Luto, pathos e clínica: uma leitura fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Joanneliese de Lucas
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Psicologia USP (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/145550
Resumo: A compreensão sobre o luto sofreu profundas modificações em seus aspectos teóricos e práticos, com repercussões importantes na recente versão do DSM. Não apenas o contexto cultural, mas também a clínica psicológica impactou profundamente a sua compreensão. A psicologia fenomenológico-existencial estuda os fenômenos como vivências no mundo, contribuindo com a reflexão sobre o caráter vivencial e pathico do enlutamento. Este estudo objetiva apresentar o luto nessa perspectiva e suas implicações para a clínica psicológica. Quando submetemos o fenômeno do luto à epoché, deparamo-nos com a evidência da intersubjetividade. O luto é uma vivência que tem início na abrupta supressão do outro enquanto corporeidade, rompendo os sentidos habituais do mundo-vida. Diante da suspensão de sentidos, propõe-se que o setting clínico permita o retomar e o ressignificar das narrativas interrompidas, diante de um novo mundo-vida que se abre fora do horizonte das predeterminações teóricas.
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Este estudo objetiva apresentar o luto nessa perspectiva e suas implicações para a clínica psicológica. Quando submetemos o fenômeno do luto à epoché, deparamo-nos com a evidência da intersubjetividade. O luto é uma vivência que tem início na abrupta supressão do outro enquanto corporeidade, rompendo os sentidos habituais do mundo-vida. Diante da suspensão de sentidos, propõe-se que o setting clínico permita o retomar e o ressignificar das narrativas interrompidas, diante de um novo mundo-vida que se abre fora do horizonte das predeterminações teóricas. La comprensión del duelo ha sido profundamente modificada en sus aspectos teóricos y prácticos con significativas repercusiones en la última versión del DSM. No solo el contexto cultural, sino también la clínica psicológica ha impactado profundamente en su comprensión. La psicología existencial-fenomenológica estudia los fenómenos como vivencias en el mundo, contribuyendo a la reflexión acerca del carácter experiencial y pathico del duelo. Este estudio tiene como objetivo presentar el duelo en esta perspectiva y sus implicaciones para la psicología clínica. Al someter el fenómeno del duelo a la epoché, encontramos la intersubjetividad como evidencia. El duelo es una vivencia que se inicia con la supresión brusca del otro como corporeidad, rompiendo con el sentido habitual del mundo-vida. Frente a la suspensión de los sentidos, se propone que el setting clínico permita la resignificación y la retomada de las narrativas interrumpidas, ante un nuevo mundo-vida que se abre, fuera del horizonte de la predeterminación teórica. The comprehension of bereavement has undergone profound changes in its theoretical and practical aspects, with relevant repercussions in the recent version of DSM. Not only the cultural context but also the clinical psychology has profoundly impacted its understanding. Phenomenological-existential psychology studies the phenomena as lived experiences in the world, contributing with the thought on the experiential and pathic character of bereavement. This study aims to present bereavement in this perspective, and its implications for clinical psychology. When we submit the phenomenon of bereavement to epoché, we find evidence of intersubjectivity. It is an experience that begins with the abrupt suppression of the other as corporeality, which breaks the habitual meanings of the life-world. In the face of meaning suspension, it is proposed that the clinical setting allows the resumption and re-signification of the interrupted narratives, against a new life-world opened on the outside of the horizon of theoretical predeterminations. La compréhension du deuil a eu des profonds changements dans ses aspects théoriques et pratiques, avec des répercussions importantes sur la dernière version du DSM. Cette compréhension a été profondément touchée par le contexte culturel et aussi bien par la clinique psychologique. La psychologie existentielle-phénoménologique étudie les phénomènes en première personne, ce qui contribue à la réflexion sur le caractère expérientiel et pathique du deuil. Ce travail vise à présenter le deuil dans cette perspective, aussi bien que ses implications à la psychologie clinique. Lorsqu’on aplique l’epoché à ce phénomène, nous trouvons l’évidence de l’intersubjectivité. Le deuil est une expérience qui commence avec la disparition brutale de l’autre comme corporéité, brisant le sens habituel du monde-vie. Face à la suspension du sens, on propose que, dans la clinique, la narrative interrompue soit signifié face à un nouveau monde-vie qui s’ouvre dehors de l’horizon des pré-déterminations théoriques.Universidade de São Paulo. 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