A troca do fio e os descaminhos do duplo: sonho e vigília entre os Ye’kwana do rio Auaris
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/202291 |
Resumo: | O artigo versa sobre reflexões dos Ye’kwana do rio Auaris acerca das experiências oníricas e os seus efeitos na vigília. O sonho é um afastamento temporário do duplo em relação à pessoa (corpo) e, nesse sentido, é expressão dos caminhos e descaminhos do duplo em outros mundos. Meus interlocutores contam que as pessoas comuns não sonham bem, pois ao dormirem seus duplos andam por lugares onde o encontro com entes perigosos é corriqueiro. Diferentemente dos pajés, as pessoas comuns não controlam os percursos de seus duplos durante o sonho. Além de trazer à baila as histórias verdadeiras (wätunnä) sobre a origem da morte, da descontinuidade entre o sonho e a vigília e do sono, o estudo aborda conceitos centrais para o entendimento da configuração da pessoa ye’kwana - duplo (äkaato) e fio do duplo (wadeeku ekaato) - e analisa a onirocrítica nativa, uma reflexão especulativa e prática implicada em futuros possíveis prefigurados nos sonhos. |
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A troca do fio e os descaminhos do duplo: sonho e vigília entre os Ye’kwana do rio AuarisThe switch of the thread and the misplacement of the double: dream and wakefulness among the Ye'kwana of the Auaris RiverEtnologia ameríndiaYe’kwanasonhonoção de pessoacosmopráxis ameríndiaAmerindian ethnologyYe’kwanadreampersonhoodAmerindian cosmopraxisO artigo versa sobre reflexões dos Ye’kwana do rio Auaris acerca das experiências oníricas e os seus efeitos na vigília. O sonho é um afastamento temporário do duplo em relação à pessoa (corpo) e, nesse sentido, é expressão dos caminhos e descaminhos do duplo em outros mundos. Meus interlocutores contam que as pessoas comuns não sonham bem, pois ao dormirem seus duplos andam por lugares onde o encontro com entes perigosos é corriqueiro. Diferentemente dos pajés, as pessoas comuns não controlam os percursos de seus duplos durante o sonho. Além de trazer à baila as histórias verdadeiras (wätunnä) sobre a origem da morte, da descontinuidade entre o sonho e a vigília e do sono, o estudo aborda conceitos centrais para o entendimento da configuração da pessoa ye’kwana - duplo (äkaato) e fio do duplo (wadeeku ekaato) - e analisa a onirocrítica nativa, uma reflexão especulativa e prática implicada em futuros possíveis prefigurados nos sonhos.The article deals with reflections of the Ye'kwana (Auaris River) on dream experiences and their effects in wakefulness. The dream is a temporary departure from the double in relation to the person (body), it is an expression of the paths and misplacements of the double in other worlds. The Ye'kwana say that ordinary people do not dream well, because when sleeping their doubles walk through places where the encounter with dangerous beings is common. Unlike the shamans, ordinary people do not control the paths of their doubles during the dream. In addition to bringing up histories wätunnä about the origin of the death, the discontinuity between dream and wakefulness and the sleep, the article analyzes central concepts for the understanding of the ye’kwana personhood – double and thread of the double - and addresses the native onirocritic, a speculative reflection and praxis involved with the possible futures prefigured in dreams.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2022-11-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/20229110.11606/1678-9857.ra.2022.202291Revista de Antropologia; v. 65 n. 3 (2022); e202291Revista de Antropologia; Vol. 65 No 3 (2022); e202291Revista de Antropologia; Vol. 65 Núm. 3 (2022); e202291Revista de Antropologia; Vol. 65 No. 3 (2022); e2022911678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/202291/188534https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/202291/188561Copyright (c) 2022 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessGongora, Majoí Favero2023-02-16T14:44:59Zoai:revistas.usp.br:article/202291Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2023-02-16T14:44:59Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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