Avaliação dos efeitos da utilização de plasma autólogo condicionado em articulações sinoviais hígidas de equinos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Juliana Junqueira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-06122013-142533/
Resumo: O cavalo tem sido há milhares de anos um dos animais de maior utilidade para o homem, tanto no trabalho quanto no esporte. A integridade de sua estrutura física é determinante para a qualidade de seu desempenho, sendo alvo importante das estratégias terapêuticas e preventivas da atualidade. Diversos estudos têm esclarecido parte da cascata de eventos que ocorre em ambiente intra-articular, revelando os principais mediadores nocivos e ampliando as opções para tratamentos mais eficientes. Experimentos utilizando a citometria de fluxo foram capazes de demonstrar que a adição de plasma às células de líquido sinovial (LS) previamente inflamadas diminui a produção de espécies reativas de oxigênio durante o burst oxidativo, conferindo capacidade antioxidante a este hemoderivado. Pouco se sabe, no entanto, sobre seu potencial pró ou anti-inflamatório, pois não existem relatos na literatura investigando tal atividade. Assim, desenvolvemos este estudo com o objetivo de acompanhar os efeitos exercidos pelo plasma autólogo condicionado (ACP) sobre os tecidos articulares, reportando as alterações clínicas e no LS das articulações metacarpofalangeanas hígidas que receberam este tratamento. Foram administrados 4 ml de ACP em 10 articulações metacarpofalangeanas de equinos saudáveis, enquanto as articulações contralaterais receberam 4 ml de solução fisiológica, como controle. LS foi coletado antes de cada aplicação e nos momentos 3, 6, 24, 48 e 168 horas após. Foi realizada avaliação física diária, e as amostras coletadas foram submetidas imediatamente a análise física (volume, cor, aspecto e viscosidade), teste da qualidade do precipitado de mucina, contagem total e diferencial das células nucleadas. O sobrenadante foi congelado para dosagem posterior de ureia, proteína total, ácido hialurônico (AH), condroitim sulfato (CS), prostaglandina E2 (PGE2) e das citocinas fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina 1 beta (IL-1β) e antagonista do receptor de IL-1 (IL-1ra). A avaliação física dos animais detectou presença de claudicação nas articulações metacarpofalangeanas tratadas com ACP nos momentos 24 e 48 horas após sua administração. A análise física do LS das mesmas articulações revelou maior contaminação das amostras com sangue às 6 horas e maior contagem de células nucleadas às 3, 6, 24 e 48 horas, com predomínio de leucócitos polimorfonucleares. Ainda, o ACP induziu maiores concentrações de proteína total e PGE2 às 3 e 6 horas, e maior concentração de CS às 24 horas. Houve também tendência ao aumento de TNF-α às 24 horas. Às 168 horas, todavia, nenhuma alteração foi observada em quaisquer dos itens avaliados. Não ocorreram alterações nos demais aspectos físicos do LS nem na qualidade do precipitado de mucina, tampouco nas concentrações de ureia e AH. Estes resultados indicam que em articulações hígidas o ACP possui ação pró-inflamatória transitória, com maiores concentrações de PGE2 induzindo o catabolismo dos PGs da matriz, aumentando particularmente o CS.
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Experimentos utilizando a citometria de fluxo foram capazes de demonstrar que a adição de plasma às células de líquido sinovial (LS) previamente inflamadas diminui a produção de espécies reativas de oxigênio durante o burst oxidativo, conferindo capacidade antioxidante a este hemoderivado. Pouco se sabe, no entanto, sobre seu potencial pró ou anti-inflamatório, pois não existem relatos na literatura investigando tal atividade. Assim, desenvolvemos este estudo com o objetivo de acompanhar os efeitos exercidos pelo plasma autólogo condicionado (ACP) sobre os tecidos articulares, reportando as alterações clínicas e no LS das articulações metacarpofalangeanas hígidas que receberam este tratamento. Foram administrados 4 ml de ACP em 10 articulações metacarpofalangeanas de equinos saudáveis, enquanto as articulações contralaterais receberam 4 ml de solução fisiológica, como controle. LS foi coletado antes de cada aplicação e nos momentos 3, 6, 24, 48 e 168 horas após. Foi realizada avaliação física diária, e as amostras coletadas foram submetidas imediatamente a análise física (volume, cor, aspecto e viscosidade), teste da qualidade do precipitado de mucina, contagem total e diferencial das células nucleadas. O sobrenadante foi congelado para dosagem posterior de ureia, proteína total, ácido hialurônico (AH), condroitim sulfato (CS), prostaglandina E2 (PGE2) e das citocinas fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina 1 beta (IL-1β) e antagonista do receptor de IL-1 (IL-1ra). A avaliação física dos animais detectou presença de claudicação nas articulações metacarpofalangeanas tratadas com ACP nos momentos 24 e 48 horas após sua administração. A análise física do LS das mesmas articulações revelou maior contaminação das amostras com sangue às 6 horas e maior contagem de células nucleadas às 3, 6, 24 e 48 horas, com predomínio de leucócitos polimorfonucleares. Ainda, o ACP induziu maiores concentrações de proteína total e PGE2 às 3 e 6 horas, e maior concentração de CS às 24 horas. Houve também tendência ao aumento de TNF-α às 24 horas. Às 168 horas, todavia, nenhuma alteração foi observada em quaisquer dos itens avaliados. Não ocorreram alterações nos demais aspectos físicos do LS nem na qualidade do precipitado de mucina, tampouco nas concentrações de ureia e AH. Estes resultados indicam que em articulações hígidas o ACP possui ação pró-inflamatória transitória, com maiores concentrações de PGE2 induzindo o catabolismo dos PGs da matriz, aumentando particularmente o CS.History has connected human and equine species, for work and pleasure purposes and in both scenarios, horses\' physical integrity is of paramount importance for adequate performance. Soundness has been the target of many studies in orthopedic therapeutics and preventive equine medicine. Several of these studies have thrown light on the sequence of deleterious intra-articular events that take place after an insult, revealing key mediators of joint destruction and widening treatment options. Experiments evaluating the effects of plasma on reactive oxygen species production by chemically stimulated synovial fluid (SF) cells revealed a potent antioxidant effect. Little is known, however about plasma´s anti or pro inflammatory activities, still an unexplored property of plasma. This study was to designed to observe the effects of autologous conditioned plasma (ACP) on articular components, reporting findings of serial SF analysis and clinical evaluations, before and after its administration in healthy metacarpophalangeal joints. Four mililiters of ACP were injected in 10 healthy metacarpophalangeal joints, and the contralateral joints were injected with 4 ml of saline, serving as controls. SF was obtained for analysis before, and then 3, 6, 24, 48 and 168 hours after treatment injection. Horses were subjected to daily clinical evaluations and synovial fluid samples were immediately analyzed for color, viscosity, volume, aspect, quality of mucin clot and total and differential nucleated cell counts. The supernatant was frozen and stored for posterior dosages of urea, total protein, hyaluronic acid (HA), chondroitin sulphate (CS), prostaglandin E2 (PGE2), tumor necrosis factor alpha (TNF-α), interleukin 1 beta (IL- 1β), and interleukin 1 receptor antagonist (IL-1ra). Physical evaluation of ACP treated subjects detected mild lameness at 24 and 48 hours observation points. SF analysis of ACP treated joints revealed blood contamination and higher total nucleated cell counts at 3, 6, 24 and 48 hours, with predominance of polymorphonuclear cells. ACP treatment has also induced higher protein concentrations and PGE2 levels at 3 and 6 hours and higher CS levels at 24 hours in synovial fluid analysis. At 24 hours, TNFα concentrations were higher, although not significantly. At 168 hours post ACP treatment, however, no change was observed in any parameter of synovial fluid analysis. No alterations were detected in the remaining items evaluated, nor in the quality of the mucin clot, urea concentration or HA. These results indicate that, when injected into healthy joints, ACP elicits a transient inflammatory response, characterized by higher PGE2 concentrations, matrix catabolism, with particular increase in CS.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBaccarin, Raquel Yvonne ArantesMoreira, Juliana Junqueira2013-06-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-06122013-142533/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:49Zoai:teses.usp.br:tde-06122013-142533Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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