Estudo morfométrico comparando duas alternativas de reconstrução da via de efluxo venoso do enxerto no método piggyback de transplante de fígado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Fabricio Ferreira
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-17042007-145042/
Resumo: INTRODUÇÃO: No método piggyback de transplante de fígado (Tx), o pinçamento da veia cava inferior (VCI) do receptor é apenas parcial, permitindo a manutenção do retorno venoso durante a fase anepática sem a necessidade de utilização de desvio veno-venoso. A essa vantagem, contrapõe-se uma maior incidência de obstrução da drenagem venosa do enxerto, complicação que está relacionada com o tipo de reconstrução empregado. A implantação da VCI do enxerto no óstio das veias hepáticas média e esquerda (ME) do receptor tem sido evitada devido a uma maior freqüência de bloqueio venoso. Essa incidência diminui quando são empregadas a anastomose látero-lateral (LL) ou a implantação da VCI do enxerto no óstio das veias hepáticas direita, média e esquerda (DME) do receptor. Entretanto, essas reconstruções reduzem a eficiência do retorno venoso na fase anepática do Tx devido à constrição mais pronunciada da VCI durante o pinçamento necessário para a confecção da anastomose. A alternativa de utilizar o óstio formado pelas veias hepáticas direita e média (DM) pode propiciar uma constrição menor da VCI. Entretanto, esse benefício só se justifica se a via de efluxo venoso obtida não apresentar restrições anatômicas. O objetivo deste trabalho é comparar a congruência do perímetro da VCI com o perímetro das bocas anastomóticas e dos óstios de drenagem na VCI, obtidos por meio da utilização das modalidades DM e DME para a reconstrução do efluxo venoso no Tx piggyback. MÉTODO: Foram estudados prospectivamente 16 cadáveres frescos. Após a hepatectomia total, realizou-se o estudo morfométrico da confluência hepatocaval aferindo-se o perímetro da VCI (PVCI) e, nas reconstruções DM e DME, o perímetro das bocas anastomóticas (PDM e PDME) e dos óstios de desembocadura na VCI (PoDM e PoDME). Foram obtidas imagens digitalizadas de todos os perímetros. As medidas foram realizadas por meio do programa analisador de imagens KS300. A análise estatística foi realizada por meio de análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas. Utilizou-se um nível de significância de 5%. RESULTADO: Foram estudados 11 casos do sexo masculino (68,8%). A média de idade foi de 63,7 ± 15,7 anos (40 a 83 anos). Foram obtidos dados completos para todas as variáveis, exceto para o PoDME. Os valores de PDME (137,2 ± 24,3 mm; p<0,001), PDM (123,2 ± 20,1 mm; p=0,003) e PoDM (116,6 ± 17,5 mm; p=0,027) foram significantemente maiores do que o PVCI (107,9 ± 18,8 mm). Os valores de PDME foram significantemente maiores que os de PDM (p=0,004) e PoDM (p=0,001). CONCLUSÃO: A via de efluxo venoso da modalidade DM apresenta um perímetro maior que o da VCI tanto no ponto de anastomose quanto no óstio de desembocadura na VCI, não determinando restrições anatômicas para o efluxo venoso do enxerto hepático. Em comparação com a modalidade DME, a modalidade DM apresenta perímetro mais congruente com o da VCI.
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A implantação da VCI do enxerto no óstio das veias hepáticas média e esquerda (ME) do receptor tem sido evitada devido a uma maior freqüência de bloqueio venoso. Essa incidência diminui quando são empregadas a anastomose látero-lateral (LL) ou a implantação da VCI do enxerto no óstio das veias hepáticas direita, média e esquerda (DME) do receptor. Entretanto, essas reconstruções reduzem a eficiência do retorno venoso na fase anepática do Tx devido à constrição mais pronunciada da VCI durante o pinçamento necessário para a confecção da anastomose. A alternativa de utilizar o óstio formado pelas veias hepáticas direita e média (DM) pode propiciar uma constrição menor da VCI. Entretanto, esse benefício só se justifica se a via de efluxo venoso obtida não apresentar restrições anatômicas. O objetivo deste trabalho é comparar a congruência do perímetro da VCI com o perímetro das bocas anastomóticas e dos óstios de drenagem na VCI, obtidos por meio da utilização das modalidades DM e DME para a reconstrução do efluxo venoso no Tx piggyback. MÉTODO: Foram estudados prospectivamente 16 cadáveres frescos. Após a hepatectomia total, realizou-se o estudo morfométrico da confluência hepatocaval aferindo-se o perímetro da VCI (PVCI) e, nas reconstruções DM e DME, o perímetro das bocas anastomóticas (PDM e PDME) e dos óstios de desembocadura na VCI (PoDM e PoDME). Foram obtidas imagens digitalizadas de todos os perímetros. As medidas foram realizadas por meio do programa analisador de imagens KS300. A análise estatística foi realizada por meio de análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas. Utilizou-se um nível de significância de 5%. RESULTADO: Foram estudados 11 casos do sexo masculino (68,8%). A média de idade foi de 63,7 ± 15,7 anos (40 a 83 anos). Foram obtidos dados completos para todas as variáveis, exceto para o PoDME. Os valores de PDME (137,2 ± 24,3 mm; p<0,001), PDM (123,2 ± 20,1 mm; p=0,003) e PoDM (116,6 ± 17,5 mm; p=0,027) foram significantemente maiores do que o PVCI (107,9 ± 18,8 mm). Os valores de PDME foram significantemente maiores que os de PDM (p=0,004) e PoDM (p=0,001). CONCLUSÃO: A via de efluxo venoso da modalidade DM apresenta um perímetro maior que o da VCI tanto no ponto de anastomose quanto no óstio de desembocadura na VCI, não determinando restrições anatômicas para o efluxo venoso do enxerto hepático. Em comparação com a modalidade DME, a modalidade DM apresenta perímetro mais congruente com o da VCI.INTRODUCTION: In piggyback liver transplantation (LT), partial clamping of the recipient inferior vena cava (IVC) preserves the venous return of the lower extremities during the anhepatic phase precluding the use of venovenous bypass. The incidence of hepatic venous outflow obstruction after piggyback LT varies according to the type of venous reconstruction. Anastomosis between the cranial portion of the graft IVC and common stump of the middle and left hepatic veins (ME) of the recipient has been avoided due to a higher frequency of hepatic venous outflow obstruction. This incidence decreases when a cavo-caval side-to-side anastomosis (SS) or the ostium of the three main hepatic veins of the recipient (RML) are used. On the other hand, venous return is reduced in these modalities due to a more pronounced constriction during the IVC clamping. The use of the ostium formed by the right and middle hepatic veins (RM) may limit IVC constriction. However, this benefit is only justified if a hepatic venous outflow tract with no anatomical restrictions can be obtained. The aim of this study is to compare the congruence of the IVC perimeter with the perimeter of the venous outflow tract at the anastomotic site and also its opening into the IVC both in the RM and RML modalities. METHODS: Sixteen fresh human cadavers were prospectively studied. After total hepatectomy, a morphometric study of the hepatocaval confluence was done by measuring the perimeter of the IVC (IVCP) and, in RM and RML reconstructions, the perimeter of the venous outflow tract at the anastomotic site (RMP and RMLP) and at its opening into the IVC (RMoP and RMLoP). Digital images of all perimeters were obtained. The measurements were accomplished utilizing the KS300 image analysis software. The statistical analysis was performed using analysis of variance (ANOVA) for repeated measures. Statistical significance was established when the p value was less than 0.05. RESULTS: Examinations were performed in 11 men and 5 women with a mean age of 63.7 ± 15.7 years (40 to 83 years). Complete data were obtained for all the variables except for RMLoP. The mean RMLP (137.2 ± 24.3 mm; p<0.001), RMP (123.2 ± 20.1 mm; p=0.003) and RMoP (116.6 ± 17.5 mm; p=0.027) values were significantly larger than IVCP (107.9 ± 18.8 mm). RMLP values were significantly larger than RMP (p=0.004) and RMoP (p=0.001). CONCLUSION: In RM reconstruction, the venous outflow tract presents a larger perimeter than IVC both at the anastomotic site and at the opening into IVC. In comparison to RML, the RM modality presents a more congruent perimeter with the IVC.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMassarollo, Paulo Celso BoscoCoelho, Fabricio Ferreira2007-02-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-17042007-145042/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:51Zoai:teses.usp.br:tde-17042007-145042Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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