Entrecruzamentos de histórias entre o Movimento da Reforma Sanitária e o Partido Comunista Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosário, Celita Almeida
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46305
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a influência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na construção das bases de apoio do Movimento da Reforma Sanitária brasileira e na condução de suas estratégias políticas e organizacionais durante o processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS). A partir da análise de narrativas de atores envolvidos no Movimento da Saúde, verificou-se uma lacuna na constituição de bases de apoio político e social e a relevância do PCB no campo da saúde. Tal relevância estava expressa através de articulações não explicitas, sobretudo pela disseminação de suas ideias e de estratégias políticas intrínsecas no modo de operar e fazer política, uma vez que o partido, devido a imposição da ilegalidade e clandestinidade, se encontrava distante dos processos de institucionalização formais e oficiais. Elencamos como estratégia metodológica a análise das formações discursivas e as condições de possibilidade que propiciaram a emergência dos pontos de contato ou entrecruzamentos de histórias entre o PCB e o Movimento da Reforma Sanitária brasileira. No processo de construção de bases de apoio do Movimento da Reforma Sanitária identificamos como entrecruzamentos a ideia de frente ampla e a aposta pela via institucional representada pela estratégia de indução de formação de núcleos nas Escolas de Medicina, pelos sindicatos de médicos e pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES). Na condução estratégica e organizativa para a implementação do SUS, inferimos como ponto de contato que a ideia de frente ampla e a via institucional se expressavam pelo aparelhamento do Estado e pela construção narrativa de suprapartidarismo através do discurso de "Partido Sanitário". Contudo, as escolhas estratégicas, embora utilizadas com o intuito de fortalecer o Movimento da saúde em uma frente ampla de resistência e de luta pela democracia, impediram a explicitação de atores e exigiu uma série de silenciamentos que acabou aglutinando e subsumindo clivagens a serem consideradas em processos de elaboração de políticas sociais em sociedades complexas como a do Brasil. Da mesma forma, a via institucional, ao priorizar a ocupação dos espaços intraburocráticos, entendendo o Estado como principal reorganizador dos serviços e políticas de saúde, desprestigiou outros espaços potentes de fortalecimento e de desenvolvimento da política de saúde, além de distanciar o Movimento da saúde dos movimentos populares e sociais.
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Tal relevância estava expressa através de articulações não explicitas, sobretudo pela disseminação de suas ideias e de estratégias políticas intrínsecas no modo de operar e fazer política, uma vez que o partido, devido a imposição da ilegalidade e clandestinidade, se encontrava distante dos processos de institucionalização formais e oficiais. Elencamos como estratégia metodológica a análise das formações discursivas e as condições de possibilidade que propiciaram a emergência dos pontos de contato ou entrecruzamentos de histórias entre o PCB e o Movimento da Reforma Sanitária brasileira. No processo de construção de bases de apoio do Movimento da Reforma Sanitária identificamos como entrecruzamentos a ideia de frente ampla e a aposta pela via institucional representada pela estratégia de indução de formação de núcleos nas Escolas de Medicina, pelos sindicatos de médicos e pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES). Na condução estratégica e organizativa para a implementação do SUS, inferimos como ponto de contato que a ideia de frente ampla e a via institucional se expressavam pelo aparelhamento do Estado e pela construção narrativa de suprapartidarismo através do discurso de "Partido Sanitário". Contudo, as escolhas estratégicas, embora utilizadas com o intuito de fortalecer o Movimento da saúde em uma frente ampla de resistência e de luta pela democracia, impediram a explicitação de atores e exigiu uma série de silenciamentos que acabou aglutinando e subsumindo clivagens a serem consideradas em processos de elaboração de políticas sociais em sociedades complexas como a do Brasil. Da mesma forma, a via institucional, ao priorizar a ocupação dos espaços intraburocráticos, entendendo o Estado como principal reorganizador dos serviços e políticas de saúde, desprestigiou outros espaços potentes de fortalecimento e de desenvolvimento da política de saúde, além de distanciar o Movimento da saúde dos movimentos populares e sociais.The present study aims to analyze the influence of the Brazilian Communist Party (PCB) upon the construction of the Brazilian Sanitary Reform Movement support bases and the conduction of its political and organizational strategies during the Unified Health System (SUS) building process. Starting from the analysis of narratives by actors involved in the Healthcare Movement, a gap was identified in the constitution of political and social support bases, as well as PCB\2019s relevance to the healthcare studies. Such relevance was found in non-explicit articulations, especially in virtue of the dissemination of their political ideas and strategies, intrinsic to the way of operating and doing politics, since the party, due to illegality and clandestinity, was apart from the formal and official institutionalization processes.We enlist as methodological strategy the analysis of discursive formations and of the conditions of possibility that led to the emergence of contact points or intersections of stories between PCB and the Brazilian Sanitary Reform Movement. In the building support bases for the Sanitary Reform Movement, the intersections identified were the idea of a broad front and the bet on the institutional path represented by the strategy of inducing the formation of nuclei in Medical Schools, by medical unions and by the Brazilian Center for Healthcare Studies (CEBES). In the strategic and organizational conduction for the SUS implementation, we infer as a contact point that the idea of a broad front and an institutional path expressed itself in the occupation of the State and in the narrative construction of suprapartisanship by means of the discourse about a "Sanitary Party". However, although used in order to strengthen the Healthcare Movement in a broad front of resistance and struggle for democracy, the strategic choices prevented the identification of actors and required a series of silencing acts that clustered and effaced cleavages that should be taken into account in processes of elaborating social policies in complex societies such as the Brazilian case. Likewise, the institutional path, by prioritizing the occupation of intra-bureaucratic spaces and by understanding the State as the main reorganizer of healthcare services and policies, discredited other powerful spaces for strengthening and developing healthcare policy, and in addition distanced away the Healthcare Movement from the popular and social movements.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMovimento da Reforma Sanitária BrasileiraPartido Comunista BrasileiroSistema Único de SaúdeHealth Care ReformCommunismUnified Health SystemPolitical SystemsArchaeologyReforma dos Serviços de SaúdeComunismoSistema Único de SaúdeSistemas PolíticosArqueologiaEntrecruzamentos de histórias entre o Movimento da Reforma Sanitária e o Partido Comunista BrasileiroIntersections of stories between the Brazilian Sanitary Reform Movement and the Brazilian Communist Partyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2020-10-23Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46305/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALcelita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdfcelita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdfapplication/pdf2417692https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46305/2/celita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdf03fd192dca1fbaab987dab49b9a3f41eMD52TEXTcelita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdf.txtcelita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain603664https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46305/3/celita_almeida_rosario_ensp_dout_2020.pdf.txt884e331dbae77cb6687ff9ad4184af86MD53icict/463052021-05-26 02:07:56.611oai:www.arca.fiocruz.br:icict/46305Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-05-26T05:07:56Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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