Prevalência e fatores associados à prática da episiotomia em maternidade escola do Recife, Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho,Cynthia Coelho Medeiros de
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Souza,Alex Sandro Rolland, Moraes Filho,Olímpio Barbosa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000300020
Resumo: OBJETIVO: Determinar a prevalência e fatores associados à realização de episiotomia em centro de referência de Pernambuco. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, tipo corte transversal, no período de janeiro a dezembro de 2006 com 495 mulheres (escolhidas de uma população total de 2564) submetidas a parto normal na Maternidade Professor Monteiro de Moraes do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) da Universidade de Pernambuco. Os fatores avaliados foram aspectos que antecederam o parto, características do trabalho de parto e resultados perinatais. Para verificar associação entre as variáveis preditoras e realização da episiotomia, foram utilizados testes Qui quadrado, exato de Fisher e T de Student, quando pertinentes, a um nível de significância de 5%. A razão de prevalência e intervalo de confiança a 95% foram calculados, além da análise de regressão logística. RESULTADOS: A prevalência de realização de episiotomia foi de 29,1% (n=144). Após análise bivariada, encontrou-se associação significativa da episiotomia com adolescência (RP 1,74; IC95% 1,33-2,28), idade superior a 35 anos (RP 0,35; IC95% 0,14-0,90), primiparidade (RP 4,73; IC95% 3,33-6,71), ausência de parto vaginal prévio, grupo que inclui além das primíparas pacientes que foram submetidas a parto cesariano em gestação anterior (RP 5,44; IC95% 3,67-8,06) e doenças associadas no momento do parto (RP 1,71; IC95% 1,30-2,25). Não foi encontrada relação significativa com idade gestacional no parto, duração do trabalho de parto acima de seis horas (tempo médio da fase ativa do trabalho de parto), período expulsivo maior que 30 minutos (considerado prolongado), uso de misoprostol ou ocitocina, alterações da frequência cardíaca fetal, presença de mecônio, turno de realização do parto (noturno ou diurno), índice de Apgar, no primeiro e quinto minutos e peso do recém- nascido. A presença de lacerações perineais foi maior no grupo não submetido à episiotomia, porém só foram descritas lacerações de primeiro e segundo graus. Após análise de regressão logística os fatores que permaneceram associados à episiotomia foram doenças maternas (RA 1,99; IC95% 1,20-3,28) e ausência de parto vaginal anterior (RA 9,85; IC95% 6,04-16,06). CONCLUSÃO: A prevalência da realização de episiotomia na instituição foi de 29%. As variáveis que continuaram relacionadas à episiotomia foram doenças maternas e ausência de parto vaginal anterior.
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