Nietzsche: da casuística do egoísmo ao amor fati

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho Neto, Stelio de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-08082018-163232/
Resumo: O que pretendemos com esse trabalho é estabelecer um entendimento mais claro sobre o tratamento dado por Nietzsche para os temas do egoísmo e da dadivosidade. A questão se colocou a partir da leitura do canto Da Virtude Dadivosa, de Assim Falou Zaratustra. Nele, Nietzsche faz a exaltação de um egoísmo sadio e sagrado, que deve ser distinguido de um outro egoísmo, demasiado pobre, faminto, que sempre deseja furtar, o egoísmo dos doentes, o egoísmo doente. Ao egoísmo sadio é vinculada a busca por uma virtude que se predica dos atributos de um metal precioso, o ouro: Incomum é a virtude mais alta, e inútil, reluzente e de brilho suave, uma virtude dadivosa é a virtude mais alta. A ideia em princípio paradoxal de um egoísmo dadivoso foi o que ensejou nosso trabalho. Como conciliar egoísmo e doação? A resposta está no próprio Zaratustra: tornando-se dádiva. Encontramos aí uma primeira pista para a solução do nosso problema: a relação entre o egoísmo e o tornar-se ou, assumindo os termos que usaremos em nossa dissertação, entre o egoísmo e o vir a ser. Suspeitamos que o egoísmo sadio é o mesmo que o amor de si (suspeita autorizada pela etimologia do termo alemão Selbstsucht, que pode significar tanto um vício de si, quanto uma procura de si). Esse egoísmo deve ser condição para que alguém venha a ser dádiva. Verificaremos essa suspeita nos três capítulos planejados para a nossa dissertação: 1) Egoísmo do mercador e egoísmo refinado em Schopenhauer como educador; 2) Egoísmo sadio, egoísmo doente e a virtude dadivosa em Assim Falou Zaratustra; 3) Ecce Homo: da casuística do egoísmo ao amor fati.
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