A educação e a luta no Araguaia (Mato Grosso)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Meire Rose dos Anjos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-02052016-114128/
Resumo: O presente estudo buscou compreender a relação entre a educação e as lutas desenvolvidas no Araguaia como instrumentos para constituição de poder popular e uma tentativa de elaboração de um modelo educacional popular para a região. Ou seja, uma educação voltada para as características locais a partir de dois projetos, o Inajá, curso de formação em nível médio para professores não habilitados, e as Licenciaturas Plenas Parceladas, formação em nível superior. O Norte-Araguaia se localiza no Leste matogrossense, limitando-se com Goiás, Tocantins e Pará. É uma região de diversos acontecimentos culturais, educacionais e políticos. Na segunda metade do século XX tornou-se polo atrativo para migrantes de algumas áreas brasileiras, sobretudo do Nordeste e do Sul do país. Na época, eram migrantes à procura de terras e oportunidades frutíferas de vida. No processo migratório os indígenas acabam por perder seu território para os posseiros e, logo depois, para as grandes empresas agropecuárias. É, também, por esta razão que o Araguaia viveu um processo intenso de ebulição política e busca de direitos; ainda hoje, há conflitos entre indígenas, posseiros e latifundiários por causa de interesses diferentes do uso da terra e de como se desenvolvem as relações de trabalho. Para a análise delimitamos um período de tempo que vai desde a origem do Inajá ao último ano das primeiras duas turmas das Parceladas, ou seja, de 1987 a 2002. Para compreender o anseio do povo do Araguaia por um processo educacional que valorizasse a história e as relações constituídas, partimos do entendimento de conceitos importantes, como região, migração, territorialidades, educação e poder. Verificamos que os dois projetos se transformaram em instrumentos para o fortalecimento do povo, uma vez que formavam professores a partir da vivência das escolas, do campo e da cidade, e da comunidade onde estavam inseridos. Apesar das experiências estarem localizadas em um período da história do Araguaia, elas ainda ressoam nos encontros e discussões educacionais, o que leva à possibilidade de construções, que talvez não sejam subversivas à ordem estabelecida, mas, ao menos formem cidadãos críticos e que reconheçam qual é a intenção do modelo educacional instituído no estado e no país
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Na época, eram migrantes à procura de terras e oportunidades frutíferas de vida. No processo migratório os indígenas acabam por perder seu território para os posseiros e, logo depois, para as grandes empresas agropecuárias. É, também, por esta razão que o Araguaia viveu um processo intenso de ebulição política e busca de direitos; ainda hoje, há conflitos entre indígenas, posseiros e latifundiários por causa de interesses diferentes do uso da terra e de como se desenvolvem as relações de trabalho. Para a análise delimitamos um período de tempo que vai desde a origem do Inajá ao último ano das primeiras duas turmas das Parceladas, ou seja, de 1987 a 2002. Para compreender o anseio do povo do Araguaia por um processo educacional que valorizasse a história e as relações constituídas, partimos do entendimento de conceitos importantes, como região, migração, territorialidades, educação e poder. Verificamos que os dois projetos se transformaram em instrumentos para o fortalecimento do povo, uma vez que formavam professores a partir da vivência das escolas, do campo e da cidade, e da comunidade onde estavam inseridos. Apesar das experiências estarem localizadas em um período da história do Araguaia, elas ainda ressoam nos encontros e discussões educacionais, o que leva à possibilidade de construções, que talvez não sejam subversivas à ordem estabelecida, mas, ao menos formem cidadãos críticos e que reconheçam qual é a intenção do modelo educacional instituído no estado e no paísThis study aims to investigate the relationship between education and the struggles developed at the Araguaia as tools for the constitution of a popular power and an attempt to draw up a popular educational model for the region. That is, an education conducted for the local characteristics from two projects, Inajá, mid-level training course for teachers not qualified and the Undergraduate Plenas Parceled, training at the college level. The North Araguaia is located in the eastern of Mato Grosso limiting with Goiás, Tocantins and Pará. It is a region of diverse cultural events, educational and political. In the second half of the twentieth century it has become attractive hub for migrants from some Brazilian areas, particularly northeast and south of the country. At the time, were migrants demand for land and chances of fruitful life. In the migration process, the indigenous eventually lose their territory to settlers and soon after for big agribusiness companies. It is also for this reason that the Araguaia lived an intense process of political boiling and rights search, even today, there are conflicts between indigenous, squatters and landowners because of different interests in land use and how has developed the work relation. For the analysis it was defined a period of time ranging since the origin of the Inajá to the last year of the first two classes of Parceled, that is, from 1987 to 2002. To understand the yearning of the Araguaia people in search of an educational process that valued the history and established relationships we start from the understanding of important concepts such as region, migration, territoriality, education and power. We verified that both projects became instruments for the strengthening of people, once they have formed teachers since the experience from schools, the countryside and the city, and the community where they were inserted. Although that experiences are located in a period of history do Araguaia, they still resonate in the meetings and educational discussions, that leads to the possibility of constructions, which perhaps aren\'t subversive to the established order, but at least form critical citizens and that they can recognize what is the intention of the educational model established in the state and in the countryBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrancesconi, LeaOliveira, Meire Rose dos Anjos2016-01-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-02052016-114128/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-02052016-114128Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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