O processo pendular da educação e o caso da agregação escolar / The pendulum process of education and the case of school clustering
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Veras |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/48554 |
Resumo: | Quatro décadas volvidas após a queda da ditadura política, a escola pública portuguesa sobrevive a um pesado legado de diplomas (e “contra diplomas”) que formam um labirinto legislativo, seguido da concomitante proliferação de estudos e opiniões. O emaranhado legal e as acesas discussões a seu propósito geradas traçam o cenário de um extenso debate acerca da educação que tendeu a desviar-se das ideias e potencialidades das propostas apresentadas para se transformar na eterna discussão sobre quem está certo e quem está errado. Neste sinuoso contexto, insere se o presente trabalho, baseado em quatro entrevistas a diretoras/es de agrupamentos criados pela vaga de agregações em 2010. Para compreender as razões e o processo da agregação, analisamos e contextualizamos estes testemunhos de dirigentes escolares que resistiram à transição.Na análise categorial das entrevistas gravadas de 28 de setembro de 2012 a 4 de fevereiro de 2013, abordamos as razões económicas e pedagógicas da agregação, bem como a perceção desse mesmo processo: constituição da CAP e posições tomadas pelos órgãos e parceiros escolares, entre outros aspetos.O derrube de órgãos, impedindo-os de completar (ou de iniciar!) o seu mandato, desgoverna e descredibiliza a organização. O desrespeito pelas regras do Estado de Direito e a prepotência, na lógica monolítica “Top Down”, só não resulta em desastre porque as pessoas ainda não disseram “basta”: “… no dia em que os professores que estão nos órgãos de gestão disserem assim ‘Basta’, as escolas não terão condições para funcionar (…). Não temos horário (…), noites [nem] fins de-semana.” [DIR-C].Quando a poeira parecia assentar, cerca de dez anos mais tarde, surgiu a pandemia. Muitos docentes fizeram da sua casa a escola, do seu equipamento tecnológico a sala de aula, num frenesim comunicativo com alunos, encarregados de educação, direção escolar e colegas. Mais uma vez, quando se pensou que as escolas não teriam condições de funcionar, funcionaram e resistiram. Aparentemente, ainda ninguém disse “basta”. |
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