A descortesia na rede social Facebook

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana, Katiuscia Cristina
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-03122019-152854/
Resumo: O presente trabalho propõe um estudo das estratégias linguísticas e não linguísticas que expressam a descortesia na rede social Facebook, em especial o fenômeno de mock-politeness, doravante pseudocortesia, tal como entende Leech (1983;2014). De acordo com o estudioso, mock-politeness (ou pseudocortesia) é um enunciado ofensivo que pode parecer simpático e polido, mas não o é. Assim como em uma interação face a face, é possível encontrar, no mundo virtual, desentendimentos entre os interactantes. Um dos meios para se evitar um possível conflito na interação é o emprego da cortesia, entendida, em geral, como a adequação social a um contexto determinado que preserva o caráter harmonioso de uma relação interpessoal. A noção de cortesia se desenvolveu com base no conceito de face introduzido por Goffman (1967) e aprofundado, mais tarde, por Brown & Levinson (1978;1987). Salienta-se que o ritual de cortesia é um aspecto fundamental no processo de interação social, visto que os interactantes procuram evitar, geralmente, qualquer tipo de agressão em relação ao outro. A respeito disso, Brown & Levinson desenvolveram a ideia de face, entendida como a imagem que se constrói na vida social e que necessita ser defendida pelos interactantes. Por meio dos estudos teóricos de Brown & Levinson, o estudo da cortesia tem se destacado e se desenvolvido nas pesquisas acadêmicas nos últimos anos, tal como ocorre com o fenômeno da descortesia. Nesta pesquisa, evidenciamos, sobretudo, os tipos de manifestações descorteses na rede social digital Facebook, tal como o uso recorrente da pseudocortesia no mundo virtual. Tal como já exposto, entendemos por pseudocortesia a aparente cortesia inserida em um contexto interacional descortês. Levando em consideração as pesquisas já desenvolvidas a respeito da teoria da preservação das faces e a respeito da cortesia, a pesquisa busca fazer uma releitura dos estudos de Leech (1983;2014) e Grice (1982 [1975]), tendo como embasamento teórico a Análise da Conversação, a Pragmática e a Sociolinguística Interacional na análise do corpus escolhido para o estudo, e a Teoria da Enunciação para o estudo da organização enunciativa na rede social digital. Além do uso de recursos verbais, apontam-se os usos de elementos visuais, tais como memes e emoticons como principais estratégias de (des)cortesia utilizadas pelos interactantes na interação virtual. Para o estudo do corpus, serão analisados aproximadamente quinhentos comentários de um grupo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Espera-se que esta análise possa contribuir para o desenvolvimento teórico das interações em meios digitais, em especial, para o estudo de estratégias da descortesia em rede.
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A noção de cortesia se desenvolveu com base no conceito de face introduzido por Goffman (1967) e aprofundado, mais tarde, por Brown & Levinson (1978;1987). Salienta-se que o ritual de cortesia é um aspecto fundamental no processo de interação social, visto que os interactantes procuram evitar, geralmente, qualquer tipo de agressão em relação ao outro. A respeito disso, Brown & Levinson desenvolveram a ideia de face, entendida como a imagem que se constrói na vida social e que necessita ser defendida pelos interactantes. Por meio dos estudos teóricos de Brown & Levinson, o estudo da cortesia tem se destacado e se desenvolvido nas pesquisas acadêmicas nos últimos anos, tal como ocorre com o fenômeno da descortesia. Nesta pesquisa, evidenciamos, sobretudo, os tipos de manifestações descorteses na rede social digital Facebook, tal como o uso recorrente da pseudocortesia no mundo virtual. Tal como já exposto, entendemos por pseudocortesia a aparente cortesia inserida em um contexto interacional descortês. Levando em consideração as pesquisas já desenvolvidas a respeito da teoria da preservação das faces e a respeito da cortesia, a pesquisa busca fazer uma releitura dos estudos de Leech (1983;2014) e Grice (1982 [1975]), tendo como embasamento teórico a Análise da Conversação, a Pragmática e a Sociolinguística Interacional na análise do corpus escolhido para o estudo, e a Teoria da Enunciação para o estudo da organização enunciativa na rede social digital. Além do uso de recursos verbais, apontam-se os usos de elementos visuais, tais como memes e emoticons como principais estratégias de (des)cortesia utilizadas pelos interactantes na interação virtual. Para o estudo do corpus, serão analisados aproximadamente quinhentos comentários de um grupo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Espera-se que esta análise possa contribuir para o desenvolvimento teórico das interações em meios digitais, em especial, para o estudo de estratégias da descortesia em rede.The present work proposes a study of the linguistic and non-linguistic strategies that express the impoliteness in the social network Facebook, especially the phenomenon of mock-politeness, henceforth pseudocortesia, as understood by Leech (1983, 2014). According to the scholar, mock-politeness (or pseudopoliteness) is an offensive statement that may seem sympathetic and polite, but it is not. As in a face-to-face interaction, it is possible to find, in the virtual world, disagreements between the interactants. One way to avoid a possible conflict in interaction is the use of politeness, generally understood as social adequacy to a given context that preserves the harmonious character of an interpersonal relationship. The notion of politeness developed on the basis of the concept of the face introduced by Goffman (1967) and further elaborated later by Brown & Levinson (1978; 1987). It is emphasized that the politeness ritual is a fundamental aspect in the process of social interaction, since the interacting ones try to avoid, generally, any type of aggression with respect to the other. In this respect, Brown & Levinson developed the idea of face, understood as the image that is built in social life and that needs to be defended by the interactants. Through the theoretical studies of Brown & Levinson, the study of politeness has stood out and developed in academic research in recent years, as with the phenomenon of impoliteness. In this research, we highlight, above all, the types of impoliteness manifestations in the digital social network Facebook, such as the recurrent use of pseudo-politeness in the virtual world. As already explained, we mean by pseudo-politeness the apparent politeness inserted in an impoliteness interactional context. Taking into account the research already developed regarding the face preservation theory and politeness, the research seeks to reread the studies of Leech (1983, 2014) and Grice (1982 [1975]), having as theoretical background the Conversational Analysis, Pragmatics and Interactional Sociolinguistics in the analysis of the corpus chosen for the study, and Enunciation Theory for the study of enunciative organization in the digital social network. In addition to the use of verbal resources, the use of visual elements such as memes and emoticons as the main strategies of (im) politeness used by the interactants in the virtual interaction are pointed out. For the study of the corpus, almost five hundred comments from a group of the Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences of the University of São Paulo will be analyzed. It is hoped that this analysis may contribute to the theoretical development of interactions in digital media, especially for the study of network impoliteness strategies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Luiz Antonio daSantana, Katiuscia Cristina2019-09-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-03122019-152854/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-03T20:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-03122019-152854Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-03T20:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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