A prosa de Dora: uma leitura da articulação entre natureza e cultura na filosofia de Merleau-Ponty

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Silvana de Souza
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-07122009-142545/
Resumo: O presente trabalho objetiva oferecer uma leitura da articulação entre natureza e cultura na filosofia de Merleau-Ponty. Em primeiro lugar, mediante o estudo das obras dos anos 1940, mostramos o caráter problemático da manutenção de uma perspectiva da consciência que impede o filósofo de dar conta da não separação entre fato e essência. Em linhas gerais, mostramos, por um lado, que a Structure du comportement e a Phénoménologie de la perception comportam uma concepção de natureza entendida como plenitude e atualidade; por outro lado, a aparição do cogito tácito responsável por unificar as operações expressivas deixa claro que o simbólico só pode ter lugar na ordem humana. Em segundo lugar, investigamos como a reabilitação do conceito de natureza (atrelada à discussão sobre a historicidade do sentido, iniciada nos anos 1950) permite a Merleau-Ponty conceber o Ser natural como vida e como avanço criador. Este movimento permite alastrar a expressão a todas as dimensões da experiência desde as naturais até as culturais de modo que a cultura possa ser engrenada à produtividade da natureza. Por fim, mediante a análise do problema da intersubjetividade em Merleau-Ponty, discutimos como a compreensão de um Ser relacional pode ensejar uma teoria da individuação e do reconhecimento. Para tanto, centramos nossa leitura na apropriação merleau-pontiana de alguns elementos da psicanálise. Trata-se de mostrar que o corpo humano carrega matrizes simbólicas opacas ou um sistema de equivalências carnais que guiam o desejo do sujeito e sua conseqüente formação, de modo que a experiência humana assim como o Ser no qual ela se desenrola guarda sempre um avesso de latência cujo desvelamento exige um discurso interrogativo que encontra seu modelo na experiência psicanalítica.
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