Reflexões filosóficas sobre o papel da gramática nas aulas de Língua Portuguesa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-19052022-103412/ |
Resumo: | Partindo da premissa de que o ensino de língua materna no Brasil se pauta em gramáticas escolares como material bibliográfico, elegemos a Gramática Escolar da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara, material de referência no país, para analisar o tratamento dado ao capítulo dos substantivos, categoria morfológica presente nos currículos do Ensino Fundamental Anos Finais e Médio. Através da análise desse material e de relatos de experiência, buscamos demonstrar que as definições apresentadas para os substantivos, muitas vezes, levam em conta apenas seu uso referencial. A fim de compreender as causas dessa problemática, revisitamos a Gramática Geral e Razoada de Port-Royal, documento precursor nos estudos de Gramática no Ocidente, onde encontramos um ideal de transposição direta entre o pensamento e a linguagem. Tais ideias são consoantes com as de Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho, filósofo da patrística cujos escritos sobre a linguagem seriam contrapostos pelo filósofo austríaco L. Wittgenstein, já na chamada Virada Linguística do Séc. XX, ao observar que a linguagem desempenha uma multiplicidade de funções. Assim, retomamos os escritos de Agostinho , onde se encontra a ideia de que todas as palavras seriam sinais para as coisas do mundo, caracterizando, portanto, uma concepção referencial ou agostiniana de linguagem. Ao apresentarmos a crítica de Wittgenstein à concepção agostiniana da finalidade das palavras em geral, que, de fato, influencia fortemente a concepção de linguagem das Gramáticas tradicionais, buscamos apresentar uma alternativa para a discussão do tema dos substantivos, proposta por CAMACHO, DALLAGLIO-HATTNHER & GONÇALVES, que amplia as subcategorizações tradicionais, de acordo com critérios semânticos. Assim, a busca por uma proposta pedagógica que não só reconheça a uma das problemáticas do ensino de Gramática, mas vise a ampliá-lo e aprofundá-lo, aqui, é de inspiração wittgensteiniana. Através da metáfora dos jogos de linguagem, estabelecemos um paralelo com o que dissera Wittgenstein a respeito da necessidade de se nomear as peças do jogo, antes que se comece, de fato, a jogar, com a importância de se apresentar de modo explícito as diferentes funções de determinados elementos gramaticais, tais como os substantivos, entre outros conceitos gramaticais nas aulas de Língua Portuguesa. |
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Reflexões filosóficas sobre o papel da gramática nas aulas de Língua PortuguesaPhilosophical reflections about the role of grammar in the Portuguese language classroomEducaçãoEducationEnsino de Língua PortuguesaFilosofia da linguagemGramáticaGrammarPhilosophy of languageTeaching of PortuguesePartindo da premissa de que o ensino de língua materna no Brasil se pauta em gramáticas escolares como material bibliográfico, elegemos a Gramática Escolar da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara, material de referência no país, para analisar o tratamento dado ao capítulo dos substantivos, categoria morfológica presente nos currículos do Ensino Fundamental Anos Finais e Médio. Através da análise desse material e de relatos de experiência, buscamos demonstrar que as definições apresentadas para os substantivos, muitas vezes, levam em conta apenas seu uso referencial. A fim de compreender as causas dessa problemática, revisitamos a Gramática Geral e Razoada de Port-Royal, documento precursor nos estudos de Gramática no Ocidente, onde encontramos um ideal de transposição direta entre o pensamento e a linguagem. Tais ideias são consoantes com as de Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho, filósofo da patrística cujos escritos sobre a linguagem seriam contrapostos pelo filósofo austríaco L. Wittgenstein, já na chamada Virada Linguística do Séc. XX, ao observar que a linguagem desempenha uma multiplicidade de funções. Assim, retomamos os escritos de Agostinho , onde se encontra a ideia de que todas as palavras seriam sinais para as coisas do mundo, caracterizando, portanto, uma concepção referencial ou agostiniana de linguagem. Ao apresentarmos a crítica de Wittgenstein à concepção agostiniana da finalidade das palavras em geral, que, de fato, influencia fortemente a concepção de linguagem das Gramáticas tradicionais, buscamos apresentar uma alternativa para a discussão do tema dos substantivos, proposta por CAMACHO, DALLAGLIO-HATTNHER & GONÇALVES, que amplia as subcategorizações tradicionais, de acordo com critérios semânticos. Assim, a busca por uma proposta pedagógica que não só reconheça a uma das problemáticas do ensino de Gramática, mas vise a ampliá-lo e aprofundá-lo, aqui, é de inspiração wittgensteiniana. Através da metáfora dos jogos de linguagem, estabelecemos um paralelo com o que dissera Wittgenstein a respeito da necessidade de se nomear as peças do jogo, antes que se comece, de fato, a jogar, com a importância de se apresentar de modo explícito as diferentes funções de determinados elementos gramaticais, tais como os substantivos, entre outros conceitos gramaticais nas aulas de Língua Portuguesa.Starting from the premise that mother tongue teaching in Brazil is based on school grammars as bibliographic material, we elected Evanildo Bechara\'s Gramática Escolar da Língua Portuguesa, a reference material in the country, to analyze the treatment given to the chapter on nouns, a morphological category present in the curricula of the Elementary, Middle and High School. Through the analysis of this material and of experience reports, we sought to demonstrate that the definitions presented for nouns often take into account only their referential use. In order to understand the causes of this problem, we revisited Port-Royal\'s General and Reasoned Grammar, a precursor document of Grammar studies in the West, where we found an ideal of direct transposition between thought and language. Such ideas are in line with those of Augustine of Hippo or St. Augustine, a patristic philosopher whose writings on language would be opposed by the Austrian philosopher L. Wittgenstein, already in the so-called Linguistic Turn of the 20th century, when he observed that language performs a multiplicity of functions. Thus, we resume some writings of Augustine , where we find the idea that all words would be \"signs\" for the \"things of the world\", characterizing, therefore, a referential or Augustinian conception of language. By presenting Wittgenstein\'s criticism to the Augustinian conception of the purpose of words in general, which, in fact, strongly influences the conception of language of traditional grammars, we inetend to present an alternative for the discussion of the noun theme, proposed by CAMACHO, DALL\'AGLIOHATTNHER & GONÇALVES, which expands the traditional sub categorizations, according to semantic criteria. Thus, the search for a pedagogical proposal that not only recognizes one of the problems of Grammar teaching, but aims to broaden and deepen it, here, is on Wittgensteinian inspiration. Through the metaphor of language games, we establish a parallel with what Wittgenstein said about the need to name the pieces of the game, before one actually starts to play, with the importance of explicitly presenting the different functions of certain grammatical elements, such as nouns, among other grammatical concepts in Portuguese classes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGottschalk, Cristiane Maria CorneliaSampaio, Marília Maria Polerá2022-03-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-19052022-103412/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-20T19:20:33Zoai:teses.usp.br:tde-19052022-103412Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-20T19:20:33Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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