Projeto piloto de recuperação de uma área de Mata Atlântica degradada por incêndio florestal no noroeste do Paraná

• Autor(a) principal: Manoel, Bianca Gabriela
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30974
• topic: CNPQ::ENGENHARIAS; Reservas florestais; Recuperação ecológica; Biodiversidade ambiental; Degradação ambiental; Forest reserves; Restoration ecology; Forest biodiversity conservation; Environmental degradation

O Norte e Noroeste do Paraná contam com o segundo maior remanescente de Floresta Estacional Semidecidual do bioma Mata Atlântica, ainda que o estado tenha sido muito degradado no início de sua colonização. Esse remanescente, contemporaneamente, constitui-se na Reserva Biológica das Perobas (REBIO Perobas). A REBIO Perobas é constituída por 8.716 hectares e 135,5 destes são classificados como Zona de Recuperação, pois apresentam significativos indícios de degradação causada pela ação humana. Incêndio florestal e posterior dominância de samambaias, caracterizam o problema de grande parte desta zona, embora alguns pontos estejam passando por regeneração natural, outros apontam a necessidade de intervenção para acelerar o processo de recuperação da área. Portanto, o presente estudo objetivou estabelecer um projeto piloto para a recuperação dessa área degradada por incêndio florestal, dominada por Pteridium esculentum, vulgarmente conhecido como samambaião. A execução deste, justifica-se principalmente na contribuição para a recuperação de uma área pertencente a uma unidade de conservação. O projeto piloto teve como estratégia a execução de duas técnicas de Recuperação de Áreas Degradadas, sendo elas a transposição de serapilheira e o plantio de mudas nativas advindas dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. A transposição constituiu-se em realizar um transecto na área da REBIO Perobas, próximo a área de estudo, para realizar a retirada de 36 frações de solo nas dimensões de 1m² x 5cm de profundidade. A cada 100 metros percorridos na trilha, adentravam-se 5 metros para dentro da mata, a fim de se obter variabilidade genética no banco de sementes. Das 36 parcelas de solo, seis foram levadas ao Herbário HCF da UTFPR campus Campo Mourão, para germinarem em condições ideais e 30 foram transpostas na área degradada de forma aleatória. Foram adquiridas 100 mudas para o plantio na área de estudo e para a escolha das espécies foram priorizadas aquelas pertencentes a bacia do Rio Ivaí, à área da Reserva Biológica das Perobas e do entorno, bem como as que apresentavam características atrativas para a fauna local. O plantio foi realizado de forma aleatória entre as transposições de serapilheira, mantendo um espaçamento de 3x3 entre todas as espécies. Para a análise dos resultados obtidos na execução da técnica de transposição, foi realizado o teste de diversidade pelo índice de Shannon-Wiener, e avaliadas a abundância e dominância das espécies amostradas na área. Das parcelas dispostas na área degradada, foram contabilizados 345 indivíduos, 55 espécies e 11 famílias botânicas. Não houve espécies dominantes embora nove tenham sido classificadas como abundantes. Quanto as parcelas submetidas a condições ideais, foram contabilizadas cinco famílias botânicas, 37 indivíduos e 13 espécies, com uma dominante e três abundantes. Para as duas amostragens o índice de diversidade apontou uma distribuição uniforme das espécies, com diversidade próxima ao valor máximo encontrado para cada área. De modo geral, houve uma taxa de 21% de mortalidade entre as mudas plantadas e, concluiu-se, que as técnicas executadas se mostraram eficientes ao desencadear os processos iniciais de sucessão ecológica na área, propiciando a entrada de ingressos vegetais diversos e a manifestação da fauna local.