Efeitos da fisioterapia com estimulação elétrica neuromuscular nas fases aguda e tardia do choque séptico e sepse. Ensaio clínico aleatorizado do tipo crossover
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-07022022-170529/ |
Resumo: | Introdução: Pacientes com sepse e imobilismo na unidade de terapia intensiva estão associados à fraqueza muscular, e a mobilização precoce pode amenizá-la. Entretanto, durante choque séptico, a mobilização é muitas vezes postergada devido à gravidade da doença. A estimulação elétrica neuromuscular pode ser uma alternativa para mobilizar esses pacientes precocemente. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se a estimulação elétrica neuromuscular realizada em pacientes em choque séptico nas primeiras 72 horas do diagnóstico do choque séptico e em pacientes em sepse e choque séptico após as 72 horas do diagnóstico é segura metabolicamente e fisiologicamente. Materiais e Métodos: Esta é uma análise de dois ensaios clínicos aleatorizados tipo crossover. Pacientes em choque séptico (dentro das primeiras 72 horas do diagnóstico) e em sepse e choque séptico na fase tardia (após 72 horas de diagnóstico) foram elegíveis. Os pacientes foram submetidos em ordem aleatória ao protocolo de intervenção (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores e estimulação elétrica neuromuscular) e controle (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores sem a estimulação elétrica neuromuscular). Os pacientes foram alocados no grupo 1 (intervenção e controle) ou grupo 2 (controle e intervenção) com um período de wash-out de 4 a 6 horas. As variáveis metabólicas mensuradas foram o consumo de oxigênio, gasto energético, produção de gás carbônico e quociente respiratório, por intermédio da calorimetria indireta. Já as variáveis fisiológicas foram a pressão arterial média, frequência cardíaca, volume minuto e saturação periférica de oxigênio. Resultados: Dezesseis pacientes foram analisados no estudo do choque séptico agudo e 21 no estudo da sepse e choque séptico na fase tardia. Não houve diferenças significativas entre o os valores do consumo de oxigênio na fase aguda do choque séptico quando os protocolos intervenção e controle foram comparados (186,59 ± 46,10; 183,64 ± 41,39; 188,97 ± 44,88, p>0,05), da mesma forma quando os valores de consumo de oxigênio na fase tardia foram comparados (224,22 ± 53,09; 226,20 ± 49,64; 226,79 ± 58,25, p>0,05). As demais variáveis metabólicas e fisiológicas seguiram o mesmo padrão, sem diferenças significativas entre os protocolos. Quando variáveis da fase aguda foram comparadas com as variáveis da fase tardia, diferenças significativas foram observadas para o consumo de oxigênio, gasto energético, quociente respiratório e pressão arterial média (p<0,05). Conclusões: Como não houve alterações da taxa metabólica e fisiológica durante a estimulação elétrica neuromuscular, seja nas primeiras 72 horas de diagnóstico do choque séptico ou após, a estimulação elétrica pode ser considerada uma intervenção segura no âmbito metabólico e fisiológico, mesmo considerando que estes pacientes apresentam uma demanda metabólica maior durante a fase aguda do choque. |
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Efeitos da fisioterapia com estimulação elétrica neuromuscular nas fases aguda e tardia do choque séptico e sepse. Ensaio clínico aleatorizado do tipo crossoverEffects of physical therapy with neuromuscular electrical stimulation in the acute and late septic shock patients. Randomised crossover clinical trialCalorimetria indiretaChoque sépticoElectric stimulation therapyFisioterapiaIndirect calorimetryPhysiotherapySepseSepsisSeptic shockTerapia por estimulação elétricaIntrodução: Pacientes com sepse e imobilismo na unidade de terapia intensiva estão associados à fraqueza muscular, e a mobilização precoce pode amenizá-la. Entretanto, durante choque séptico, a mobilização é muitas vezes postergada devido à gravidade da doença. A estimulação elétrica neuromuscular pode ser uma alternativa para mobilizar esses pacientes precocemente. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se a estimulação elétrica neuromuscular realizada em pacientes em choque séptico nas primeiras 72 horas do diagnóstico do choque séptico e em pacientes em sepse e choque séptico após as 72 horas do diagnóstico é segura metabolicamente e fisiologicamente. Materiais e Métodos: Esta é uma análise de dois ensaios clínicos aleatorizados tipo crossover. Pacientes em choque séptico (dentro das primeiras 72 horas do diagnóstico) e em sepse e choque séptico na fase tardia (após 72 horas de diagnóstico) foram elegíveis. Os pacientes foram submetidos em ordem aleatória ao protocolo de intervenção (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores e estimulação elétrica neuromuscular) e controle (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores sem a estimulação elétrica neuromuscular). Os pacientes foram alocados no grupo 1 (intervenção e controle) ou grupo 2 (controle e intervenção) com um período de wash-out de 4 a 6 horas. As variáveis metabólicas mensuradas foram o consumo de oxigênio, gasto energético, produção de gás carbônico e quociente respiratório, por intermédio da calorimetria indireta. Já as variáveis fisiológicas foram a pressão arterial média, frequência cardíaca, volume minuto e saturação periférica de oxigênio. Resultados: Dezesseis pacientes foram analisados no estudo do choque séptico agudo e 21 no estudo da sepse e choque séptico na fase tardia. Não houve diferenças significativas entre o os valores do consumo de oxigênio na fase aguda do choque séptico quando os protocolos intervenção e controle foram comparados (186,59 ± 46,10; 183,64 ± 41,39; 188,97 ± 44,88, p>0,05), da mesma forma quando os valores de consumo de oxigênio na fase tardia foram comparados (224,22 ± 53,09; 226,20 ± 49,64; 226,79 ± 58,25, p>0,05). As demais variáveis metabólicas e fisiológicas seguiram o mesmo padrão, sem diferenças significativas entre os protocolos. Quando variáveis da fase aguda foram comparadas com as variáveis da fase tardia, diferenças significativas foram observadas para o consumo de oxigênio, gasto energético, quociente respiratório e pressão arterial média (p<0,05). Conclusões: Como não houve alterações da taxa metabólica e fisiológica durante a estimulação elétrica neuromuscular, seja nas primeiras 72 horas de diagnóstico do choque séptico ou após, a estimulação elétrica pode ser considerada uma intervenção segura no âmbito metabólico e fisiológico, mesmo considerando que estes pacientes apresentam uma demanda metabólica maior durante a fase aguda do choque.Introduction: Sepsis patients and immobility in the intensive care unit are associated with muscle weakness, and early mobilisation may neutralise it. However, during septic shock, mobilisation is often delayed due to the severity of the disease. Neuromuscular electrical stimulation may be an alternative to mobilise these patients early. Objective: This study aims to evaluate whether neuromuscular electrical stimulation performed in septic shock patients within the first 72 hours of diagnosis of septic shock and in patients in sepsis and septic shock after 72 hours of diagnosis is metabolically and physiologically safe. Materials and Methods: This is the analysis of two randomised controlled crossover studies. Patients with acute septic shock (within the first 72 hours of diagnosis) and; sepsis and septic shock in the late phase (after 72 hours of diagnosis) were eligible. Patients were submitted in a random order to the intervention protocol (dorsal decubitus position with the lower limbs raised and NMES) and control protocol (dorsal decubitus position with the lower limbs raised without NMES). The patients were allocated in group 1 (intervention and control) or group 2 (control and intervention) with a wash-out period of 4 to 6 hours. The metabolic variables measured were oxygen consumption, energy expenditure, carbon dioxide production and respiratory quotient, using indirect calorimetry. The physiological variables were mean arterial pressure, heart rate, minute volume and peripheral oxygen saturation. Results: Sixteen patients were analysed in the acute septic shock study and 21 in the late phase sepsis and septic shock study. There were no significant differences between the oxygen consumption values in the acute phase of septic shock when the intervention and control protocols were compared (186.59 ± 46.10; 183.64 ± 41.39; 188.97 ± 44.88, p>0.05), likewise, when the oxygen consumption values in the late phase were compared (224.22 ± 53.09; 226.20 ± 49.64; 226.79 ± 58.25, p>0.05). The other metabolic and physiological variables followed the same pattern, without significant differences between the protocols. When acute phase metabolic variables were compared with late-phase variables, significant differences were observed for oxygen consumption, energy expenditure and respiratory quotient (p<0.05). Conclusions: As there were no alterations in the metabolic and physiological rate during neuromuscular electrical stimulation, either in the first 72 hours after septic shock diagnosis or after, electrical stimulation can be considered a safe intervention in the metabolic and physiological scope, even considering that these patients present a higher metabolic demand during the acute phase of shock.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGastaldi, Ada ClariceLago, Alessandra Fabiane2021-11-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-07022022-170529/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-16T16:46:02Zoai:teses.usp.br:tde-07022022-170529Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-16T16:46:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Pacientes com sepse e imobilismo na unidade de terapia intensiva estão associados à fraqueza muscular, e a mobilização precoce pode amenizá-la. Entretanto, durante choque séptico, a mobilização é muitas vezes postergada devido à gravidade da doença. A estimulação elétrica neuromuscular pode ser uma alternativa para mobilizar esses pacientes precocemente. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar se a estimulação elétrica neuromuscular realizada em pacientes em choque séptico nas primeiras 72 horas do diagnóstico do choque séptico e em pacientes em sepse e choque séptico após as 72 horas do diagnóstico é segura metabolicamente e fisiologicamente. Materiais e Métodos: Esta é uma análise de dois ensaios clínicos aleatorizados tipo crossover. Pacientes em choque séptico (dentro das primeiras 72 horas do diagnóstico) e em sepse e choque séptico na fase tardia (após 72 horas de diagnóstico) foram elegíveis. Os pacientes foram submetidos em ordem aleatória ao protocolo de intervenção (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores e estimulação elétrica neuromuscular) e controle (posição de decúbito dorsal com elevação de membros inferiores sem a estimulação elétrica neuromuscular). Os pacientes foram alocados no grupo 1 (intervenção e controle) ou grupo 2 (controle e intervenção) com um período de wash-out de 4 a 6 horas. As variáveis metabólicas mensuradas foram o consumo de oxigênio, gasto energético, produção de gás carbônico e quociente respiratório, por intermédio da calorimetria indireta. Já as variáveis fisiológicas foram a pressão arterial média, frequência cardíaca, volume minuto e saturação periférica de oxigênio. Resultados: Dezesseis pacientes foram analisados no estudo do choque séptico agudo e 21 no estudo da sepse e choque séptico na fase tardia. Não houve diferenças significativas entre o os valores do consumo de oxigênio na fase aguda do choque séptico quando os protocolos intervenção e controle foram comparados (186,59 ± 46,10; 183,64 ± 41,39; 188,97 ± 44,88, p>0,05), da mesma forma quando os valores de consumo de oxigênio na fase tardia foram comparados (224,22 ± 53,09; 226,20 ± 49,64; 226,79 ± 58,25, p>0,05). As demais variáveis metabólicas e fisiológicas seguiram o mesmo padrão, sem diferenças significativas entre os protocolos. Quando variáveis da fase aguda foram comparadas com as variáveis da fase tardia, diferenças significativas foram observadas para o consumo de oxigênio, gasto energético, quociente respiratório e pressão arterial média (p<0,05). Conclusões: Como não houve alterações da taxa metabólica e fisiológica durante a estimulação elétrica neuromuscular, seja nas primeiras 72 horas de diagnóstico do choque séptico ou após, a estimulação elétrica pode ser considerada uma intervenção segura no âmbito metabólico e fisiológico, mesmo considerando que estes pacientes apresentam uma demanda metabólica maior durante a fase aguda do choque. |
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