Estudo clínico prospectivo sobre preditores de fluido responsividade em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Lígia Cristina Câmara
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-28012020-154538/
Resumo: INTRODUÇÃO: O objetivo deste estudo foi identificar variáveis hemodinâmicas preditoras de fluido responsividade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. MÉTODOS: Estudo clínico prospectivo realizado em pacientes adultos no pós-operatório imediato de cirurgia de revascularização do miocárdio. Foram incluídos pacientes com indicação de reposição volêmica baseada na presença de pelo menos um dos seguintes critérios: pressão arterial sistêmica sistólica (PAS) < 90 mmHg, ou diminuição > 50 mmHg em pacientes previamente hipertensos, ou hipotensão com necessidade de noradrenalina; frequência cardíaca (FC) > 100 bpm; índice cardíaco (IC) < 2,5 L/min/m2, diferença veno-arterial de CO2 >= 6 mmHg dentro das duas primeiras horas de admissão na unidade de terapia intensiva. Foram realizadas quatro medidas hemodinâmicas consecutivas: (T0) na posição basal sob decúbito dorsal 45°; (T1) após 60 segundos de elevação passiva das pernas (EPP); (T2) no retorno à posição basal; (T3) após a infusão do volume (400 mL de ringer lactato com 100 mL de albumina 20%) em 10 minutos. Todos os pacientes estavam monitorizados com o monitor de débito cardíaco minimamente invasivo pela análise do contorno de pulso (FloTrac®, Edwards Lifescience, Irvine, CA) e em ventilação mecânica com volume corrente de aproximadamente 6 ml/kg. Antes do início do protocolo, os pacientes foram sedados com 100 Micro g de fentanil intravenoso, e se apresentassem respiração espontânea, recebiam 10 mg de cisatracúrio intravenoso. Os pacientes foram classificados como respondedores se houvesse aumento de 15% no débito cardíaco após a administração do fluido, e como não respondedores, se não houvesse aumento do débito cardíaco (DC). RESULTADOS: Foram incluídos 70 pacientes. Destes, 46 (66%) foram considerados respondedores e 24 (34%) pacientes como não respondedores. Os grupos foram homogêneos em relação às características demográficas, clínicas e intraoperatórias. Os pacientes respondedores apresentaram aumento significante do DC e dos parâmetros correlatos, índice cardíaco, volume sistólico, e redução significativa da resistência vascular sistêmica com a administração do volume. Não houve associação entre o aumento do DC e as variáveis estáticas analisadas frequência cardíaca (p=0,228), pressão venosa central (p=0,124) e pressão arterial média (p=0,072). Quanto à análise das variáveis dinâmicas, a manobra de EPP e a VVS tiveram baixa acurácia em predizer a resposta ao volume com AUCROC 0,53 e AUCROC 0,60, respectivamente. CONCLUSÃO: Os parâmetros estáticos e dinâmicos analisados não foram preditores confiáveis do aumento do débito cardíaco com a expansão volêmica em pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca
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Foram incluídos pacientes com indicação de reposição volêmica baseada na presença de pelo menos um dos seguintes critérios: pressão arterial sistêmica sistólica (PAS) < 90 mmHg, ou diminuição > 50 mmHg em pacientes previamente hipertensos, ou hipotensão com necessidade de noradrenalina; frequência cardíaca (FC) > 100 bpm; índice cardíaco (IC) < 2,5 L/min/m2, diferença veno-arterial de CO2 >= 6 mmHg dentro das duas primeiras horas de admissão na unidade de terapia intensiva. Foram realizadas quatro medidas hemodinâmicas consecutivas: (T0) na posição basal sob decúbito dorsal 45°; (T1) após 60 segundos de elevação passiva das pernas (EPP); (T2) no retorno à posição basal; (T3) após a infusão do volume (400 mL de ringer lactato com 100 mL de albumina 20%) em 10 minutos. 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Os pacientes respondedores apresentaram aumento significante do DC e dos parâmetros correlatos, índice cardíaco, volume sistólico, e redução significativa da resistência vascular sistêmica com a administração do volume. Não houve associação entre o aumento do DC e as variáveis estáticas analisadas frequência cardíaca (p=0,228), pressão venosa central (p=0,124) e pressão arterial média (p=0,072). Quanto à análise das variáveis dinâmicas, a manobra de EPP e a VVS tiveram baixa acurácia em predizer a resposta ao volume com AUCROC 0,53 e AUCROC 0,60, respectivamente. CONCLUSÃO: Os parâmetros estáticos e dinâmicos analisados não foram preditores confiáveis do aumento do débito cardíaco com a expansão volêmica em pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíacaINTRODUCTION: The aim of the study was to assess haemodynamic parameters predictors of fluid responsiveness after cardiac surgery. METHODS: We performed a prospective study with adult patients who underwent coronary artery bypass grafting in the immediate postoperative period. Patients were included according the decision to perform a fluid challenge based on the presence of at least one of following criteria: systolic arterial pressure (SAP) < 90 mmHg, or decrease > 50 mmHg in previous hypertension patients, or hypotension requiring norepinephrine; heart rate (HR) > 100bpm, cardiac index < 2.5 L/min/m2, gapCO2 >= 6mmHg within two hours of ICU admission. Four consecutive data sets were recorded: (T0) at baseline in the 45 semi-recumbent position; (T1) after 60 seconds of passive leg raising PRL; (T2) at return to baseline position; (T3) and after fluid loading (400 mL of ringer lactate and 100 mL of albumin 20%) over 10 min. All patients were monitored with noninvasive cardiac output monitor based on contour pulse analysis (FloTrac®, Edwards Lifescience, Irvine, CA) and were on mechanical ventilation with tidal volume on average 6 mL/kg. Before the protocol started patient were sedated with 100 Micro g fentanyl and patients with spontaneous breathing received 10 mg cisatracurium. The positive response to fluid administration was defined as an increase in cardiac output (CO) of at least 15% after fluid challenge. RESULTS: A total of 70 patients were included. Forty-six (66%) were classified as responders and twenty-four (34%) as non-responders. No difference was observed between both groups regarding clinics characteristics and intraoperative data. Responders had an increase of cardiac output as well as the other surrogate parameters, cardiac index, stroke volume and decrease of systemic vascular resistance (SVR) after fluid challenge. No association was observed between the increase of CO and static parameters analyzed, heart rate (HR) (p=0.228), central venous pressure (CVP) (p=0.124) e median arterial pressure (MAP) (p=0.072). The dynamic parameters, PRL and stroke volume variation, poorly predicted of fluid responsiveness with AUCROC 0.53 e AUCROC 0.60, respectively. CONCLUSION: The static and dynamic parameters analyzed were not reliably predict of the response of cardiac output to volume expansion in patients in the immediate postoperative period of cardiac surgeryBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGalas, Filomena Regina Barbosa GomesCunha, Lígia Cristina Câmara2019-11-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-28012020-154538/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-01-28T20:55:02Zoai:teses.usp.br:tde-28012020-154538Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-01-28T20:55:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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