Histórias, visibilidades e princípios operadores da desinstitucionalização em saúde mental: narrativas do possível
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187139 |
Resumo: | Este escrito toma por objeto memórias de um percurso de trabalho que construiu processos de desinstitucionalização que visam não apenas o fim do manicômio, mas o desmonte da lógica manicomial. Para tanto, elegemos como método o compartilhamento de narrativas do vivido, acolhendo a convocação benjaminiana à responsabilização pela precariedade de uma posição discursiva, contra o tecnicismo e a generalização. Por um lado, as narrativas do cotidiano do fazer da desinstitucionalização evidenciam as cumplicidades entre os modelos jurídico-institucional e biopolítico do poder, apontados por Giorgio Agamben, na produção de vidas abandonáveis e matáveis, incluídas no ordenamento jurídico como exceção à lei, por referência à norma. Por outro lado, possibilitam recolhermos, como efeitos da experiência no narrar, alguns princípios que operaram na produção das condições de retorno à vida no território, de pessoas institucionalizadas sob os argumentos da incapacidade, da periculosidade e da doença mental. Trata-se do testemunho de tessituras do singular no coletivo, cuja matéria-prima foram histórias reconstruídas, de asilos e de vizinhanças, as quais nomeamos “narrativas do possível”. |
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Histórias, visibilidades e princípios operadores da desinstitucionalização em saúde mental: narrativas do possívelStories, visibility and operator principles of deinstitutionalization in mental health: narratives of the possibleDesinstitucionalizaçãoSaúde MentalNarrativasDeinstitutionalizationMental HealthNarrativesEste escrito toma por objeto memórias de um percurso de trabalho que construiu processos de desinstitucionalização que visam não apenas o fim do manicômio, mas o desmonte da lógica manicomial. Para tanto, elegemos como método o compartilhamento de narrativas do vivido, acolhendo a convocação benjaminiana à responsabilização pela precariedade de uma posição discursiva, contra o tecnicismo e a generalização. Por um lado, as narrativas do cotidiano do fazer da desinstitucionalização evidenciam as cumplicidades entre os modelos jurídico-institucional e biopolítico do poder, apontados por Giorgio Agamben, na produção de vidas abandonáveis e matáveis, incluídas no ordenamento jurídico como exceção à lei, por referência à norma. Por outro lado, possibilitam recolhermos, como efeitos da experiência no narrar, alguns princípios que operaram na produção das condições de retorno à vida no território, de pessoas institucionalizadas sob os argumentos da incapacidade, da periculosidade e da doença mental. Trata-se do testemunho de tessituras do singular no coletivo, cuja matéria-prima foram histórias reconstruídas, de asilos e de vizinhanças, as quais nomeamos “narrativas do possível”.This article describes specific professional experiences that helped construct deinstitutionalization processes seeking to not only end asylums but also discard their logic. For such, we chose to share narratives of this experience, based on what was experienced, facing the Benjaminean provocation that points to the precariousness of a discursive position, going against technicism and generalization while calling out to take responsibility. The daily narratives of this deinstitutionalization practice led us, on the one hand, to evidence the complicities between the legal-institutional and biopolitical models of power in the production of disposable lives, as pointed out by Giorgio Agamben, which are included in the legal order as an exception, if we take as reference what is seen as the norm. On the other hand, engaging in such narratives allows us to relive some effects of the experience itself, including principles involved in the production of conditions for returning to life in the community by people who have been institutionalized due to their likely disability or because of so-called dangerousness associated with mental illness. Thus, this manuscript serves as a testimony of collective activity that could establish a connection between the singular and the collective, whose raw material was reconstructed stories of asylums and neighborhoods, which we chose to name as “narratives of the possible”.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2020-12-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/18713910.1590/S0104-12902020190021Saúde e Sociedade; v. 29 n. 3 (2020); e190021Saúde e Sociedade; Vol. 29 No. 3 (2020); e190021Saúde e Sociedade; Vol. 29 Núm. 3 (2020); e1900211984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187139/172904https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187139/172905Copyright (c) 2020 Saúde e Sociedadehttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSimoni, Ana CarolinaMoschen, SimoneSimoni, Ana CarolinaMoschen, SimoneSimoni, Ana CarolinaMoschen, Simone2021-06-22T18:17:13Zoai:revistas.usp.br:article/187139Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2021-06-22T18:17:13Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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