O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13932 |
Resumo: | A inserção do Agente Comunitário na Estratégia Saúde da Família traz as marcas de um processo histórico tensionado por visões que, ora enfatizam sua atuação como mobilizador social _ incorporando o processo saúde doença como referente _ e ora enfatizam, em sua atuação, o caráter de reprodução das práticas pautadas pelo modelo biomédico aliado à vigilância. A intensidade com que essas vertentes de pensamento influenciam o processo de trabalho do ACS varia em função de elementos dos contextos históricos e das práticas locais. No presente estudo, buscamos compreender e discutir os sentidos que vem sendo construídos sobre o trabalho do ACS, produzidos por duas tecnologias de gestão: a avaliação e a supervisão. Assumimos a avaliação como uma prática que tem uma dimensão de positividade, ou seja, não apenas incide sobre as práticas para efetivar um julgamento, mas ela mesma contribui para a construção de realidades ao estabelecer maior ou menor valor sobre algumas ações. A supervisão seria um espaço de coordenação, direcionamento e discussão sobre o processo de trabalho. Ambas, avaliação e supervisão, são práticas sociais cujas trajetórias são igualmente tensionadas por perspectivas que as aproximam de uma ação mais emancipatória ou mais controladora. Metodologicamente nos orientamos pelos referenciais da etnografia. No estudo de campo, realizado em uma clinica da família do Rio de Janeiro, aliamos a observação participante e a realização de entrevistas. Nossa análise nos permite indicar que a coesão produzida entre a política da atenção primária em saúde, as prioridades definidas com base em indicadores quantitativos e as práticas na unidade de saúde, tem potencializado uma ação voltada para o controle das doenças. No que diz respeito ao trabalho do ACS, seu processo está configurado de modo parcelar, onde prevalece uma perspectiva simplificadora da educação em saúde, submetida a uma lógica utilitarista e orientada pela prevenção de agravos. A atuação com essa vertente tem sido fortalecida pela gestão baseada em metas e na avaliação limitada ao monitoramento. Embora o que seja projetado para a supervisão aponte para a criação de espaços de discussão do processo saúde-doença e do trabalho em saúde, na prática, sobressai sua intervenção como dispositivo de controle das ações que reiteram a lógica instituída a partir da avaliação/monitoramento. |
id |
CRUZ_f5e9d9dfd7e8f31f5a2cfa1010bda774 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13932 |
network_acronym_str |
CRUZ |
network_name_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
repository_id_str |
2135 |
spelling |
Fonseca, Angélica FerreiraMendonça, Maria Helena Magalhães2016-04-20T12:35:28Z2016-04-20T12:35:28Z2013FONSECA, Angélica Ferreira. O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde. 2013. 233 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13932A inserção do Agente Comunitário na Estratégia Saúde da Família traz as marcas de um processo histórico tensionado por visões que, ora enfatizam sua atuação como mobilizador social _ incorporando o processo saúde doença como referente _ e ora enfatizam, em sua atuação, o caráter de reprodução das práticas pautadas pelo modelo biomédico aliado à vigilância. A intensidade com que essas vertentes de pensamento influenciam o processo de trabalho do ACS varia em função de elementos dos contextos históricos e das práticas locais. No presente estudo, buscamos compreender e discutir os sentidos que vem sendo construídos sobre o trabalho do ACS, produzidos por duas tecnologias de gestão: a avaliação e a supervisão. Assumimos a avaliação como uma prática que tem uma dimensão de positividade, ou seja, não apenas incide sobre as práticas para efetivar um julgamento, mas ela mesma contribui para a construção de realidades ao estabelecer maior ou menor valor sobre algumas ações. A supervisão seria um espaço de coordenação, direcionamento e discussão sobre o processo de trabalho. Ambas, avaliação e supervisão, são práticas sociais cujas trajetórias são igualmente tensionadas por perspectivas que as aproximam de uma ação mais emancipatória ou mais controladora. Metodologicamente nos orientamos pelos referenciais da etnografia. No estudo de campo, realizado em uma clinica da família do Rio de Janeiro, aliamos a observação participante e a realização de entrevistas. Nossa análise nos permite indicar que a coesão produzida entre a política da atenção primária em saúde, as prioridades definidas com base em indicadores quantitativos e as práticas na unidade de saúde, tem potencializado uma ação voltada para o controle das doenças. No que diz respeito ao trabalho do ACS, seu processo está configurado de modo parcelar, onde prevalece uma perspectiva simplificadora da educação em saúde, submetida a uma lógica utilitarista e orientada pela prevenção de agravos. A atuação com essa vertente tem sido fortalecida pela gestão baseada em metas e na avaliação limitada ao monitoramento. Embora o que seja projetado para a supervisão aponte para a criação de espaços de discussão do processo saúde-doença e do trabalho em saúde, na prática, sobressai sua intervenção como dispositivo de controle das ações que reiteram a lógica instituída a partir da avaliação/monitoramento.The insertion of the Community Agent in the Family Health Strategy bears the marks of a historical process tensioned by visions that at times emphasize the agents' role as social mobilizers - incorporating the health-disease process as a reference -, while at others stress the reproduction of practices guided by the biomedical model coupled with surveillance in their work. How intensely these lines of thought influence the CHAs’ work process varies based both on historical contexts and on local practices. In this study, we sought to understand and discuss the meanings that have been built surrounding the CHAs' work, as produced by two management technologies: evaluation and supervision. We consider evaluations as a practice that has a dimension of positivity, i.e., not only do they incur in practices that enable making a judgment, but also contribute to building realities by attributing greater or lesser value for certain actions. Supervision, in turn, is a space for coordination, guidance and discussion concerning the work process. Both evaluation and supervision are social practices whose histories are equally tensioned by perspectives that draw them closer to a more emancipatory or a more controlling action. Methodologically, we were guided by ethnographic benchmarks. In the field study, conducted at a family clinic in Rio de Janeiro, we combined participant observation and interviews. Our analysis allows us to point out that the cohesion produced by the primary health care policy, the priorities set based on quantitative indicators, and the practices carried out at the health unit have leveraged actions focused on disease control. With regard to the work of the CHAs, its process is configured in such a manner as to be fragmented, and under it prevails a simplifying view of health education that subject to a utilitarian logic driven by disease prevention. Performance under this line has been strengthened by a management approach that is based on targets and on evaluation limited to monitoring. Although what is projected for supervision points to creating spaces to discuss the health-disease process and the work in health, in practice what dominates is its intervention as a device for controlling the actions that reiterate the logic established based on evaluation/supervision.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porAvaliação em saúdeSupervisão em saúdeTrabalho em saúdeAgente comunitário de saúdeGestão em saúdeHealth assessmentHealth surveillanceHealth workCommunity health agentManagement in healthAvaliação em SaúdeGestão em SaúdeSaúde da FamíliaEducação em SaúdeTrabalhoServiços de Saúde ComunitáriaAtenção Primária à Saúde/recursos humanosO trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúdeThe work of community health agents: implications for the evaluation and supervision in health educationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZORIGINALve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdfapplication/pdf2408412https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/1/ve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdfdd5bc27cee06208dbbc48e8031088060MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT490.pdf.txt490.pdf.txtExtracted texttext/plain523665https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/3/490.pdf.txtec1be9f3a78a8a430b3299d93621031dMD53ve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdf.txtve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdf.txtExtracted texttext/plain523667https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/4/ve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdf.txted170c700fd111f21f6a9b551b5f160fMD54icict/139322023-01-19 15:05:46.687oai:www.arca.fiocruz.br:icict/13932Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-19T18:05:46Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
The work of community health agents: implications for the evaluation and supervision in health education |
title |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
spellingShingle |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde Fonseca, Angélica Ferreira Avaliação em saúde Supervisão em saúde Trabalho em saúde Agente comunitário de saúde Gestão em saúde Health assessment Health surveillance Health work Community health agent Management in health Avaliação em Saúde Gestão em Saúde Saúde da Família Educação em Saúde Trabalho Serviços de Saúde Comunitária Atenção Primária à Saúde/recursos humanos |
title_short |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
title_full |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
title_fullStr |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
title_full_unstemmed |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
title_sort |
O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde |
author |
Fonseca, Angélica Ferreira |
author_facet |
Fonseca, Angélica Ferreira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fonseca, Angélica Ferreira |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Mendonça, Maria Helena Magalhães |
contributor_str_mv |
Mendonça, Maria Helena Magalhães |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Avaliação em saúde Supervisão em saúde Trabalho em saúde Agente comunitário de saúde Gestão em saúde |
topic |
Avaliação em saúde Supervisão em saúde Trabalho em saúde Agente comunitário de saúde Gestão em saúde Health assessment Health surveillance Health work Community health agent Management in health Avaliação em Saúde Gestão em Saúde Saúde da Família Educação em Saúde Trabalho Serviços de Saúde Comunitária Atenção Primária à Saúde/recursos humanos |
dc.subject.en.en.fl_str_mv |
Health assessment Health surveillance Health work Community health agent Management in health |
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv |
Avaliação em Saúde Gestão em Saúde Saúde da Família Educação em Saúde Trabalho Serviços de Saúde Comunitária Atenção Primária à Saúde/recursos humanos |
description |
A inserção do Agente Comunitário na Estratégia Saúde da Família traz as marcas de um processo histórico tensionado por visões que, ora enfatizam sua atuação como mobilizador social _ incorporando o processo saúde doença como referente _ e ora enfatizam, em sua atuação, o caráter de reprodução das práticas pautadas pelo modelo biomédico aliado à vigilância. A intensidade com que essas vertentes de pensamento influenciam o processo de trabalho do ACS varia em função de elementos dos contextos históricos e das práticas locais. No presente estudo, buscamos compreender e discutir os sentidos que vem sendo construídos sobre o trabalho do ACS, produzidos por duas tecnologias de gestão: a avaliação e a supervisão. Assumimos a avaliação como uma prática que tem uma dimensão de positividade, ou seja, não apenas incide sobre as práticas para efetivar um julgamento, mas ela mesma contribui para a construção de realidades ao estabelecer maior ou menor valor sobre algumas ações. A supervisão seria um espaço de coordenação, direcionamento e discussão sobre o processo de trabalho. Ambas, avaliação e supervisão, são práticas sociais cujas trajetórias são igualmente tensionadas por perspectivas que as aproximam de uma ação mais emancipatória ou mais controladora. Metodologicamente nos orientamos pelos referenciais da etnografia. No estudo de campo, realizado em uma clinica da família do Rio de Janeiro, aliamos a observação participante e a realização de entrevistas. Nossa análise nos permite indicar que a coesão produzida entre a política da atenção primária em saúde, as prioridades definidas com base em indicadores quantitativos e as práticas na unidade de saúde, tem potencializado uma ação voltada para o controle das doenças. No que diz respeito ao trabalho do ACS, seu processo está configurado de modo parcelar, onde prevalece uma perspectiva simplificadora da educação em saúde, submetida a uma lógica utilitarista e orientada pela prevenção de agravos. A atuação com essa vertente tem sido fortalecida pela gestão baseada em metas e na avaliação limitada ao monitoramento. Embora o que seja projetado para a supervisão aponte para a criação de espaços de discussão do processo saúde-doença e do trabalho em saúde, na prática, sobressai sua intervenção como dispositivo de controle das ações que reiteram a lógica instituída a partir da avaliação/monitoramento. |
publishDate |
2013 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2016-04-20T12:35:28Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2016-04-20T12:35:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
FONSECA, Angélica Ferreira. O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde. 2013. 233 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13932 |
identifier_str_mv |
FONSECA, Angélica Ferreira. O trabalho do agente comunitário de saúde: implicações da avaliação e da supervisão na educação em saúde. 2013. 233 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2013. |
url |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13932 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) instacron:FIOCRUZ |
instname_str |
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
instacron_str |
FIOCRUZ |
institution |
FIOCRUZ |
reponame_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
collection |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/1/ve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/2/license.txt https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/3/490.pdf.txt https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13932/4/ve_Angelica_Fonseca_ENSP_2013.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
dd5bc27cee06208dbbc48e8031088060 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 ec1be9f3a78a8a430b3299d93621031d ed170c700fd111f21f6a9b551b5f160f |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio.arca@fiocruz.br |
_version_ |
1798325040831266816 |