenho, como a fotografia e a apropriação de objetos, para explorá-la como uma prática, sobretudo, de encenação manual. Propõe-se ter na cegueira uma estratégia de recriação da realidade como forma de resistência das coisas que tendem a desaparecer de vista.The starting point of this research is the reflection on blindness, initially linked to the drawing and, more specifically, to the blind contour drawing. By considering that every drawing is blind, this thesis develops in initiatives to explore the visibility from its counterpoint, the non-seeing. At first, the records of induced blindness, with closed or blindfolded eyes, contemplate the reflection around the temporal relationship of drawing to blindness. Three stages of gaze in transition were established: eyes closed, half closed and eyes open, the same steps that ordered the sequence of the chapters. The second stage, eyes half closed, is an analogy that addressed creative processes that prevent seeing and controlling what happens at the time of artistic practice. Through the photographic image transfer process, the memory power of black drawing on black paper is explored, whose visibility limitation offers the experience of partial blindness under another prism from which the authentic drawing is made. With open eyes, the last stage of faith unfolded from the previous visibility containment practices and developed by the intertwining of haptic and optical skills to formulate, from poetic operations, a blindness as theory. The idea of a visionary blindness runs through other artistic languages besides drawing, such as photography and the appropriation of objects, to explore it as a practice, above all, of manual staging. It is proposed that in blindness there is a strategy for recreating reality as a way of resisting things that tend to be revealed.application/pdfporCegueira : ArteDesenhoSombra e luz : ArteBlindnessDrawingBlind drawingSeeingNot seeingShadowDa cegueira induzida à visibilidade encenada : uma poética pautada por transições da visualidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de ArtesPrograma de Pós-Graduação em Artes VisuaisPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001122470.pdf.txt001122470.pdf.txtExtracted Texttext/plain360528http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/217868/2/001122470.pdf.txt29401857a1c650575a453044069a70e0MD52ORIGINAL001122470.pdfTexto completoapplication/pdf8765339http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/217868/1/001122470.pdf324a584072e1abba00ae57d0ea9f587dMD5110183/2178682021-03-09 04:45:56.688961oai:www.lume.ufrgs.br:10183/217868Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-03-09T07:45:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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