História e alegoria em São Bernardo de Graciliano Ramos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juarez Filho, Edmundo
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-23082007-133901/
Resumo: O trabalho se propõe a uma leitura alternativa para a obra São Bernardo de Graciliano Ramos. Na fortuna crítica do autor alagoano não se criou um consenso se a revolução que eclode pouco após a morte de Madalena é ou não a Revolução de 30 e, principalmente, qual a função desta revolução na economia do romance. Na perspectiva aqui proposta o tema do livro passa a ser a Revolução de 30, alegoricamente articulada aos fatos ficcionais, na qual Paulo Honório, coronel industrialista, no final da década de 20, luta contra o movimento revolucionário em curso. A teoria do arrependimento e confissão é descartada: quem escreve os capítulos confessionais em realidade é Gondim, dos dois capítulos perdidos e expurgados. Paulo Honório também não será mais visto aqui como um self-made-man, mas um sim como um ser politicamente estruturado, fazendo parte de um partido defensor do modelo exportador, baseado na monocultura cafeeira. Assim a obra de Graciliano acaba por passar ao leitor uma visão político-econômica bastante ampla dos fatos que antecederam o período - e do próprio período - revolucionário de 1930-32. Este trabalho propõe, ainda, como forma bastante diferente de ver literatura, que a base do pensamento de Graciliano é o econômico e que literatura é, em última análise, um modo privilegiado de conhecimento cognitivo da história.
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