Racismo contra negros: um estudo sobre o preconceito sutil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-27072010-082636/ |
Resumo: | O racismo é um tema pouco abordado na psicologia, no entanto, tratase de um problema social sério. Pesquisas têm observado, em vários países, a frequência cada vez maior da forma sutil de preconceito em contraposição à diminuição da forma mais explícita. Nesse sentido, nosso objetivo foi compreender melhor essa nova fisionomia do racismo o preconceito sutil. Uma parte do estudo foi realizada no Brasil e outra, na Espanha. Dentre os vários grupos humanos possíveis de ser alvo de práticas racistas, enfocamos o racismo contra negros no Brasil e contra gitanos na Espanha. Embora existam diferenças na história de cada grupo, é comum entre eles o fato de estar há séculos em território brasileiro e espanhol, respectivamente, e persistirem as práticas discriminatórias contra eles. A presente pesquisa combinou métodos quantitativo (escalas de preconceito sutil e flagrante de Pettigrew e Meertens) e qualitativo (entrevistas). No Brasil, 235 alunos responderam ao questionário e 71 estudantes, na Espanha. Destes, 15 foram entrevistados na pesquisa realizada no Brasil e 4, na Espanha. Para a análise dos dados quantitativos, foram feitas provas estatísticas. Para as entrevistas, foram formuladas categorias de análise. Os dados dos questionários apontaram: (1) maior facilidade dos espanhóis em declarar o racismo; (2) os homens mostraram maior preconceito do que as mulheres, tanto no Brasil quanto na Espanha; (3) houve maior expressão de preconceito sutil do que de preconceito flagrante, nas amostras dos dois países; (4) aproximadamente 75% da amostra brasileira se identifica como branca, mas apenas cerca de um terço tem ascendência branca. Ou seja, grande parte dos participantes são mestiços, mas se identificam como brancos. As entrevistas trouxeram mais elementos para a compreensão do racismo, apontando algumas questões da dinâmica do preconceito racial, tais como o problema da sutileza na discriminação; as brincadeiras racistas; a culpabilização da vítima; a responsabilização do negro para a mudança de sua situação e, com isso, a recusa às propostas de ação afirmativa; a falsa neutralidade na abordagem do tema racial; e, finalmente, a não percepção da racialização presente. As falas não racistas foram poucas e não chegaram a compor uma categoria em separado. Porém, foi possível também estudar a admissão do próprio racismo atitude essa que aponta um caminho para a superação do preconceito racial. Concluímos, enfim, que a presente tese trouxe contribuições para a reflexão do racismo sutil. Sugerimos outras pesquisas e intervenções a fim de que a reflexão sobre esse problema social favoreça a superação do preconceito nas relações humanas |
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Embora existam diferenças na história de cada grupo, é comum entre eles o fato de estar há séculos em território brasileiro e espanhol, respectivamente, e persistirem as práticas discriminatórias contra eles. A presente pesquisa combinou métodos quantitativo (escalas de preconceito sutil e flagrante de Pettigrew e Meertens) e qualitativo (entrevistas). No Brasil, 235 alunos responderam ao questionário e 71 estudantes, na Espanha. Destes, 15 foram entrevistados na pesquisa realizada no Brasil e 4, na Espanha. Para a análise dos dados quantitativos, foram feitas provas estatísticas. Para as entrevistas, foram formuladas categorias de análise. Os dados dos questionários apontaram: (1) maior facilidade dos espanhóis em declarar o racismo; (2) os homens mostraram maior preconceito do que as mulheres, tanto no Brasil quanto na Espanha; (3) houve maior expressão de preconceito sutil do que de preconceito flagrante, nas amostras dos dois países; (4) aproximadamente 75% da amostra brasileira se identifica como branca, mas apenas cerca de um terço tem ascendência branca. Ou seja, grande parte dos participantes são mestiços, mas se identificam como brancos. As entrevistas trouxeram mais elementos para a compreensão do racismo, apontando algumas questões da dinâmica do preconceito racial, tais como o problema da sutileza na discriminação; as brincadeiras racistas; a culpabilização da vítima; a responsabilização do negro para a mudança de sua situação e, com isso, a recusa às propostas de ação afirmativa; a falsa neutralidade na abordagem do tema racial; e, finalmente, a não percepção da racialização presente. As falas não racistas foram poucas e não chegaram a compor uma categoria em separado. Porém, foi possível também estudar a admissão do próprio racismo atitude essa que aponta um caminho para a superação do preconceito racial. Concluímos, enfim, que a presente tese trouxe contribuições para a reflexão do racismo sutil. Sugerimos outras pesquisas e intervenções a fim de que a reflexão sobre esse problema social favoreça a superação do preconceito nas relações humanasRacism is a subject rarely discussed in psychology, however, this is a serious social problem. In several countries, studies have pointed an increasing frequency of subtle prejudice, despite the decreased incidence of more explicit forms. Our goal in this work was to understand this new face of racism the subtle one. The study was conducted in two countries, Brazil and Spain. Among the various human groups possible to be the target of racist practices, we focus on racism against blacks in Brazil and against gitanos in Spain. Although there are differences in the history of each group, it is common to continue discriminatory practices against them, although they live in Brazilian and Spanish territory for centuries. This research combined quantitative methods (scales of subtle and blatant prejudice of Pettigrew and Meertens) and qualitative (interviews). The questionnaire had been answered by 235 students in Brazil and 71 in Spain. From this sample, we interviewed 15 Brazilian and 4 in Spanish. For the analysis of quantitative data, statistical tests were made. For the interviews were formulated categories of analysis. The questionnaire´s data indicated: (1) the Spanish declare prejudice easier; (2) men showed greater prejudice than women, both in Brazil and in Spain; (3) the prejudice subtle is higher than blatant in the both samples; (4) about 75% of the Brazilian sample is selfidentified as white, but only about a third has white ancestry. In other words, most of the participants are mixed, but identify themselves as white. The interviews revealed more elements to the understanding of racism, pointing out some issues about dynamics of racial prejudice. For instance, the problem of subtlety discrimination; racist jokes; blaming the victim; rejection of affirmative action proposals due attributing to the blacks, the responsibility for change their own situation; false neutrality in approaches about racial subjects; and the nonperception of presence of racialization. The nonracist statements were few and insufficient to compose a specific category. Despite these results, we studied the admission of their own racism an attitude that points a way to overcome racial prejudice. We conclude that this thesis has made contributions to the reflection of subtle racism. We suggest further research and interventions with the goal of reflection on social problem pointed here, thereby the overcoming of prejudice in human relationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCrochik, Jose LeonNunes, Sylvia da Silveira2010-05-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-27072010-082636/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:12Zoai:teses.usp.br:tde-27072010-082636Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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