Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Segovia, Júlio do Monte Gonzalez de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18022019-152949/
Resumo: As interações entre presas e predadores possuem um papel fundamental na evolução das espécies. Para as presas em particular, uma falha na interação com um predador pode representar a morte e, consequentemente, os genes desta presa provavelmente não estariam representados em gerações futuras. Devido à essa forte pressão seletiva imposta pelos predadores, as presas evoluíram diversas estratégias defensivas. As defesas podem atuar dificultando que os predadores detectem a presas (e.g. anacorese e a cripsia) ou após os predadores estarem muito próximos ou mesmo terem atacado às presas. Tais defesas incluem a retaliação (tanto mecânica como química) e o comportamento de tanatose. Todas estas defesas mencionadas anteriormente foram propostas para opiliões. Portanto, opiliões são potencialmente bons modelos para estudar a evolução das estratégias defensivas. Nesta tese, adotamos o opilião Mischonyx cuspidatus como modelo experimental. No capítulo 1, testamos se M. cuspidatus são consistentes nos níveis de ousadia (propensão em se exporem ao risco, medido neste trabalho pelo tempo em tanatose e em freezing) e se a ousadia é influenciada pelo jejum. Encontramos que a ousadia é consistente, mas não detectamos efeitos do jejum. No capítulo 2, testamos se existem diferenças sexuais nas defesas de M. cuspidatus. Considerando o dimorfismo sexual presente nesses animais (machos possuem estruturas pontiagudas no último par de pernas que são utilizadas retaliação, mas as fêmeas não), testamos as seguintes predições i) machos dependeriam mais de defesas mecânicas do que fêmeas e ii) fêmeas dependeriam de outras formas de defesa, como defesas químicas e defesas passivas. Encontramos que os machos respondem com retaliação mecânica mais frequentemente do que as fêmeas e as fêmeas realizam tanatose mais frequentemente do que os machos. Não encontramos diferenças na frequência de uso de defesas químicas. No capítulo 3, testamos se há diferenças entre os períodos diurno e noturno na realização do 466 comportamento de tanatose em fêmeas de M. cuspidatus. Prevemos que as fêmeas realizariam tanatose mais frequentemente durante o dia. Assim, poderiam potencialmente evitar que fossem detectadas por predadores visuais. Conforme esperado, encontramos que fêmeas realizam tanatose mais frequentemente durante o dia do que à noite. Os resultados que obtivemos nesta tese contribuem para o conhecimento da evolução das estratégias defensivas, bem como fornece resultados que podem ser um passo inicial para o entendimento da consistência comportamental em opiliões e suas implicações para este táxon
id USP_92fa0396287596053627a66c67007b50
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-18022019-152949
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatusBehavioral consistency, sexual and day/night differences in defenses of the harvestman Mischonyx cuspidatusAnimal behaviorArachnidaArachnidaComportamento animalDimorfismo sexualOpilionesOpilionesSexual dimorphismAs interações entre presas e predadores possuem um papel fundamental na evolução das espécies. Para as presas em particular, uma falha na interação com um predador pode representar a morte e, consequentemente, os genes desta presa provavelmente não estariam representados em gerações futuras. Devido à essa forte pressão seletiva imposta pelos predadores, as presas evoluíram diversas estratégias defensivas. As defesas podem atuar dificultando que os predadores detectem a presas (e.g. anacorese e a cripsia) ou após os predadores estarem muito próximos ou mesmo terem atacado às presas. Tais defesas incluem a retaliação (tanto mecânica como química) e o comportamento de tanatose. Todas estas defesas mencionadas anteriormente foram propostas para opiliões. Portanto, opiliões são potencialmente bons modelos para estudar a evolução das estratégias defensivas. Nesta tese, adotamos o opilião Mischonyx cuspidatus como modelo experimental. No capítulo 1, testamos se M. cuspidatus são consistentes nos níveis de ousadia (propensão em se exporem ao risco, medido neste trabalho pelo tempo em tanatose e em freezing) e se a ousadia é influenciada pelo jejum. Encontramos que a ousadia é consistente, mas não detectamos efeitos do jejum. No capítulo 2, testamos se existem diferenças sexuais nas defesas de M. cuspidatus. Considerando o dimorfismo sexual presente nesses animais (machos possuem estruturas pontiagudas no último par de pernas que são utilizadas retaliação, mas as fêmeas não), testamos as seguintes predições i) machos dependeriam mais de defesas mecânicas do que fêmeas e ii) fêmeas dependeriam de outras formas de defesa, como defesas químicas e defesas passivas. Encontramos que os machos respondem com retaliação mecânica mais frequentemente do que as fêmeas e as fêmeas realizam tanatose mais frequentemente do que os machos. Não encontramos diferenças na frequência de uso de defesas químicas. No capítulo 3, testamos se há diferenças entre os períodos diurno e noturno na realização do 466 comportamento de tanatose em fêmeas de M. cuspidatus. Prevemos que as fêmeas realizariam tanatose mais frequentemente durante o dia. Assim, poderiam potencialmente evitar que fossem detectadas por predadores visuais. Conforme esperado, encontramos que fêmeas realizam tanatose mais frequentemente durante o dia do que à noite. Os resultados que obtivemos nesta tese contribuem para o conhecimento da evolução das estratégias defensivas, bem como fornece resultados que podem ser um passo inicial para o entendimento da consistência comportamental em opiliões e suas implicações para este táxonPrey-predator interactions play a major role in species evolution. Failing in an interaction with a predator may represent death for prey. Consequently, prey´s genes would not be represented in the future generations. In response to the strong selective pressures imposed by predators, prey have evolved several defensive strategies. Prey defenses may hinder detection by predators (e.g. anachoresis and crypsis). Other defensive strategies may play a role after predators are in close-range or already attacked the prey, for example retaliation (both mechanical and chemical) and thanatosis. All the aforementioned defenses have been described to harvestmen. Thus, harvestmen are potentially good models to study the evolution of defensive strategies. In this thesis, we used the harvestman Mischonyx cuspidatus as our experimental model. In the first chapter, we tested if individuals of M. cuspidatus are consistent in boldness levels (propensity to take risks, herein measured by the time spent performing thanatosis and freezing). We also tested if boldness is influenced by starvation. We found that M. cuspidatus behaved consistently regarding boldness, but we did not find any effect of starvation. In the second chapter, we looked for sexual differences in defensive behavior of M. cuspidatus. Taking into account the sexually dimorphic characters of this species (males have sharp structures in the fourth pair of legs, but females do not) we tested the following predictions i) males would rely more upon mechanical defenses than females and ii) females would rely more on other kinds of defenses, such as chemical and passive defenses than males. We found that males performed mechanical retaliation more often than females and females performed thanatosis more often than males. We did not find any sexual difference with respect to chemical defense. In the third chapter we tested if there are differences in the frequency of thanatosis performed by females of M. cuspidatus between the periods of night and day. By performing thanatosis more often during the day, females of M. cuspidatus might be able to avoid being detected by visual predators. As expected, females performed thanatosis more often during the day than at night. Taken together, our results contribute to the understanding of the evolution of defensive strategies, as well as provide results that might be a first step to address new questions about behavioral consistency in harvestmen and their implications in this groupBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWillemart, Rodrigo HirataSegovia, Júlio do Monte Gonzalez de2018-11-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18022019-152949/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-02-17T16:00:13Zoai:teses.usp.br:tde-18022019-152949Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-02-17T16:00:13Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
Behavioral consistency, sexual and day/night differences in defenses of the harvestman Mischonyx cuspidatus
title Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
spellingShingle Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
Segovia, Júlio do Monte Gonzalez de
Animal behavior
Arachnida
Arachnida
Comportamento animal
Dimorfismo sexual
Opiliones
Opiliones
Sexual dimorphism
title_short Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
title_full Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
title_fullStr Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
title_full_unstemmed Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
title_sort Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus
author Segovia, Júlio do Monte Gonzalez de
author_facet Segovia, Júlio do Monte Gonzalez de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Willemart, Rodrigo Hirata
dc.contributor.author.fl_str_mv Segovia, Júlio do Monte Gonzalez de
dc.subject.por.fl_str_mv Animal behavior
Arachnida
Arachnida
Comportamento animal
Dimorfismo sexual
Opiliones
Opiliones
Sexual dimorphism
topic Animal behavior
Arachnida
Arachnida
Comportamento animal
Dimorfismo sexual
Opiliones
Opiliones
Sexual dimorphism
description As interações entre presas e predadores possuem um papel fundamental na evolução das espécies. Para as presas em particular, uma falha na interação com um predador pode representar a morte e, consequentemente, os genes desta presa provavelmente não estariam representados em gerações futuras. Devido à essa forte pressão seletiva imposta pelos predadores, as presas evoluíram diversas estratégias defensivas. As defesas podem atuar dificultando que os predadores detectem a presas (e.g. anacorese e a cripsia) ou após os predadores estarem muito próximos ou mesmo terem atacado às presas. Tais defesas incluem a retaliação (tanto mecânica como química) e o comportamento de tanatose. Todas estas defesas mencionadas anteriormente foram propostas para opiliões. Portanto, opiliões são potencialmente bons modelos para estudar a evolução das estratégias defensivas. Nesta tese, adotamos o opilião Mischonyx cuspidatus como modelo experimental. No capítulo 1, testamos se M. cuspidatus são consistentes nos níveis de ousadia (propensão em se exporem ao risco, medido neste trabalho pelo tempo em tanatose e em freezing) e se a ousadia é influenciada pelo jejum. Encontramos que a ousadia é consistente, mas não detectamos efeitos do jejum. No capítulo 2, testamos se existem diferenças sexuais nas defesas de M. cuspidatus. Considerando o dimorfismo sexual presente nesses animais (machos possuem estruturas pontiagudas no último par de pernas que são utilizadas retaliação, mas as fêmeas não), testamos as seguintes predições i) machos dependeriam mais de defesas mecânicas do que fêmeas e ii) fêmeas dependeriam de outras formas de defesa, como defesas químicas e defesas passivas. Encontramos que os machos respondem com retaliação mecânica mais frequentemente do que as fêmeas e as fêmeas realizam tanatose mais frequentemente do que os machos. Não encontramos diferenças na frequência de uso de defesas químicas. No capítulo 3, testamos se há diferenças entre os períodos diurno e noturno na realização do 466 comportamento de tanatose em fêmeas de M. cuspidatus. Prevemos que as fêmeas realizariam tanatose mais frequentemente durante o dia. Assim, poderiam potencialmente evitar que fossem detectadas por predadores visuais. Conforme esperado, encontramos que fêmeas realizam tanatose mais frequentemente durante o dia do que à noite. Os resultados que obtivemos nesta tese contribuem para o conhecimento da evolução das estratégias defensivas, bem como fornece resultados que podem ser um passo inicial para o entendimento da consistência comportamental em opiliões e suas implicações para este táxon
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11-30
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18022019-152949/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-18022019-152949/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090823086669824