Mulher negra: das formações discursivas à consolidação e quebra do estereótipo da mulata que dança
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-28112018-102656/ |
Resumo: | Este estudo tem como objetivo observar a relação de estereótipos específicos com as construções identitárias presentes nos discursos de duas mulheres afrodescendentes, a partir de dois livros, um biográfico e outro autobiográfico (LEJEUNE, 2008): Valeria Valenssa, Uma Vida de Sonhos (BERGALO; DUARTE, 2015) e Life in Motion, An Unlikely Ballerina (COPELAND, 2014). Além da cor da pele, as duas mulheres têm em comum a dança. Enquanto a bailarina clássica Misty Copeland foi a primeira mulher negra a ser prima ballerina em uma companhia de ballet nos Estados Unidos, a sambista Valeria Valenssa foi a primeira mulata Globeleza, a mulher que materializou(-se) o/no estereótipo da mulata sensualizada do carnaval brasileiro. Compreendemos a relevância do trabalho, pois, em ambos os países, a história para a construção identitária de mulheres com esse tipo físico aproxima-se pela tragédia da escravização de pessoas negras, resultando em um lastro de segregação racial, fato que apresenta grande conexão com o modo de vida das duas mulheres, cujas trajetórias são aqui investigadas. Tais investigações apoiam-se, principalmente, nos estudos sobre estereótipos sugeridos por Lippmann (2008) e Amossy (2014), na identidade narrativa de Ricoeur (2004), e nos estudos sociológicos de Collins (2000), Harris-Perry (2011) e Davis (2016). Ao compararmos os percursos das duas mulheres, mesmo tendo encontrado algumas similaridades, encontramos também um distanciamento devido ao contexto de interações sociais e culturais entre brancos e negros em seus países de origem. Como aporte teórico para a análise do corpus, utilizamos a interdisciplinaridade entre a Semiótica francesa standard e seus desdobramentos, e a Análise do Discurso. A base da análise deste trabalho é o conceito de manipulação, refletindo sobre as possibilidades de manipulação do ator do enunciado sobre o enunciatário-leitor. Desse modo, estão presentes os estudos propostos por Landowski (2014), Fiorin (2002, 2006, 2015, 2016), Discini (2009, 2015), Harkot-de-La-Taille (2004, 2016), Barros (2005) Pietroforte (2006), Maingueneau (2005, 2008) e Ricoeur (2004). |
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Mulher negra: das formações discursivas à consolidação e quebra do estereótipo da mulata que dançaBlack woman: from discourse formation to the consolidation and break of the dancing mulata stereotypeBlack womanEnunciatário-leitorEstereótipoGlobelezaGlobelezaManipulaçãoManipulationMisty CopelandMisty CopelandMulataMulataMulher negraReader-enunciateeStereotypeValeria ValenssaValeria ValenssaEste estudo tem como objetivo observar a relação de estereótipos específicos com as construções identitárias presentes nos discursos de duas mulheres afrodescendentes, a partir de dois livros, um biográfico e outro autobiográfico (LEJEUNE, 2008): Valeria Valenssa, Uma Vida de Sonhos (BERGALO; DUARTE, 2015) e Life in Motion, An Unlikely Ballerina (COPELAND, 2014). Além da cor da pele, as duas mulheres têm em comum a dança. Enquanto a bailarina clássica Misty Copeland foi a primeira mulher negra a ser prima ballerina em uma companhia de ballet nos Estados Unidos, a sambista Valeria Valenssa foi a primeira mulata Globeleza, a mulher que materializou(-se) o/no estereótipo da mulata sensualizada do carnaval brasileiro. Compreendemos a relevância do trabalho, pois, em ambos os países, a história para a construção identitária de mulheres com esse tipo físico aproxima-se pela tragédia da escravização de pessoas negras, resultando em um lastro de segregação racial, fato que apresenta grande conexão com o modo de vida das duas mulheres, cujas trajetórias são aqui investigadas. Tais investigações apoiam-se, principalmente, nos estudos sobre estereótipos sugeridos por Lippmann (2008) e Amossy (2014), na identidade narrativa de Ricoeur (2004), e nos estudos sociológicos de Collins (2000), Harris-Perry (2011) e Davis (2016). Ao compararmos os percursos das duas mulheres, mesmo tendo encontrado algumas similaridades, encontramos também um distanciamento devido ao contexto de interações sociais e culturais entre brancos e negros em seus países de origem. Como aporte teórico para a análise do corpus, utilizamos a interdisciplinaridade entre a Semiótica francesa standard e seus desdobramentos, e a Análise do Discurso. A base da análise deste trabalho é o conceito de manipulação, refletindo sobre as possibilidades de manipulação do ator do enunciado sobre o enunciatário-leitor. Desse modo, estão presentes os estudos propostos por Landowski (2014), Fiorin (2002, 2006, 2015, 2016), Discini (2009, 2015), Harkot-de-La-Taille (2004, 2016), Barros (2005) Pietroforte (2006), Maingueneau (2005, 2008) e Ricoeur (2004).The aim of this study is to observe the relation between specific stereotypes and the identity constructions in the discourses of two Afro - descendant women. This observation is made through the study of two books, being one of them a biography and the other an autobiography (LEJEUNE, 2008), they are: \"Valeria Valenssa, Uma Vida de Sonhos\" (BERGALO; DUARTE, 2015) and \"Life in Motion, An Unlikely Ballerina\" COPELAND, 2014). Besides their skin color, the two women have also the dance in common. While classic ballerina Misty Copeland was the first black woman to be prima ballerina in a ballet company in the United States, the samba dancer Valeria Valenssa was the first mulata Globeleza, the woman who materialized (in)the stereotype of the sensual Brazilian Carnival mulata. The relevance of the research is justified because in both countries the history for the Black women identity construction is, somehow, based on the tragedy of enslavement of Black people, resulting in a trace of racial segregation. This fact is connected to the way of life of the two women investigated in this paper. The investigations are mainly based on the studies regarding stereotypes suggested by Lippmann (2008) and Amossy (2014), Ricoeur\'s theory of narrative identity (2004) and the sociological studies of Collins (2000), Harris-Perry (2011) and Davis (2016). Thus, when comparing both situations, even with some similarities, there is also a distance due to the context of social and cultural interactions between Whites and Blacks in both countries. As the theoretical contribution to the analysis of the corpus, the interdisciplinarity between French Semiotics and its developments, and Discourse Analysis were used. The basis of analysis in this work is the concept of manipulation, considering the possibilities the actor of the utterances has of manipulating the reader-enunciatee. In this way, the studies proposed by Landowski (2014), Fiorin (2002, 2006, 2015, 2016), Discini (2009, 2015), Harkot-de-La-Taille (2004, 2016), Barros (2006), Maingueneau (2005, 2008) and Ricoeur (2004) were used.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTaille, Elizabeth Harkot de LaSantos, Andréa Luisa Martins dos2018-08-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-28112018-102656/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-10T00:06:19Zoai:teses.usp.br:tde-28112018-102656Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-10T00:06:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este estudo tem como objetivo observar a relação de estereótipos específicos com as construções identitárias presentes nos discursos de duas mulheres afrodescendentes, a partir de dois livros, um biográfico e outro autobiográfico (LEJEUNE, 2008): Valeria Valenssa, Uma Vida de Sonhos (BERGALO; DUARTE, 2015) e Life in Motion, An Unlikely Ballerina (COPELAND, 2014). Além da cor da pele, as duas mulheres têm em comum a dança. Enquanto a bailarina clássica Misty Copeland foi a primeira mulher negra a ser prima ballerina em uma companhia de ballet nos Estados Unidos, a sambista Valeria Valenssa foi a primeira mulata Globeleza, a mulher que materializou(-se) o/no estereótipo da mulata sensualizada do carnaval brasileiro. Compreendemos a relevância do trabalho, pois, em ambos os países, a história para a construção identitária de mulheres com esse tipo físico aproxima-se pela tragédia da escravização de pessoas negras, resultando em um lastro de segregação racial, fato que apresenta grande conexão com o modo de vida das duas mulheres, cujas trajetórias são aqui investigadas. Tais investigações apoiam-se, principalmente, nos estudos sobre estereótipos sugeridos por Lippmann (2008) e Amossy (2014), na identidade narrativa de Ricoeur (2004), e nos estudos sociológicos de Collins (2000), Harris-Perry (2011) e Davis (2016). Ao compararmos os percursos das duas mulheres, mesmo tendo encontrado algumas similaridades, encontramos também um distanciamento devido ao contexto de interações sociais e culturais entre brancos e negros em seus países de origem. Como aporte teórico para a análise do corpus, utilizamos a interdisciplinaridade entre a Semiótica francesa standard e seus desdobramentos, e a Análise do Discurso. A base da análise deste trabalho é o conceito de manipulação, refletindo sobre as possibilidades de manipulação do ator do enunciado sobre o enunciatário-leitor. Desse modo, estão presentes os estudos propostos por Landowski (2014), Fiorin (2002, 2006, 2015, 2016), Discini (2009, 2015), Harkot-de-La-Taille (2004, 2016), Barros (2005) Pietroforte (2006), Maingueneau (2005, 2008) e Ricoeur (2004). |
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