O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Vívian da Silva
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4004
Resumo: Essa dissertação analisa as políticas estatais de combate à lepra (hanseníase) no período 1920-1941, tendo como foco principal o debate e as ações em torno do isolamento compulsório dos doentes. No primeiro período de análise (1920-1930), a prática isolacionista foi definida pelo regulamento sanitário de 1920 como uma política compulsória a ser adotada contra a doença. Entretanto, a escassez de verbas, incertezas biomédicas e as características políticas do período puseram obstáculos à atuação da Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas. Foi somente no segundo período (1930-1941) que o isolamento compulsório tomou vigor. A partir de 1935, com a elaboração de um plano de construção de leprosários, promovido pelo governo federal, foi possível pôr em prática a política de isolamento. A criação do Serviço Nacional de Lepra, em 1941, não substituiu o plano elaborado em 1935, e ainda acrescentou as definições de competências dos poderes federal, estaduais e municipais, como também das associações particulares na profilaxia da doença. Durante todo o processo de construção institucional da saúde pública brasileira, no período 1920-1941, o isolamento compulsório dos doentes foi a principal política adotada pelo poder público contra a lepra e esteve associada ao processo de consolidação da capacidade do Estado brasileiro agir sobre territórios e populações.
id CRUZ_62741315fdca2acab390e214ef6ebe6f
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4004
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Cunha, Vívian da SilvaHochman, Gilberto2012-05-07T14:48:02Z2012-05-07T14:48:02Z2005CUNHA, Vívian da Silva. O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941). 2005. 124 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4004Essa dissertação analisa as políticas estatais de combate à lepra (hanseníase) no período 1920-1941, tendo como foco principal o debate e as ações em torno do isolamento compulsório dos doentes. No primeiro período de análise (1920-1930), a prática isolacionista foi definida pelo regulamento sanitário de 1920 como uma política compulsória a ser adotada contra a doença. Entretanto, a escassez de verbas, incertezas biomédicas e as características políticas do período puseram obstáculos à atuação da Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas. Foi somente no segundo período (1930-1941) que o isolamento compulsório tomou vigor. A partir de 1935, com a elaboração de um plano de construção de leprosários, promovido pelo governo federal, foi possível pôr em prática a política de isolamento. A criação do Serviço Nacional de Lepra, em 1941, não substituiu o plano elaborado em 1935, e ainda acrescentou as definições de competências dos poderes federal, estaduais e municipais, como também das associações particulares na profilaxia da doença. Durante todo o processo de construção institucional da saúde pública brasileira, no período 1920-1941, o isolamento compulsório dos doentes foi a principal política adotada pelo poder público contra a lepra e esteve associada ao processo de consolidação da capacidade do Estado brasileiro agir sobre territórios e populações.This dissertation analyses the state policies of combat against leprosy (Hansen’s disease) in the period 1920-1941, having as main focus the debate and the actions regarding the compulsory confinement of the sick. In the first period of the analysis (1920- 1930), the isolationist practice was defined by the 1920's sanitary regulation as a compulsory policy to be adopted against the disease. Nevertheless, the lack of budget, biomedical incertitudes and the political characteristics of the period created obstacles to the performance of the Inspectorate of Leprosy and Venereal Diseases Prophylaxis. It was during the second period (1930-1941) that the compulsory confinement actually came into operation. From 1935 on, with the elaboration of a plan for the construction of leprosaria, promoted by the federal government, it was made possible to put into practice the compulsory confinement policy. The creation of a National Service for Leprosy, in 1941, did not substitute the plan elaborated in 1935, and added the definition of competences of the federal, provincial and municipal spheres of power, as well the specific associations in the prophylaxis of the disease. During the whole process of institutional organization of Brazilian public health, in the period 1920-1941, the compulsory confinement of the sick was the main policy adopted by the government against leprosy and was associated to the process of consolidation of the Brazilian State's capacity to act upon territories and populations.Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porIsolamento compulsórioCombate à lepraCompulsory insulationFight against leprosyHanseníase/prevenção & controlePolíticas Públicas de SaúdeHistória do Século XXBrasilO isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2005Casa de Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzMestreRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000008.pdfapplication/pdf703280https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/2/000008.pdf1d25f150117d1a0567821a31251d5dceMD52TEXT000008.pdf.txt000008.pdf.txtExtracted texttext/plain375496https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/5/000008.pdf.txt4ed0777fdf4da2c2ee85670788aad2adMD55THUMBNAIL000008.pdf.jpg000008.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1423https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/4/000008.pdf.jpgfbbdbf195bcac84088f3c4a0146e0504MD54icict/40042023-01-05 14:25:16.662oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4004Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-05T17:25:16Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
title O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
spellingShingle O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
Cunha, Vívian da Silva
Isolamento compulsório
Combate à lepra
Compulsory insulation
Fight against leprosy
Hanseníase/prevenção & controle
Políticas Públicas de Saúde
História do Século XX
Brasil
title_short O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
title_full O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
title_fullStr O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
title_full_unstemmed O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
title_sort O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941)
author Cunha, Vívian da Silva
author_facet Cunha, Vívian da Silva
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cunha, Vívian da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Hochman, Gilberto
contributor_str_mv Hochman, Gilberto
dc.subject.other.none.fl_str_mv Isolamento compulsório
Combate à lepra
topic Isolamento compulsório
Combate à lepra
Compulsory insulation
Fight against leprosy
Hanseníase/prevenção & controle
Políticas Públicas de Saúde
História do Século XX
Brasil
dc.subject.en.none.fl_str_mv Compulsory insulation
Fight against leprosy
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Hanseníase/prevenção & controle
Políticas Públicas de Saúde
dc.subject.decs.none.fl_str_mv História do Século XX
Brasil
description Essa dissertação analisa as políticas estatais de combate à lepra (hanseníase) no período 1920-1941, tendo como foco principal o debate e as ações em torno do isolamento compulsório dos doentes. No primeiro período de análise (1920-1930), a prática isolacionista foi definida pelo regulamento sanitário de 1920 como uma política compulsória a ser adotada contra a doença. Entretanto, a escassez de verbas, incertezas biomédicas e as características políticas do período puseram obstáculos à atuação da Inspetoria de Profilaxia da Lepra e das Doenças Venéreas. Foi somente no segundo período (1930-1941) que o isolamento compulsório tomou vigor. A partir de 1935, com a elaboração de um plano de construção de leprosários, promovido pelo governo federal, foi possível pôr em prática a política de isolamento. A criação do Serviço Nacional de Lepra, em 1941, não substituiu o plano elaborado em 1935, e ainda acrescentou as definições de competências dos poderes federal, estaduais e municipais, como também das associações particulares na profilaxia da doença. Durante todo o processo de construção institucional da saúde pública brasileira, no período 1920-1941, o isolamento compulsório dos doentes foi a principal política adotada pelo poder público contra a lepra e esteve associada ao processo de consolidação da capacidade do Estado brasileiro agir sobre territórios e populações.
publishDate 2005
dc.date.issued.fl_str_mv 2005
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-05-07T14:48:02Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-05-07T14:48:02Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CUNHA, Vívian da Silva. O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941). 2005. 124 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4004
identifier_str_mv CUNHA, Vívian da Silva. O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra no Brasil (1920-1941). 2005. 124 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4004
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/2/000008.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/5/000008.pdf.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4004/4/000008.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
1d25f150117d1a0567821a31251d5dce
4ed0777fdf4da2c2ee85670788aad2ad
fbbdbf195bcac84088f3c4a0146e0504
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324660080738304