Aterosclerose subclínica medida pelo escore de cálcio coronariano e avaliação da HDL em pacientes com doença de Crohn
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-10122019-123825/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Diversas doenças inflamatórias crônicas estão relacionadas com maior incidência de eventos cardiovasculares, uma vez que a inflamação desempenha importante papel na aterosclerose. Contudo, apesar da doença de Crohn ser uma enfermidade inflamatória crônica, existem dados ainda conflitantes a respeito do aumento do risco cardiovascular nesses pacientes. Um dos mecanismos pelo qual a inflamação sistêmica contribui para a aterogênese consiste na redução da capacidade antiaterogênica da HDL por meio de alterações, tanto sob ponto de vista funcional quanto estrutural desta lipoproteína. Os objetivos deste estudo consistiram em avaliar a aterosclerose subclínica por meio do escore de cálcio coronariano e analisar aspectos estruturais e funcionais da HDL em pacientes com doença de Crohn. MÉTODOS: Foram investigados 150 pacientes com doença de Crohn (diagnóstico há mais de cinco anos) e 75 controles sem doenças cardiovasculares conhecidas ou fatores de risco tradicionais para aterosclerose. Todos os participantes foram submetidos à tomografia computadorizada para quantificação da calcificação coronariana por meio do escore de cálcio (Agatston). O escore de cálcio foi considerado uma variável qualitativa (= 0 e > 0). O estudo da HDL foi realizado em um subgrupo de 32 pacientes e 32 controles. A análise funcional da HDL ocorreu por meio da medida do efluxo de colesterol de macrófagos. A avaliação estrutural da HDL se deu por meio do estudo da proteômica com utilização da técnica de Shotgun para identificação das proteínas e posterior quantificação pelo método PRM (Parallel reaction monitoring). RESULTADOS: Os pacientes com doença de Crohn apresentaram a mesma prevalência de escore de cálcio > 0 que os controles (7,3% vs. 6,7%, p=1,000). A gordura visceral e o efluxo de colesterol de macrófagos foram identificados como preditores de calcificação coronariana. O efluxo não diferiu entre os pacientes e os controles (p=0,391), mas, nos indivíduos com doença de Crohn, houve significativa correlação entre o efluxo e os escores de atividade clínica da doença (CDAI e Harvey Bradshaw). Com relação à proteômica da HDL, os pacientes apresentaram depleção de seis importantes proteínas ateroprotetoras (PON1, APOA1, APOA2, APOM, APOD e APOF) e níveis aumentados de fibrinogênio e proteína ligadora de retinol 4. CONCLUSÕES: Pacientes com doença de Crohn sem fatores de risco cardiovasculares tradicionais não apresentam maior prevalência de calcificação coronariana. No entanto, exibem alterações na constituição proteica da HDL que não afetam o efluxo de colesterol, mas apontam para uma molécula menos protetora e com potencial de impactar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em longo prazo |
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Aterosclerose subclínica medida pelo escore de cálcio coronariano e avaliação da HDL em pacientes com doença de CrohnSubclinical atherosclerosis assessed by coronary artery calcium score and HDL evaluation in Crohn\'s disease patientsAteroscleroseAtherosclerosisCrohn diseaseDoença de CrohnInflamaçãoInflammationLipoproteínas HDLLipoproteins HDLProteômicaProteomicsINTRODUÇÃO: Diversas doenças inflamatórias crônicas estão relacionadas com maior incidência de eventos cardiovasculares, uma vez que a inflamação desempenha importante papel na aterosclerose. Contudo, apesar da doença de Crohn ser uma enfermidade inflamatória crônica, existem dados ainda conflitantes a respeito do aumento do risco cardiovascular nesses pacientes. Um dos mecanismos pelo qual a inflamação sistêmica contribui para a aterogênese consiste na redução da capacidade antiaterogênica da HDL por meio de alterações, tanto sob ponto de vista funcional quanto estrutural desta lipoproteína. Os objetivos deste estudo consistiram em avaliar a aterosclerose subclínica por meio do escore de cálcio coronariano e analisar aspectos estruturais e funcionais da HDL em pacientes com doença de Crohn. MÉTODOS: Foram investigados 150 pacientes com doença de Crohn (diagnóstico há mais de cinco anos) e 75 controles sem doenças cardiovasculares conhecidas ou fatores de risco tradicionais para aterosclerose. Todos os participantes foram submetidos à tomografia computadorizada para quantificação da calcificação coronariana por meio do escore de cálcio (Agatston). O escore de cálcio foi considerado uma variável qualitativa (= 0 e > 0). O estudo da HDL foi realizado em um subgrupo de 32 pacientes e 32 controles. A análise funcional da HDL ocorreu por meio da medida do efluxo de colesterol de macrófagos. A avaliação estrutural da HDL se deu por meio do estudo da proteômica com utilização da técnica de Shotgun para identificação das proteínas e posterior quantificação pelo método PRM (Parallel reaction monitoring). RESULTADOS: Os pacientes com doença de Crohn apresentaram a mesma prevalência de escore de cálcio > 0 que os controles (7,3% vs. 6,7%, p=1,000). A gordura visceral e o efluxo de colesterol de macrófagos foram identificados como preditores de calcificação coronariana. O efluxo não diferiu entre os pacientes e os controles (p=0,391), mas, nos indivíduos com doença de Crohn, houve significativa correlação entre o efluxo e os escores de atividade clínica da doença (CDAI e Harvey Bradshaw). Com relação à proteômica da HDL, os pacientes apresentaram depleção de seis importantes proteínas ateroprotetoras (PON1, APOA1, APOA2, APOM, APOD e APOF) e níveis aumentados de fibrinogênio e proteína ligadora de retinol 4. CONCLUSÕES: Pacientes com doença de Crohn sem fatores de risco cardiovasculares tradicionais não apresentam maior prevalência de calcificação coronariana. No entanto, exibem alterações na constituição proteica da HDL que não afetam o efluxo de colesterol, mas apontam para uma molécula menos protetora e com potencial de impactar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em longo prazoINTRODUCTION: Several chronic inflammatory diseases are associated with a higher incidence of cardiovascular events, as inflammation plays an important role in atherosclerosis. Although Crohn\'s disease is associated with chronic systemic inflammation there is still conflicting data regarding increased cardiovascular risk in this population. Systemic inflammation contributes to atherogenesis by altering both the function and composition of HDL that influence its antiatherogenic properties. The aims of this study were to evaluate subclinical atherosclerosis through coronary artery calcium score and to analyze structural and functional aspects of HDL in patients with Crohn\'s disease. METHODS: One hundred and fifty patients with Crohn\'s disease (diagnosed for more than 5 years) and 75 controls without known cardiovascular diseases or any traditional risk factors for atherosclerosis were enrolled in the study. All participants were submitted to a computed tomography to quantify coronary artery calcification by calcium score (Agatston). The coronary calcium score was considered a qualitative variable (= 0 and > 0). HDL assay was performed in a subgroup of 32 patients and 32 controls. Functional analysis of HDL was done by measuring the cholesterol efflux of macrophages. The structural evaluation of HDL was assessed through proteomics analysis using the Shotgun technique to identify the proteins and subsequent quantification by PRM (Parallel reaction monitoring) method. RESULTS: Crohn\'s disease patients had the same prevalence of calcium score > 0 as controls (7.3% vs. 6.7%, p = 1.000). Visceral fat and macrophage cholesterol efflux were identified as predictors of coronary calcification. Cholesterol efflux did not differ between patients and controls (p = 0.391) but in Crohn\'s disease there was a significant inverse correlation with clinical activity scores (CDAI and Harvey Bradshaw). Regarding HDL proteomics, patients exhibited a reduction of six important atheroprotective proteins (PON1, APOA1, APOA2, APOM, APOD and APOF) and increased levels of fibrinogen and retinol binding protein 4. CONCLUSIONS: Patients with Crohn\'s disease without traditional cardiovascular risk factors do not have a higher prevalence of coronary artery calcification. However, even without a clear effect in the cholesterol efflux, changes detected in HDL protein cargo point to a less protective molecule that may have an impact in the development of cardiovascular diseases in long-termBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarrilho, Flair JoséRocha, Beatriz da Cunha Lopes2019-09-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-10122019-123825/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-10T18:07:01Zoai:teses.usp.br:tde-10122019-123825Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-10T18:07:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: Diversas doenças inflamatórias crônicas estão relacionadas com maior incidência de eventos cardiovasculares, uma vez que a inflamação desempenha importante papel na aterosclerose. Contudo, apesar da doença de Crohn ser uma enfermidade inflamatória crônica, existem dados ainda conflitantes a respeito do aumento do risco cardiovascular nesses pacientes. Um dos mecanismos pelo qual a inflamação sistêmica contribui para a aterogênese consiste na redução da capacidade antiaterogênica da HDL por meio de alterações, tanto sob ponto de vista funcional quanto estrutural desta lipoproteína. Os objetivos deste estudo consistiram em avaliar a aterosclerose subclínica por meio do escore de cálcio coronariano e analisar aspectos estruturais e funcionais da HDL em pacientes com doença de Crohn. MÉTODOS: Foram investigados 150 pacientes com doença de Crohn (diagnóstico há mais de cinco anos) e 75 controles sem doenças cardiovasculares conhecidas ou fatores de risco tradicionais para aterosclerose. Todos os participantes foram submetidos à tomografia computadorizada para quantificação da calcificação coronariana por meio do escore de cálcio (Agatston). O escore de cálcio foi considerado uma variável qualitativa (= 0 e > 0). O estudo da HDL foi realizado em um subgrupo de 32 pacientes e 32 controles. A análise funcional da HDL ocorreu por meio da medida do efluxo de colesterol de macrófagos. A avaliação estrutural da HDL se deu por meio do estudo da proteômica com utilização da técnica de Shotgun para identificação das proteínas e posterior quantificação pelo método PRM (Parallel reaction monitoring). RESULTADOS: Os pacientes com doença de Crohn apresentaram a mesma prevalência de escore de cálcio > 0 que os controles (7,3% vs. 6,7%, p=1,000). A gordura visceral e o efluxo de colesterol de macrófagos foram identificados como preditores de calcificação coronariana. O efluxo não diferiu entre os pacientes e os controles (p=0,391), mas, nos indivíduos com doença de Crohn, houve significativa correlação entre o efluxo e os escores de atividade clínica da doença (CDAI e Harvey Bradshaw). Com relação à proteômica da HDL, os pacientes apresentaram depleção de seis importantes proteínas ateroprotetoras (PON1, APOA1, APOA2, APOM, APOD e APOF) e níveis aumentados de fibrinogênio e proteína ligadora de retinol 4. CONCLUSÕES: Pacientes com doença de Crohn sem fatores de risco cardiovasculares tradicionais não apresentam maior prevalência de calcificação coronariana. No entanto, exibem alterações na constituição proteica da HDL que não afetam o efluxo de colesterol, mas apontam para uma molécula menos protetora e com potencial de impactar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em longo prazo |
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