“Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Noronha, Ceci Vilar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6342
Resumo: Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes são uma forma de violência física que constitui uma preocupação no campo da Saúde Pública. Compreender estes crimes torna-se crucial para se poder intervir na sua prevenção e fundamentar o seu conhecimento para as políticas de saúde. Oartigo analisa as versões do crime sexual, comparando o discurso dos agressores com os depoimentos das vítimas e dos familiares registados em documento judicial. Estudo de natureza qualitativa, utilizando como técnicas de formação do corpus da pesquisa a entrevista individual com réus condenados ao regime de perda de liberdade e a análise documental das sentenças dos agressores sexuais de crianças e adolescentes. A reconstrução do delito sexual por parte dos reclusos, das vítimas e das testemunhas difere muito. Alguns dos agressores admitem o ato sexual criminoso, mas suas justificativas vão no sentido de eximir-se da responsabilidade alegando o consentimento da vítima; outros consideram seu crime uma acusação mentirosa elaborada por terceiros com o propósito de prejudicá-lo. As crenças partilhadas entre eles fazem com que minimizem seus comportamentos delituosos, declarando que o abuso sexual não tenha sido forçado, ou realizado mediante ameaças, nem traga sequelas físicas e psicológicas às vítimas. Os argumentos apresentados frequentemente pelos agressores expõem uma troca de papéis, passando do lugar de agressor ao da vítima. Esses agressores igualmente não reconhecem o fato de as vítimas ficarem com sequelas resultantes da violência sexual que poderão colocar seu futuro em causa.
id CRUZ_ac792cd71d62afec8d4ec930db716ec6
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6342
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da SilveiraNoronha, Ceci Vilar2013-03-04T17:32:10Z2013-03-04T17:32:10Z2012ZÚQUETE, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira; Noronha, Ceci Villar. “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas. Physis (Rio J.)., Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 1357-1376, 2012.0103-7331https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6342Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes são uma forma de violência física que constitui uma preocupação no campo da Saúde Pública. Compreender estes crimes torna-se crucial para se poder intervir na sua prevenção e fundamentar o seu conhecimento para as políticas de saúde. Oartigo analisa as versões do crime sexual, comparando o discurso dos agressores com os depoimentos das vítimas e dos familiares registados em documento judicial. Estudo de natureza qualitativa, utilizando como técnicas de formação do corpus da pesquisa a entrevista individual com réus condenados ao regime de perda de liberdade e a análise documental das sentenças dos agressores sexuais de crianças e adolescentes. A reconstrução do delito sexual por parte dos reclusos, das vítimas e das testemunhas difere muito. Alguns dos agressores admitem o ato sexual criminoso, mas suas justificativas vão no sentido de eximir-se da responsabilidade alegando o consentimento da vítima; outros consideram seu crime uma acusação mentirosa elaborada por terceiros com o propósito de prejudicá-lo. As crenças partilhadas entre eles fazem com que minimizem seus comportamentos delituosos, declarando que o abuso sexual não tenha sido forçado, ou realizado mediante ameaças, nem traga sequelas físicas e psicológicas às vítimas. Os argumentos apresentados frequentemente pelos agressores expõem uma troca de papéis, passando do lugar de agressor ao da vítima. Esses agressores igualmente não reconhecem o fato de as vítimas ficarem com sequelas resultantes da violência sexual que poderão colocar seu futuro em causa.Sexual crimes against children are a form of physical violence that is a concern in the field of Public Health. Understanding these crimes becomes crucial to be able to intervene in their prevention and foster knowledge on which to ground health policies. The article analyzes versions of sexual crime, comparing the speech of the attackers with the testimonies of victims and family members recorded in court document. It is a qualitative study, using techniques such as individual interviews with defendants sentenced to prison, as well as court documents pertaining to the sex crime against children and adolescents. The reconstruction of the sexual offense on the part of inmates, victims and witnesses differ much. Some of the attackers admit the sex offense, but their justifications go towards shirk responsibility by claiming the victim’s consent; others consider his crime an elaborated lie concocted by third parties in order to cause harm. The shared beliefs between them make them minimize their criminal conduct, declaring that sexual abuse has not been forced under threats or that it brought physical and psychological effects on victims. The arguments presented by the sexual offenders often expose an exchange of roles; the attacker becomes the victim. These sexual offenders also do not recognize the fact that the victims are left with injuries resulting from sexual violence that may put their future in question.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, BrasilUniversidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva. Salvador, BA, BrasilporInstituto de Medicina SocialBALES, K. Ending Slavery: How we free today’s Slaves. California: University of California Press, 2007. 261p.BERGER, P. A construção social da realidade. Lisboa: Dinalivro, 1999. 207p.BORN, M. Psicologia da delinquência. Lisboa: Climepsi, 2005. 288p.BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. 128p.CORREIA, T. Violência sexual: falta de punição desestimula denúncias. Jornal A Tarde, Salvador, 18 maio 2011. Disponível em: http://atarde.uol.com.br/noticias/5724538. Acesso em: 5 dez. 2012.FALEIROS, E.T.S.; CAMPOS, J. O. Repensando os conceitos de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes Brasília: Thesaurus, 2000.FINKELHOR, D. A sourcebook on child sexual abuse. Beverly Hills: Sage, 1986. 276p.FINKELHOR, D. Childhood victimization: violence, crime and abuse in the lives of young people. New York: Oxford University Press, 2008. 226p.FISHER, D. Adult sex offenders: who are they? Why and how do they do it? In: MORRISON et al. Sexual offending against children, assessment and treatment of male abusers. New York: Routledge editors, 1994. p. 1-24.GIDDENS, A. Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. 755p.GOMES, R. O corpo na rua e o corpo da rua: a prostituição infantil feminina em questão. São Paulo: Unimarco, 1996. 284p.MINAYO, M.C. de S. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde individual e coletiva. In: NJAINE, K.; ASSIS, S.; CONSTANTINO, P. (Org.). Impactos da violência na Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. p.21-42.PÁDUA, A. Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Rev. Psiq. Clín., v.36, n.3, p.105-111, 2009.QUIROGA, A. Religiões e prisões no Rio de Janeiro: presença e significados. Cad. ISER , v.24, n.1, p. 13-21, 2005.RODRIGUES, W. Abuso sexual infanto-juvenil: uma análise à luz da jurisprudência brasileira. In: VERONESE, J.R.P. (Org.). Violência e exploração sexual infanto-juvenil: crimes contra a humanidade. Florianópolis. OAB editora, 2005. p. 165-220.SALTER, A. Predadores: pedófilos, estupradores e outros agressores sexuais. São Paulo: Mbooks, 2009. 252p.SESAB. A violência doméstica e sexual na Bahia, 2009. Boletim Epidemiológico SUVISA DIVEP. Salvador, n. 2, p. 1-4, dez 2010.SOTTOMAYOR, M. O poder paternal como cuidado parental e os direitos da criança. In: SOTTOMAYOR, M. (Org.). Cuidar da justiça de crianças e jovens actas do encontro. Coimbra: Almedina, 2003. 298p. p. 9-63.STEVENS, D. Inside the mind of sexual offenders: predatory rapists, pedophiles, and criminal profiles. New York: Author’s Choice, 2001. 228p.VIGARELLO, G. História do estupro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. 306p.VIVA. Abuso sexual é o segundo maior tipo de violência. Disponível em: <http://portalsaude. saude.gov.br/portalsaude/noticia/5242/162/abuso-sexual-e-o-segundo%3Cbr%3E-maiortipo- de-violencia.html>. Acesso em: 2 set 2012.ZÚQUETE, J.G.; NORONHA, C.V. Pedófilos e agressores sexuais de crianças e adolescentes: narrativas a partir do cárcere. In COELHO, M.; FILHO, M. (Org). Prisões numa abordagem interdisciplinar. Salvador: EdUFBa, 2012. p. 145-160.Agressores sexuais de crianças e adolescentesVitimizaçãoCrenças SociaisSexual Offenders of Children and TeenagersVictimizationSocial BeliefsViolência SexualMaus-Tratos Sexuais Infantis“Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas“It was normal, it was not forced!” versus “I was sexually abused”: an interpretation of the discourses of sex offenders, their victims and witnessesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALFoi normal, não foi forçado!.pdfFoi normal, não foi forçado!.pdfapplication/pdf697459https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/1/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdfa6cfc79bc31faf9c6e17e956c3146b97MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81914https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/2/license.txt7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81fMD52TEXTFoi normal, não foi forçado!.pdf.txtFoi normal, não foi forçado!.pdf.txtExtracted texttext/plain53485https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/5/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdf.txte5a0d13ee62b295a6445ac8daddbb43dMD55THUMBNAILFoi normal, não foi forçado!.pdf.jpgFoi normal, não foi forçado!.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1955https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/4/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdf.jpg5eae63469553528243048e31d9f7de02MD54icict/63422018-04-06 08:55:15.363oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6342TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBlIGFjZWl0YXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiAoYXV0b3Igb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKToKCmEpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgY29weXJpZ2h0IGRhIGVkaXRvcmEgZG8gc2V1IGRvY3VtZW50by4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgZSBhY2VpdGEgYXMgRGlyZXRyaXplcyBwYXJhIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgRnVuZGHDp8OjbyBPc3dhbGRvIENydXogKEZJT0NSVVopLgoKYykgQ29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGEgc2VndWlyKSwgY29tdW5pY2FyCiAKZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBkYSBGSU9DUlVaLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgCgpwb3IgcXVhbHF1ZXIgb3V0cm8gbWVpby4KCmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgRklPQ1JVWiBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgCgpwYXJhIHF1YWxxdWVyIGZvcm1hdG8gZGUgYXJxdWl2bywgbWVpbyBvdSBzdXBvcnRlLCBwYXJhIGVmZWl0b3MgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgcHJlc2VydmHDp8OjbyAoYmFja3VwKSBlIGFjZXNzby4KCmUpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIHN1Ym1ldGlkbyDDqSBvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyAKCmNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGEgZW50cmVnYSBkbyBkb2N1bWVudG8gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIAoKaXJyZXN0cml0YSBkbyByZXNwZWN0aXZvIGRldGVudG9yIGRlc3NlcyBkaXJlaXRvcywgcGFyYSBjZWRlciBhIEZJT0NSVVogb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0YSBMaWNlbsOnYSBlIGF1dG9yaXphciBhIAoKdXRpbGl6w6EtbG9zIGxlZ2FsbWVudGUuIERlY2xhcmEgdGFtYsOpbSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIAoKbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZS4KCmcpIFNFIE8gRE9DVU1FTlRPIEVOVFJFR1VFIMOJIEJBU0VBRE8gRU0gVFJBQkFMSE8gRklOQU5DSUFETyBPVSBBUE9JQURPIFBPUiBPVVRSQSBJTlNUSVRVScOHw4NPIFFVRSBOw4NPIEEgRklPQ1JVWiwgREVDTEFSQSBRVUUgQ1VNUFJJVSAKClFVQUlTUVVFUiBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUEVMTyBSRVNQRUNUSVZPIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4gQSBGSU9DUlVaIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgYXV0b3IoZXMpIGRvcyAKCmRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-04-06T11:55:15Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
“It was normal, it was not forced!” versus “I was sexually abused”: an interpretation of the discourses of sex offenders, their victims and witnesses
title “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
spellingShingle “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira
Agressores sexuais de crianças e adolescentes
Vitimização
Crenças Sociais
Sexual Offenders of Children and Teenagers
Victimization
Social Beliefs
Violência Sexual
Maus-Tratos Sexuais Infantis
title_short “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
title_full “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
title_fullStr “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
title_full_unstemmed “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
title_sort “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas
author Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira
author_facet Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira
Noronha, Ceci Vilar
author_role author
author2 Noronha, Ceci Vilar
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Zúquete, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira
Noronha, Ceci Vilar
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Agressores sexuais de crianças e adolescentes
Vitimização
Crenças Sociais
topic Agressores sexuais de crianças e adolescentes
Vitimização
Crenças Sociais
Sexual Offenders of Children and Teenagers
Victimization
Social Beliefs
Violência Sexual
Maus-Tratos Sexuais Infantis
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv Sexual Offenders of Children and Teenagers
Victimization
Social Beliefs
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Violência Sexual
Maus-Tratos Sexuais Infantis
description Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes são uma forma de violência física que constitui uma preocupação no campo da Saúde Pública. Compreender estes crimes torna-se crucial para se poder intervir na sua prevenção e fundamentar o seu conhecimento para as políticas de saúde. Oartigo analisa as versões do crime sexual, comparando o discurso dos agressores com os depoimentos das vítimas e dos familiares registados em documento judicial. Estudo de natureza qualitativa, utilizando como técnicas de formação do corpus da pesquisa a entrevista individual com réus condenados ao regime de perda de liberdade e a análise documental das sentenças dos agressores sexuais de crianças e adolescentes. A reconstrução do delito sexual por parte dos reclusos, das vítimas e das testemunhas difere muito. Alguns dos agressores admitem o ato sexual criminoso, mas suas justificativas vão no sentido de eximir-se da responsabilidade alegando o consentimento da vítima; outros consideram seu crime uma acusação mentirosa elaborada por terceiros com o propósito de prejudicá-lo. As crenças partilhadas entre eles fazem com que minimizem seus comportamentos delituosos, declarando que o abuso sexual não tenha sido forçado, ou realizado mediante ameaças, nem traga sequelas físicas e psicológicas às vítimas. Os argumentos apresentados frequentemente pelos agressores expõem uma troca de papéis, passando do lugar de agressor ao da vítima. Esses agressores igualmente não reconhecem o fato de as vítimas ficarem com sequelas resultantes da violência sexual que poderão colocar seu futuro em causa.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-03-04T17:32:10Z
dc.date.available.fl_str_mv 2013-03-04T17:32:10Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ZÚQUETE, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira; Noronha, Ceci Villar. “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas. Physis (Rio J.)., Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 1357-1376, 2012.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6342
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0103-7331
identifier_str_mv ZÚQUETE, José Gonçalo Pais Estrela da Silveira; Noronha, Ceci Villar. “Foi normal, não foi forçado!” versus “Fui abusada sexualmente”: uma interpretação dos discursos de agressores sexuais, das suas vítimas e de testemunhas. Physis (Rio J.)., Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 1357-1376, 2012.
0103-7331
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6342
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.isbasedon.pt_BR.fl_str_mv BALES, K. Ending Slavery: How we free today’s Slaves. California: University of California Press, 2007. 261p.
BERGER, P. A construção social da realidade. Lisboa: Dinalivro, 1999. 207p.
BORN, M. Psicologia da delinquência. Lisboa: Climepsi, 2005. 288p.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. 128p.
CORREIA, T. Violência sexual: falta de punição desestimula denúncias. Jornal A Tarde, Salvador, 18 maio 2011. Disponível em: http://atarde.uol.com.br/noticias/5724538. Acesso em: 5 dez. 2012.
FALEIROS, E.T.S.; CAMPOS, J. O. Repensando os conceitos de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes Brasília: Thesaurus, 2000.
FINKELHOR, D. A sourcebook on child sexual abuse. Beverly Hills: Sage, 1986. 276p.
FINKELHOR, D. Childhood victimization: violence, crime and abuse in the lives of young people. New York: Oxford University Press, 2008. 226p.
FISHER, D. Adult sex offenders: who are they? Why and how do they do it? In: MORRISON et al. Sexual offending against children, assessment and treatment of male abusers. New York: Routledge editors, 1994. p. 1-24.
GIDDENS, A. Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. 755p.
GOMES, R. O corpo na rua e o corpo da rua: a prostituição infantil feminina em questão. São Paulo: Unimarco, 1996. 284p.
MINAYO, M.C. de S. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde individual e coletiva. In: NJAINE, K.; ASSIS, S.; CONSTANTINO, P. (Org.). Impactos da violência na Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. p.21-42.
PÁDUA, A. Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Rev. Psiq. Clín., v.36, n.3, p.105-111, 2009.
QUIROGA, A. Religiões e prisões no Rio de Janeiro: presença e significados. Cad. ISER , v.24, n.1, p. 13-21, 2005.
RODRIGUES, W. Abuso sexual infanto-juvenil: uma análise à luz da jurisprudência brasileira. In: VERONESE, J.R.P. (Org.). Violência e exploração sexual infanto-juvenil: crimes contra a humanidade. Florianópolis. OAB editora, 2005. p. 165-220.
SALTER, A. Predadores: pedófilos, estupradores e outros agressores sexuais. São Paulo: Mbooks, 2009. 252p.
SESAB. A violência doméstica e sexual na Bahia, 2009. Boletim Epidemiológico SUVISA DIVEP. Salvador, n. 2, p. 1-4, dez 2010.
SOTTOMAYOR, M. O poder paternal como cuidado parental e os direitos da criança. In: SOTTOMAYOR, M. (Org.). Cuidar da justiça de crianças e jovens actas do encontro. Coimbra: Almedina, 2003. 298p. p. 9-63.
STEVENS, D. Inside the mind of sexual offenders: predatory rapists, pedophiles, and criminal profiles. New York: Author’s Choice, 2001. 228p.
VIGARELLO, G. História do estupro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. 306p.
VIVA. Abuso sexual é o segundo maior tipo de violência. Disponível em: <http://portalsaude. saude.gov.br/portalsaude/noticia/5242/162/abuso-sexual-e-o-segundo%3Cbr%3E-maiortipo- de-violencia.html>. Acesso em: 2 set 2012.
ZÚQUETE, J.G.; NORONHA, C.V. Pedófilos e agressores sexuais de crianças e adolescentes: narrativas a partir do cárcere. In COELHO, M.; FILHO, M. (Org). Prisões numa abordagem interdisciplinar. Salvador: EdUFBa, 2012. p. 145-160.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Medicina Social
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Medicina Social
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/1/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/2/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/5/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdf.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6342/4/Foi%20normal%2c%20n%c3%a3o%20foi%20for%c3%a7ado%21.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv a6cfc79bc31faf9c6e17e956c3146b97
7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81f
e5a0d13ee62b295a6445ac8daddbb43d
5eae63469553528243048e31d9f7de02
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798325016019861504