Tumor vasoproliferativo associado à tuberculose ocular presumida: relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues,Luciana Duarte
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Serracarbassa,Luciana Lucci, Rosa,Haley, Nakashima,Yoshitaka, Serracarbassa,Pedro Durães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492007000300025
Resumo: OBJETIVO: Descrever um caso de tumor vasoproliferativo associado à tuberculose ocular tratado com crioterapia e injeção de triancinolona intravítrea. DESENHO DO ESTUDO/PACIENTES E MÉTODOS: Relato de caso intervencional. Paciente do sexo feminino, 42 anos, referia inflamação do olho direito havia 1 ano, não diagnosticada, tratada com prednisona oral por 30 dias. Relatava baixa visão com o olho direito (OD) desde a infância. Negava antecedentes pessoais e familiares. Ao exame ocular, apresentava acuidade visual menor que 20/400 com o OD. Não apresentava alterações à biomicroscopia e a pressão intra-ocular era normal em ambos os olhos. A fundoscopia do OD mostrava lesão vascularizada, elevada, associada ao descolamento seroso e exsudatos duros, localizada na periferia inferior da retina. A lesão era cercada por extensa área de pontos de hiperplasia do epitélio pigmentar. A mácula apresentava diminuição do reflexo foveal. No exame de ultra-som ocular, a lesão apresentava altura igual a 2,25mm e consistência sugestiva de lesão vascularizada. Foram solicitados exames sorológicos, hemograma, RX tórax e PPD. Os exames foram normais, com exceção do PPD, considerado forte reator. A paciente foi encaminhada ao infectologista, que diagnosticou tuberculose após exame de pesquisa de BK no escarro. Em face do quadro clínico, foi feito o diagnóstico de tumor vasoproliferativo da retina associado à tuberculose ocular presumida. Iniciou-se o tratamento com esquema tríplice (rifampicina, isoniazida e piridoxina). Optou-se por tratar o tumor com crioterapia e injeção intravítrea de triancinolona (4 mg/ml). Após 30 dias, a paciente apresentava diminuição do descolamento seroso e áreas atróficas na lesão tumoral. O aspecto angiofluoresceinográfico mostrava algumas áreas de enchimento precoce da trama vascular com discreto extravasamento tardio do contraste, sem áreas de oclusão capilar. A maior parte da lesão apresentava hipofluorescência por bloqueio (proliferação do EPR). Os tumores vasoproliferativos secundários são proliferações gliovasculares da retina e estão associados a várias condições oculares que afetam a retina e a coróide. Devido ao grande número de complicações associadas aos tumores vasoproliferativos da retina, com perda visual significativa, estes devem ser tratados no momento do diagnóstico. O tratamento de escolha para estes tumores é a crioterapia. A triancinolona intravítrea, por seus efeitos antiangiogênicos, pode ser utilizada como tratamento adjuvante. Até o presente momento, a associação de tumor vasoproliferativo e tuberculose ocular não foi relatada na literatura. O tratamento do tumor vasoproliferativo secundário com crioterapia e injeção intravítrea da triancionolona surge como nova opção terapêutica. Mais estudos são necessários para comprovar a eficácia deste tratamento.
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