Síndrome do andar superior da cápsula interna. Hemiplegia sensitivo-motora capsular
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1944 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1944000100002 |
Resumo: | Desde Türck (1859) os autores têm se preocupado com a passagem de fibras sensitivas pela cápsula interna. Muitas escolas neurológicas têm estudado a questão não só sob o ponto de vista clínico mas também anatômico e experimental. O autor passa em revista a opinião dos autores franceses (Charcot, Dejerine, Roussy, Long, etc.) baseados na anátomo-clínica; dos ingleses com base na experimentação (Horsley, Beevor, Grünbaum, Sherrington, Oppenheim); suíços (Monakow) e americanos (Grinker) sobre as desordens sensitivas nas lesões da cápsula interna. O autor apresenta dois casos anátomo-clínicos de hemiplegia com perturbações sensitivas devidas a lesões da cápsula interna comprovadas anatomicamente. O tálamo estava indene em ambos os casos. A cápsula interna é um diedro formado pelo encontro de dois planos: o segmento anterior e o segmento posterior. Pela parte mais alta (andar superior) do segmento posterior passam as fibras que saem do tálamo em busca da cortiça parietal (fibras tálamo-parietais), as que descem ao pedúnculo cerebral (fibras piramidais) e as que ficam entre o núcleo lenticular e o tálamo (fibras extra-piramidais). No andar inferior do mesmo segmento passam somente as fibras piramidais. O autor estuda do ponto de vista anátomo-clínico a síndrome talâmica de Dejerine e Roussy, os estados talâmicos (Austregesilo e Colares) e a hemiplegia capsular puramente motora. Mostra a inexistência de alterações sensitivas nas hemiplegias devidas à lesão do andar inferior da cápsula interna posterior. Estuda a síndrome do andar superior da cápsula interna posterior ou hemiplegia sensitivo-motora capsular. Documenta dois casos de hemiplegia sensitivo-motora com o estudo anatômico no qual se viu a lesão do andar superior do braço posterior da cápsula interna e integridade do tálamo. Salienta as diferenças existentes entre a mão talâmica e a capsular e chama a atenção para a contratura em flexão com supinação ou pronação verificadas na última, ao passo que na primeira há extensão dos dedos e movimentos córeo-atetósicos. A hemiplegia das lesões talâmicas é rapidamente regressiva e não hipertônica enquanto que a capsular é duradoura e acompanhada de aumento do tonus. Raramente aparecem dores espontâneas nas hemiplegias capsulares bem como hiperpatia de Foerster ou super-reação de Head, fenômenos muito frequentes na síndrome talâmica. |
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