"Travessias do feminino: Potencialidades no mundo"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stasevskas, Kimy Otsuka
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-09122004-170445/
Resumo: Vivemos, como nunca antes havíamos experimentado, um período de transformações que levaram à configuração contemporânea do convívio entre homens e mulheres no espaço público. Mas isso não significa a eliminação de diferenças nas inserções e nas formas de inserções no mundo público, para os homens e para as mulheres, e sim uma transformação das relações entre todos, tanto no mundo público quanto no mundo privado. Em um panorama social, político e econômico contemporâneo, de descartabilidade do homem, de esvaziamento do espaço público, da criação e manipulação de imagens, foco das reflexões de Hannah Arendt (2000, 1981,1987) em sua crítica à democracia representativa, inscreve-se também a violência simbólica preconizada por Pierre Bourdieu (2003). Nestas reflexões sobre o ser humano e o mundo contemporâneo, coloca-se a questão de como se inserem as incontáveis experiências de mulheres comuns, seu pensamento, práticas e escolhas. As mulheres, sujeitos desta pesquisa, são flagradas em uma particular circunstância: estão expostas a vicissitudes quanto às exigências de sua história pessoal e a um interstício, situado entre influências historicamente mais conservadoras e mais progressistas. Portanto, na intersecção entre: as construções historicamente produzidas que pautam uma conduta feminina, transformações mais contemporâneas que afetam estas condições e, especialmente, as maneiras com que cada mulher investe-se de sua história pessoal, a proposição deste estudo é pensarmos as possibilidades de subversão de uma feminilidade hegemônica e, as potencialidades de se transformar em um sujeito político. Nos discursos trazidos é possível entrever maneiras com que cada mulher vai construindo um percurso e negociando, escolhendo e moldando dentre as enunciações sócio-culturais, uma marca pessoal, ou uma singularidade para o enfrentamento de questões cotidianas e de vida, encaminhamentos objetivos e subjetivos que se constituem potencialidades de transformação na lógica de poder que destroça os seres humanos quando não se tolera as distinções, singularidades e diferenças e quando o agir é substituído por um mero comportar. A compreensão destas alternativas potencialmente capazes de subverter condicionantes que submetem seres humanos a outros seres humanos, é alicerçada no pensamento de Hannah Arendt, sobre liberdade, pluralidade, natalidade, pensamento, milagre e ação.
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Nestas reflexões sobre o ser humano e o mundo contemporâneo, coloca-se a questão de como se inserem as incontáveis experiências de mulheres comuns, seu pensamento, práticas e escolhas. As mulheres, sujeitos desta pesquisa, são flagradas em uma particular circunstância: estão expostas a vicissitudes quanto às exigências de sua história pessoal e a um interstício, situado entre influências historicamente mais conservadoras e mais progressistas. Portanto, na intersecção entre: as construções historicamente produzidas que pautam uma conduta feminina, transformações mais contemporâneas que afetam estas condições e, especialmente, as maneiras com que cada mulher investe-se de sua história pessoal, a proposição deste estudo é pensarmos as possibilidades de subversão de uma feminilidade hegemônica e, as potencialidades de se transformar em um sujeito político. Nos discursos trazidos é possível entrever maneiras com que cada mulher vai construindo um percurso e negociando, escolhendo e moldando dentre as enunciações sócio-culturais, uma marca pessoal, ou uma singularidade para o enfrentamento de questões cotidianas e de vida, encaminhamentos objetivos e subjetivos que se constituem potencialidades de transformação na lógica de poder que destroça os seres humanos quando não se tolera as distinções, singularidades e diferenças e quando o agir é substituído por um mero comportar. A compreensão destas alternativas potencialmente capazes de subverter condicionantes que submetem seres humanos a outros seres humanos, é alicerçada no pensamento de Hannah Arendt, sobre liberdade, pluralidade, natalidade, pensamento, milagre e ação. We are experiencing a period of transformation, never experienced before, which is leading us to the contemporary way men and women relate in the public sphere. This does not mean that the differences in the insertions and in the form of insertions have been eliminated to men and women in the public world. It means however, that relationships among them are changing, both in the public and in the private world. In a social, political and economical contemporary scene, the disposability of men, the emptiness of the public space, the creation and manipulation of images, are the focus of Hannah Arendt’s reflections (2000, 1991, 1981) in her critique of the representative democracy. The symbolic violence of Pierre Bourdieu (2003) is also included. Following these reflections of the human being and the contemporary world, there is a question of how the numerous experiences of the common women, their thoughts, practices and choices are embedded. The women participating in this research are in a special circumstance: they are exposed to vicissitudes regarding their own personal stories, and positioned in the interstice of both conservative and progressive historical influences. Hence, in the intersections between the historical constructions underlying the feminine conduct, contemporary transformations affecting these conditions, and specially, the way that each woman embraces her personal story, this study examines the possibilities of subverting a homogeneous femininity, and the potentialities of becoming a political being. In their interviews one can see the ways in which each woman builds her own personal route and negotiates, socio-cultural propositions, choosing and modeling her own singularity to confront everyday life questions. These objective and subjective endeavors would potentially transform the logic of power which destroys human beings whenever differences and singularities are not tolerated, as well as when acting is replaced by a common behavior. The understanding of these alternatives which can potentially subvert the conditionals that human beings submit to other human beings, is based on Hannah Arendt ideas of freedom, plurality, birth, thinking, miracle and action. 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