Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aquino, Érika Carvalho de
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Antunes, José Leopoldo Ferreira, Morais Neto, Otaliba Libânio de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987
Resumo: OBJETIVO: Comparar a magnitude e tendência da mortalidade por acidentes de transporte terrestre (ATT) nas capitais e demais municípios de cada estado brasileiro nos anos de 2000 a 2016. MÉTODOS: Foi realizada análise de séries temporais das taxas de mortalidade por ATT padronizadas por idade, comparando as capitais e o aglomerado de municípios não capitais em cada estado. Os dados sobre óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram considerados como óbitos por ATT aqueles cuja causa básica tenha sido designada pelos códigos V01 a V89 do CID-10, com redistribuição dos garbage codes. Para o cálculo das taxas de mortalidade, foram utilizadas as projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2000 a 2015 e a população calculada por interpolação polinomial para 2016. A análise de tendências foi realizada pelo método de Prais-Winsten, utilizando o programa Stata 14.0. RESULTADOS: Ocorreram 601.760 óbitos por ATT no período (114.483 de residentes em capitais). A mortalidade por ATT não apresentou tendência crescente em nenhuma das capitais no período em estudo. Já entre os municípios não capitais, a tendência foi crescente em 14 estados. O maior aumento foi observado no Piauí (TIA = 7,50%; IC95% 5,50 – 9,60). Ocorreu tendência decrescente da mortalidade por ATT em 14 capitais, dentre as quais Curitiba apresentou maior decréscimo (TIA = -4,82%; IC95% -6,61 – -2,92). Apenas São Paulo e Rio Grande do Sul apresentaram tendência decrescente da mortalidade por ATT nos municípios não capitais (TIA = 2,32%; IC95% -3,32 – -1.3 e TIA = 1,2%, IC95% -2,41 – 0,00, respectivamente). CONCLUSÕES: É possível concluir que as taxas de mortalidade por ATT em municípios não capitais no Brasil apresentaram tendência alarmantes quando comparadas às observadas nas capitais. O desenvolvimento de ações eficazes de segurança no trânsito está quase sempre limitado às capitais e grandes cidades brasileiras. Os municípios com maior risco devem ser priorizados para o fortalecimento das políticas públicas de prevenção e controle.
id USP-23_6b23052a01631ca772c8d8337eee0011
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/179987
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitaisMortality by road traffic injuries in Brazil (2000–2016): capital cities versus non-capital citiesEstudos de Séries TemporaisSpatial AnalysisTime Series StudiesAcidentes de Trânsito, mortalidadeAnálise EspacialEstudos de Séries TemporaisOBJETIVO: Comparar a magnitude e tendência da mortalidade por acidentes de transporte terrestre (ATT) nas capitais e demais municípios de cada estado brasileiro nos anos de 2000 a 2016. MÉTODOS: Foi realizada análise de séries temporais das taxas de mortalidade por ATT padronizadas por idade, comparando as capitais e o aglomerado de municípios não capitais em cada estado. Os dados sobre óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram considerados como óbitos por ATT aqueles cuja causa básica tenha sido designada pelos códigos V01 a V89 do CID-10, com redistribuição dos garbage codes. Para o cálculo das taxas de mortalidade, foram utilizadas as projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2000 a 2015 e a população calculada por interpolação polinomial para 2016. A análise de tendências foi realizada pelo método de Prais-Winsten, utilizando o programa Stata 14.0. RESULTADOS: Ocorreram 601.760 óbitos por ATT no período (114.483 de residentes em capitais). A mortalidade por ATT não apresentou tendência crescente em nenhuma das capitais no período em estudo. Já entre os municípios não capitais, a tendência foi crescente em 14 estados. O maior aumento foi observado no Piauí (TIA = 7,50%; IC95% 5,50 – 9,60). Ocorreu tendência decrescente da mortalidade por ATT em 14 capitais, dentre as quais Curitiba apresentou maior decréscimo (TIA = -4,82%; IC95% -6,61 – -2,92). Apenas São Paulo e Rio Grande do Sul apresentaram tendência decrescente da mortalidade por ATT nos municípios não capitais (TIA = 2,32%; IC95% -3,32 – -1.3 e TIA = 1,2%, IC95% -2,41 – 0,00, respectivamente). CONCLUSÕES: É possível concluir que as taxas de mortalidade por ATT em municípios não capitais no Brasil apresentaram tendência alarmantes quando comparadas às observadas nas capitais. O desenvolvimento de ações eficazes de segurança no trânsito está quase sempre limitado às capitais e grandes cidades brasileiras. Os municípios com maior risco devem ser priorizados para o fortalecimento das políticas públicas de prevenção e controle.OBJECTIVES: To compare the magnitude and trend of mortality by road traffic injuries (RTI) in the capitals and other municipalities of each Brazilian state between 2000 and 2016. METHODS: A time series analysis of mortality rates by RTI standardized by age was performed, comparing the capitals and the cluster of non-capital municipalities in each state. Data on deaths were obtained from the Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM – Mortality Information System). RTI deaths were considered to be those, whose root cause was designated by ICD-10 codes V01 to V89, with redistribution of garbage codes. To estimate mortality rates, we used the population projections of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) from 2000 to 2015 and the population estimated by polynomial interpolation for 2016. The trend analysis was performed using the Prais-Winsten method, using the Stata 14.0 program. RESULTS: There were 601,760 deaths due to RTI in the period (114,483 of residents in capital cities). Mortality by RTI did not present an increasing trend in any of the Capitals in the period under study. Among non-capital municipalities, the trend was growing in 14 states. The greatest increase was observed in Piaui (AIR = 7.50%; 95%CI 5.50 – 9.60). There was a decreasing trend in RTI mortality in 14 capitals, among which Curitiba showed the greatest decrease (AIR = -4.82%; 95%CI -6.61 – -2.92). Only São Paulo and Rio Grande do Sul showed a decreasing trend in mortality by RTI in non-capital cities (AIR = 2.32%; 95%CI -3.32 - -1.3 and AIR = 1.2%, 95%CI -2.41 – 0.00, respectively). CONCLUSIONS: We conclude that RTI mortality rates in non-capital cities in Brazil showed alarming trends when compared with those observed in capital cities. The development of effective traffic safety actions is almost always limited to Brazilian capitals and large cities. Municipalities with higher risk should be prioritized to strengthen public policies for prevention and control.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2020-12-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/17998710.11606/s1518-8787.2020054001703Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 122Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 122Revista de Saúde Pública; v. 54 (2020); 1221518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166556https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166557https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166558Copyright (c) 2020 Revista de Saúde Públicahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessAquino, Érika Carvalho deAntunes, José Leopoldo FerreiraMorais Neto, Otaliba Libânio de2020-12-16T14:12:16Zoai:revistas.usp.br:article/179987Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2020-12-16T14:12:16Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
Mortality by road traffic injuries in Brazil (2000–2016): capital cities versus non-capital cities
title Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
spellingShingle Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
Aquino, Érika Carvalho de
Estudos de Séries Temporais
Spatial Analysis
Time Series Studies
Acidentes de Trânsito, mortalidade
Análise Espacial
Estudos de Séries Temporais
title_short Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
title_full Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
title_fullStr Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
title_full_unstemmed Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
title_sort Mortalidade por acidentes de trânsito no Brasil (2000–2016): capitais versus não capitais
author Aquino, Érika Carvalho de
author_facet Aquino, Érika Carvalho de
Antunes, José Leopoldo Ferreira
Morais Neto, Otaliba Libânio de
author_role author
author2 Antunes, José Leopoldo Ferreira
Morais Neto, Otaliba Libânio de
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Aquino, Érika Carvalho de
Antunes, José Leopoldo Ferreira
Morais Neto, Otaliba Libânio de
dc.subject.por.fl_str_mv Estudos de Séries Temporais
Spatial Analysis
Time Series Studies
Acidentes de Trânsito, mortalidade
Análise Espacial
Estudos de Séries Temporais
topic Estudos de Séries Temporais
Spatial Analysis
Time Series Studies
Acidentes de Trânsito, mortalidade
Análise Espacial
Estudos de Séries Temporais
description OBJETIVO: Comparar a magnitude e tendência da mortalidade por acidentes de transporte terrestre (ATT) nas capitais e demais municípios de cada estado brasileiro nos anos de 2000 a 2016. MÉTODOS: Foi realizada análise de séries temporais das taxas de mortalidade por ATT padronizadas por idade, comparando as capitais e o aglomerado de municípios não capitais em cada estado. Os dados sobre óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram considerados como óbitos por ATT aqueles cuja causa básica tenha sido designada pelos códigos V01 a V89 do CID-10, com redistribuição dos garbage codes. Para o cálculo das taxas de mortalidade, foram utilizadas as projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2000 a 2015 e a população calculada por interpolação polinomial para 2016. A análise de tendências foi realizada pelo método de Prais-Winsten, utilizando o programa Stata 14.0. RESULTADOS: Ocorreram 601.760 óbitos por ATT no período (114.483 de residentes em capitais). A mortalidade por ATT não apresentou tendência crescente em nenhuma das capitais no período em estudo. Já entre os municípios não capitais, a tendência foi crescente em 14 estados. O maior aumento foi observado no Piauí (TIA = 7,50%; IC95% 5,50 – 9,60). Ocorreu tendência decrescente da mortalidade por ATT em 14 capitais, dentre as quais Curitiba apresentou maior decréscimo (TIA = -4,82%; IC95% -6,61 – -2,92). Apenas São Paulo e Rio Grande do Sul apresentaram tendência decrescente da mortalidade por ATT nos municípios não capitais (TIA = 2,32%; IC95% -3,32 – -1.3 e TIA = 1,2%, IC95% -2,41 – 0,00, respectivamente). CONCLUSÕES: É possível concluir que as taxas de mortalidade por ATT em municípios não capitais no Brasil apresentaram tendência alarmantes quando comparadas às observadas nas capitais. O desenvolvimento de ações eficazes de segurança no trânsito está quase sempre limitado às capitais e grandes cidades brasileiras. Os municípios com maior risco devem ser priorizados para o fortalecimento das políticas públicas de prevenção e controle.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-16
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987
10.11606/s1518-8787.2020054001703
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987
identifier_str_mv 10.11606/s1518-8787.2020054001703
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
language por
eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166556
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166557
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/179987/166558
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Revista de Saúde Pública
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Revista de Saúde Pública
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
text/xml
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 122
Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 122
Revista de Saúde Pública; v. 54 (2020); 122
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1800221801833299968