Entre Oriente e Ocidente: as vozes das travessias em Amitav Ghosh

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Regiane Corrêa de Oliveira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-20092011-093307/
Resumo: A literatura indiana de lingua inglesa desenvolveu uma identidade própria desde que o gênero romance foi levado para o subcontinente indiano pelos ingleses no século XIX. O encontro desse romance com as narrativas orais e as tradições locais favoreceu um tratamento diferente do tempo e do espaço nas obras. Esta disertação tem por objetivo analisar dois romances de Amitav Ghosh, The Shadow Lines (1988) e The Hungry Tide (2004), tendo como foco as questões relativas ao tempo e ao espaço, às fronteiras, às grandes e perquenas narrativas e às figuras femininas nelas retratadas. Ao ultrapassar os limites impostos pelos ideais nacionalistas e patriarcais, a mulher dos romances de Amitav Ghosh cruza as fronteiras culturais e sociais, rompendo com os padrões atribuídos a ela. Sua capacidade de transformar um espaço, vista antes como uma tribuição do homem, é folcalizada nas duas obras estudadas. Se Ghosh questiona as grandes narratibas em contraponto com as pequenas, as quais retratam as pessoas excluídas da historiografia oficial, e redefinem o papel da mulher na sociedade que atua, quais são os conflitos gerados por esse contraponto? O ato de cruzar das fronteiras é um espaço simbólico das transformações e rupturas originadas pela ação feminina ou elas não dependem da mulher? Na nossa apreciação, a agência política da mulher propicia tais transformações, devido às rupturas ligadas ao processo do deslocamento, e acontecem em dois níveis: no sujeito, na busca identitária do pertecimento, analisada no primeiro capítulo com o romance The Shadow Lines, e no da prática social pela agência do próprio sujeito, assim como apresentado no romance The Hungry Tide. Um dos tópicos analisados na dissertação é a representação da mulher como agente dessas rupturas por meio dos diferentes recursos textuais usados pelo narrador. Desde uma perspectiva da teoria pós -colonial, destacamos nas duas obras o uso de paralelismos históricos e sociais como via de entendimento dos dramas e lutas pessoais. Tendo a consciência de que todas as narrativas, sejam oficiais ou secundárias, caminham lado a lado estabelecendo relações conflituosas, ressaltando o papel das personagens femininas, cujos recorrentes deslocamentos questionam e problematizam os paradigmas sociais vigentes e constroem espaços simbólicos que se configuram pelo cruzamento de fronteiras geográficas e sócio-culturais.
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Ao ultrapassar os limites impostos pelos ideais nacionalistas e patriarcais, a mulher dos romances de Amitav Ghosh cruza as fronteiras culturais e sociais, rompendo com os padrões atribuídos a ela. Sua capacidade de transformar um espaço, vista antes como uma tribuição do homem, é folcalizada nas duas obras estudadas. Se Ghosh questiona as grandes narratibas em contraponto com as pequenas, as quais retratam as pessoas excluídas da historiografia oficial, e redefinem o papel da mulher na sociedade que atua, quais são os conflitos gerados por esse contraponto? O ato de cruzar das fronteiras é um espaço simbólico das transformações e rupturas originadas pela ação feminina ou elas não dependem da mulher? Na nossa apreciação, a agência política da mulher propicia tais transformações, devido às rupturas ligadas ao processo do deslocamento, e acontecem em dois níveis: no sujeito, na busca identitária do pertecimento, analisada no primeiro capítulo com o romance The Shadow Lines, e no da prática social pela agência do próprio sujeito, assim como apresentado no romance The Hungry Tide. Um dos tópicos analisados na dissertação é a representação da mulher como agente dessas rupturas por meio dos diferentes recursos textuais usados pelo narrador. Desde uma perspectiva da teoria pós -colonial, destacamos nas duas obras o uso de paralelismos históricos e sociais como via de entendimento dos dramas e lutas pessoais. Tendo a consciência de que todas as narrativas, sejam oficiais ou secundárias, caminham lado a lado estabelecendo relações conflituosas, ressaltando o papel das personagens femininas, cujos recorrentes deslocamentos questionam e problematizam os paradigmas sociais vigentes e constroem espaços simbólicos que se configuram pelo cruzamento de fronteiras geográficas e sócio-culturais.Indian literature in english has developed its own identity since the genre novel was taken to the Indian subcontinent by the British in the 19th century. The encounter of the novel with the oral narratives and the local traditions made different ways of dealing with space and time in the works possible. The main purpose of this dissertation is to analyse two of Amitav Ghosh\'s novels, The Shadow Lines (1988) and The Hungry Tide (2004), focusing on the questions related to time and space, frontiers, history, and stories and the female characters depicted in them. Crossing the borders imposed by nationalist and patriarcal ideals, woman ideals, womam in Ghosh\'s novels crosses cultural and social frontiers, breaking stereotypes and social patterns given to them. Her ability to transform a space, normally dominated by men, is studied in the two novels. If Ghosh questions history as opposed to stories which depict peopel excluded from national historiography, redefining the woman\'s role in the society where she lives, which are the conflicts that spring from this opposition? Is the act of crossing borders a symbolic space of transformation and ruputures caused by female action, or do these ruptures not depend on the women? According to our view, woman\'s political agency provides these transformations, due to the broken bonds resulting from the process of dislocation, and they happen on two levels: the level of the subject , in her desire for bellonging, analyzed in the first chapter with the novel The Shadow Lines, and the level of social practice by the subject agency, as represented in the novel The Hungry Tide. Onde of the themes analyzed in this dissertation is the representation of woman as the agent of these ruptures through different literary approaches used by the narrator.Following the post-colonialtheory, we highlight in the two novels the use of historical and social parallelisms as a means of understanding the dramas and human predicaments. Being aware that all narratives, primary or secondary, have the same background, establishing conflicting relations, we point out the role of female characters, whose various displacements question and challenge the existing social paradigms and construct symbolic spaces which are built up by crossing geographical, social and cultural frontiers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPIzarra, Laura Patricia Zuntini deRamos, Regiane Corrêa de Oliveira2011-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-20092011-093307/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-20092011-093307Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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