As consequências da pandemia do sars-cov-2 no desenvolvimento infantil / The consequences of the sars-cov-2 pandemic on child development
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/39300 |
Resumo: | 1 INTRODUÇÃOOs impactos da COVID-19 e de suas medidas de contenção vêm afetando, direta e indiretamente, a faixa etária infantil, que apresenta maior vulnerabilidade aos riscos ambientais, gerando diversos efeitos nocivos ao desenvolvimento adequado. Tendo em vista que a saúde física e mental e a produtividade na vida adulta estão profundamente enraizadas nos primeiros anos de vida e que pesquisas sobre impactos de desastres sanitários anteriores indicam claras consequências adversas, é fundamental o domínio desta discussão para minimizar os resultados negativos da pandemia no desenvolvimento infantil. 2 OBJETIVOAnalisar possíveis repercussões da pandemia da COVID-19 no desenvolvimento infantil adequado. Método: Foi realizada uma revisão de literatura na base de dados MedLine, em Agosto de 2021, utilizando os descritores “COVID-19”, “child development”, “impact” e variações segundo MeSH. Adotou-se a escala PRISMA para sistematização do estudo. Foram incluídos ensaios clínicos controlados e randomizados em humanos de 0 a 18 anos e publicados originalmente na língua inglesa entre 2020 e 2021. Foram excluídos artigos não relacionados diretamente ao tema, que não possuíam metodologia clara ou que não preenchiam os critérios de inclusão. 3 RESULTADOSA pandemia em curso afeta todos os 5 domínios dos cuidados e atenção ao desenvolvimento infantil (saúde, nutrição, cuidados responsivos, segurança e proteção e aprendizagem oportuna) necessários para as crianças atingirem seu pleno potencial. O isolamento social combinado ao medo de contágio e à sobrecarga de informações causam estresse crônico, que está relacionado a maior risco de desenvolvimento de ansiedade e depressão. Transtorno de estresse pós-traumático foi identificado em 30% das crianças em quarentena. Os estudos encontraram mudanças nos comportamentos dietéticos com aumento do consumo de alimentos não saudáveis, o que, associado à restrição de atividade física, eleva a incidência de pré-diabetes, diabetes, obesidade e hipertensão, favorecendo o surgimento precoce de doenças cardiovasculares na população pediátrica. Há, também, o estresse experimentado pelos cuidadores, que prejudica a capacidade de fornecer cuidados adequados não só pelo prejuízo econômico, agravante da situação de pobreza, mas também pelo aumento de casos de violência doméstica. Ademais, o fechamento das escolas dificulta experiências concretas, interativas e lúdicas, limitando o aprendizado e intensificando o tempo de tela, o que predispõe maior dependência de internet e cyberbullying. Tal cerceamento pode ser irreparável, devido a maior neuroplasticidade durante a infância. Um estudo realizado em 2020 com 320 crianças e adolescentes demonstrou que todo esse contexto ocasionou: dependência excessiva dos pais (36%), desatenção (32%), preocupação (29%), problemas de sono (21%), falta de apetite (18%), pesadelos (14%), desconforto e agitação (13%). 4 CONCLUSÃOTodas as adversidades relatadas durante a infância são precipitadores de estresse tóxico, alterando conexões cerebrais e gerando mudanças potenciais permanentes na função cerebral, o que prejudica tanto o desenvolvimento da linguagem quanto o de habilidades cognitivas e socioemocionais, além de proporcionar hiperresponsividade ao estresse. Assim, é importante que profissionais da saúde que lidam com o meio pediátrico (como pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos) estejam cientes das consequências que possam surgir no período pós-pandêmico, a fim de proporcionar um acompanhamento mais adequado, atualizado e cuidadoso da saúde da criança nos próximos anos. |
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